— Bom, não sei quanto tempo irei aguentar, toda essa merda começou naquele dia desgraçado…
Um grande dia estava começando, William Voborn, comumente chamado de Will, estava prestes a completar quinze anos e, ao completar essa idade, as crianças podem fazer o teste de aptidão mágica.
Não bastando ser o primogênito, William e sua família pertenciam à nobreza do reino. Por isso, carregava o peso nos ombros de ser um mago de respeito e que traria orgulho à família Voborn, principalmente pelo fato de seu pai ser um dos maiores cavaleiros do reino. Em uma manhã como qualquer outra, William estava dormindo, mas repara em sons ao fundo de passos se aproximando da porta de seu quarto... o barulho aumentava a cada instante e ia ficando mais próximo... quando de supetão a porta se abre com tudo! Naquele momento sua pequena e amada irmã sobe em sua cama em um pulo para acordá-lo da forma mais carinhosa que conhecia, com um abraço apertado e uma puxada para levantar o irmão ainda zonzo de sono e começa a falar:
— Irmão acorda! Irmãozão acorda! – diz ela o balançando – Hoje é seu grande dia, você não pode dormir até tão tarde.
— Ok, ok, Lucy só sai de cima de mim!
— Tá bom!!
Lucy então sai de cima da cama de seu irmão, o encarando como quem estivesse esperando algo. William senta-se na cama, olha para Lucy e a encara de volta por um certo tempinho... e volta a deitar jogando a coberta por cima da sua cabeça.
— Ei!!!!! Deixa disso Will, acorda é sério,
— Só mais dois minutos Lucy – responde William com voz abafada pelo travesseiro.
— Não!!!! A mamãe disse que hoje você não pode atrasar.
— Tá né, fazer o que — Exclamou, com um suspiro e se levanta.
William, em um súbito esforço para vencer o cansaço, anda em direção a porta para tentar alcançar a irmã que havia acabado de sair do quarto; Lucy, ao perceber o esforço hercúleo que Will fazia, ela volta e corre em direção a porta e lá permanece como se estivesse esperando algo.
— Como eu poderia esquecer né, obrigado por isso! — Diz ele se abaixando e dando um grande e forte abraço em Lucy.
A garotinha abre um grande sorriso, assim saindo da frente da porta e deixando seu irmão passar, William então vai para cozinha e lá sua mãe e pai estão o esperando.
— Bom dia filhão, dormiu bem? — Pergunta, enquanto tomava um grande copo de leite.
— Mas é claro Pai, hoje é o grande dia né.
— Se lembra das regras do teste de aptidão mágica?
— Óbvio mãe! Como eu poderia esquecer? — Responde, de forma debochada.
— Aeeee? Então repita para mim para que possa escutá-las de novo.
— Ok! Vamos lá, ao completar quinze anos todos nós vamos para o teste de aptidão mágica; os nobres e controlam, normalmente, no mínimo quatro elementos, mas, já os plebeus, costumam manipular de dois a três elementos, existindo casos raros de alguém poder usar um quinto elemento
— Muito bem filho, vejo que aprendeu bem.
— Você vai ver que serei tão forte quanto o mago Deruzi! — Exclama, mostrando confiança
— Sim, você será meu pequeno Deruzi.
Então, da escada, os três começam a escutar pequenos passos e ao se virar, veem que Lucy está no final da escada com um olhar animado, e ao chegar na cozinha, olha para sua mãe e pergunta:
— Mãe... mãe... ouvi que vocês estavam falando sobre quantos elementos que podemos usar, existem pessoas sem elemento ou com um só elemento?
— Oh querida, de alguém que não pudesse usar nenhum elemento nunca ouvi falar, mas de pessoas que só podiam usar um já teve sim, pelo menos um ou dois na história.
— Mas... mas o que acontece se você tiver só um elemento?
— Depende muito da sua classe social, eu acho, para um plebeu não seria a pior coisa do mundo. Só que para um nobre eu tenho medo de imaginar o que aconteceria.
— Mamãe eu não quero ter só um elemento!!! — A pequena criança sai correndo para os braços de sua mãe.
— Para de brincar com ela querida, em toda história humana teve no máximo duas pessoas com só um elemento.
A pequena criança só de escutar aquilo se sente aliviada, então todos os membros da família se sentam na mesa para tomar o café da manhã. Aquele dia era muito especial, principalmente para a família Voborn, eles haviam acendido como nobres a pouco tempo, então o primogênito da família deveria manter o legado para que eles tivessem a garantia de que continuariam naquela posição.
Após tomar o café da manhã, William se levanta rapidamente da mesa. Todos sabiam que ele estava muito animado e, após pouco minutos, toda família começa a escutar gritos vindo de fora da sua casa
— Willian, vem logo, já estamos atrasados!!! – disse uma voz forte do lado de fora da casa.
— É, para de enrolar!! Vamos perder a chance de ver a princesa!! – uma 2° pessoa responde em seguida
William, então, se despede da sua família e vai correndo em direção a porta para sair de sua casa.
— William Voborm! Não está esquecendo de nada? — Sua mãe pergunta, expressando indignação.
— Ah é verdade.
Ele então volta a toda velocidade e dá um grande abraço coletivo em sua família, logo depois se direcionando à saída de sua casa. Já do lado de fora seus dois melhores amigos estão o esperando: Tyro e Marko.
— Que demora hein Will!!
— Desculpa Tyro, estava me despedindo da minha família.
— Ohh menininho da mamãe, não pode sair de casa sem dar beijinho neles — Respondeu, forçando uma voz fofa.
— Deixa de ser ridículo Marko.
Os três caem na risada, mas logo param pois deveriam ir até a biblioteca real para fazer seus teste de aptidão mágica, mas nem a pressa os impedia de conversar durante o caminho.
— Will, sua família se tornou nobre por conta do seu pai, né? — Sim, por que? — É que estava pensando, você deve estar bem nervoso né? Como não tem irmãos, eles devem estar colocando um peso enorme em suas costas por conta da representatividade!
— Pior que não, eles me apoiam incondicionalmente.
— Nossa Will eu tenho inveja de você, minha família é nobre a décadas e mesmo assim eles sempre me cobram, como se me tornar um cavaleiro do reino fosse a coisa mais importante que minha vida.
— Não precisa ter inveja Tyro, sua família te cobra por que sabe do seu potencial! Mas me diga, você tem um seu sonho?
— Ah meu sonho é um dia servir como cavaleiro da princesa, desde o momento que a vi me apaixonei, só de ficar ao lado dela já bastaria para que eu seja feliz.
— Que sonho besta Tyro! — Ah é então me diga qual é seu sonho Marko? — Meu sonho é ser o cavaleiro mais forte de todos e ganhar muito dinheiro.
— Bom, no final vocês já estão indo em busca dos seus sonhos! — Mas e você Will, qual é seu sonho? — Ah não tenho lá um grande sonho, acho que orgulhar minha família já seria algo bom.
— Ohhh que fofinho! — Exclamam, Marko e Tyro enquanto novamente fazem uma voz fofa, em forma de deboche.
— Vamos ver quem de nós será o novo Deruzi, o Grande Mago!
— É claro que serei eu né Tyro!
— Nem você, nem ninguém; eu, o grande Marko, serei o novo Deuzi.
Os três riem de novo, mas logo voltam a caminhar. Por conta da ansiedade, eles queriam chegar o mais rápido possível no teste. Depois de uma longa caminhada, os três chegam na biblioteca real e lá haviam muitas crianças, provavelmente o teste já havia começado. Os três então se dividem, Markos iria perguntar se alguém entre eles já havia sido chamado e Tyro e William iriam descobrir o que eles tinham perdido algo desde o começo da cerimônia.
Will começa andar pelo local, ninguém parecia estar disposto a bater um papo por estarem nervosos. Um grande silêncio reinava na biblioteca, mas ele foi interrompido a porta se abria com tudo, a Princesa Navi entrava no local para fazer o seu teste. Todo o silêncio foi substituído por sussurros, Tyro ao perceber que a sua amada Princesa havia chegado na biblioteca, se dirigiu ao mais perto que conseguiu, passando por entre a multidão que a observa também, a mesma se encaminhava ao local onde o teste acontecia e, percebendo sua movimentação, toda a multidão abria o caminho para que ela passasse. Tyro já não conseguia ver mais a princesa pois estava preso no meio das pessoas até que, repentinamente, as pessoas se afastam fazendo com que caísse no chão; ele então escuta passos e, ao olhar para cima enquanto ainda estava deitado, vê a princesa agachada e estendendo a mão para ele.
— Não se preocupe vossa majestade, deixe que eu me levanto sozinho!!! — exclama se colocando de prontidão, enquanto se tremia de medo.
— Fique tranquilo garoto, eu faço questão — Responde, expressando um lindo e calmo sorriso.
Ela então ajuda Tyro a se levantar se sentindo privilegiado por tal oportunidade, em seguida a mesma volta se dirigir até o local de teste. Em resumo ficava em palco improvisado que tinha um pedestal, junto de um grimório usado para a medição do poder mágico e um mago da corte ao lado que auxiliava os jovens. Ao chegar lá, o mago explica o que precisava fazer, então Navi coloca sua mão no grimório e nas suas costas estrelas começam a aparecer uma primeira estrela da água, seguido de uma segunda terra, uma terceira vento, quarta de fogo e, para a surpresa de todos, uma quinta apareceu sendo do elemento luz. As estrelas então começavam a brilhar mostrando que ali o teste havia acabado.
Todos se impressionam, Will ao ver uma pessoa com cinco elementos não conseguia ficar quieto e, quebrando o silêncio, uma pessoa ao lado dele diz:
— Caramba que sorte, com a Princesa já são três pessoas com cinco elementos.
— Oi? Quais foram as outras duas pessoas com quinto elemento? — Pergunta, perplexo com o que aquela pessoa havia dito.
— Você chegou atrasado né, uma garota tem o elemento Ferro é um garoto com o elemento som!
Will estava eufórico após descobrir tudo aquilo, geralmente uma geração teria no máximo de um a dois usuários de quinta magia; algo diferente acontecera, o que será que o aguarda quando chegar sua vez?
Após muito procurar e finalmente encontrar aqueles dois, Marko vai correndo e os chamam com novidades.
— Tyro você é o próximo e Will me conte as novidades aí.
— Ok Marko, obrigado por avisar, me deseje sorte hein! — Exclama Tyro, enquanto vai embora eufórico..
— Bom vamos lá, três pessoas conseguiram um quinto elemento, uma menina pegou Ferro, um menino pegou som e agora a Princesa Navi pegou luz.
— Nossa tudo isso? Quem sabe a gente dá essa sorte né?
Após algum tempo, Tyro voltava para onde estava seus amigos, ele aparentava estar muito triste e, já chegando neles, levanta a cabeça e diz.
— Tenho os quatro elementos que todo mundo tem! Merda, se tivesse um quinto elemento a princesa iria me notar! — Exclama, enquanto estava choramingava.
Então algo inesperado acontece, a Princesa Navi que já ia embora, subitamente para e se volta até onde o Tyro estava. Ao chegar, ela olha para aqueles três e diz:
— Não se preocupem meus queridos súditos, todos vocês têm potencial para serem os cavaleiros mais fortes desse reino, não é necessário ter um quinto elemento para isso!
Tyro então para de choramingar e se levanta emocionado por aquelas palavras da princesa. Após isso, Marko é chamado para fazer o teste, passando lá pelo mesmo processo geral do teste, começasse a aparecer todos os quatro elementos base em suas costas, mas, para a sua surpresa, um quinto elemento aparece, que era Lava.
Todos se surpreendem e Marko, depois de alguns minutos, é liberado e vai correndo em direção aos seus amigos dando um grande abraço neles.
— Viu que sortudos vocês são, os dois são melhores amigos de um usuário de um quinto elemento.
— Você vai me ajudar a ser guarda da princesa né sortudo!! — Mas é claro!
Então William escuta seu nome sendo chamado, ele se despede de seus amigos e vai para seu teste de aptidão. Ao chegar lá, o procedimento era bem simples, ele colocaria a mão direita no grimório que revelaria sua aptidão mágica.
— Está pronto criança? Questiona, com a maior empatia possível.
— Estou pronto senhor, podemos começar
William, colocando a mão no grimório, inicia seu teste de aptidão. Normalmente os símbolos dos elementos apareceriam um por um, o primeiro símbolo a aparecer nas costas dele era o da água. Mas algo muito estranho acontece, minutos e minutos se passam e nenhum outro símbolo apareceu. Confuso, ele pergunta para o guarda.
— Senhor, os outros símbolos já apareceram?
— Bom, se apareceu só um é porque você só tem esse, se houvesse mais algum elemento já teria aparecido.
— Senhor não pode ser, eu só tenho um elemento?
— Sim.
William olha para a multidão e vê todos eles o encarando esboçando uma cara de nojo. Desolado, o garoto começa a ir em direção aos seus amigos... a multidão se abria ao mesmo tempo que ele andava como se a repulsa os dominasse. Chegando neles com a face estática tentando aceitar aquela situação e procurando seu suporte... mas só é recebido por aquele reação de qualquer outra pessoa do salão.
— Marko, é tão ruim assim ter só um elemento? — Pergunta, com medo em seu semblante.
— Tá louco moleque? Nem te conheço, dê fora daqui — Respondeu, da forma mais rude possível.
— Marko, nós somos amigos!
— Eu nunca seria amigo de um fracassado sem magia! Nunca!
William então começa ir para atrás sem entender o que estava acontecendo, ele olha para Tyro e o mesmo desvia o olhar, parecendo que estava ignorando a presença dele. Desesperado, William vai até a princesa em busca de ajuda para resolver a situação, afinal todos ali tinham potencial, como havia dito previamente.
— Princesa, fala para eles que posso ser forte também, quantidade não faz qualidade... um só elemento não significa nada. — Exclama, demonstrando o mais puro desespero.
— Tendo só um elemento você é mais inútil que um plebeu.
— Mas... mas por favor me ajuda!
Quase suplicando, William tentou tocar no ombro da Princesa, mas, rapidamente, é interrompido por Tyro segurando o pulso dele com toda força, que se assusta com aquela atitude.
— Sai fora William, nunca mais ouse tentar tocar na princesa, sai fora daqui.
Tyro solta o pulso, vendo o olhar de nojo de todos ele resolve ir embora, o mais rápido possível. Chorando, ele sai correndo do local e logo chega em casa. Ao entrar seu pai vê o estado que ele estava e questiona o que havia acontecido. William explica toda a história.
— William, a partir de hoje não saia de casa, deixa que o pai resolve. — Exclamava, abraçando seu filho.
Então o garoto vai para o seu quarto e seu pai explica para o resto da família a situação. Já no dia seguinte, seu pai saí de casa para o trabalho pensando em como resolver aquilo. Entretanto vários dias se passam e nenhuma ínfima solução para aquela situação aparece, crescendo, assim, burburios e lamúrios que se espalham pelo reino sobre a situação de Will.
— Conseguiu alguma coisa querido?
— Estou tentando, mas está cada vez mais difícil. Nos primeiros dias eles só estavam me desprezando, mas as coisas estão piores, tenho medo de até perdermos o título de nobreza!
— Voltarmos a viver na pobreza? — Questiona, com muita tristeza.
— Vou resolver querida, confie em mim!
No dia seguinte, o dia estava muito nublado como se fosse chover a qualquer momento. William acordou de manhã, mas quando percebeu já estava tarde. Seu pai tinha ido trabalhar e sua mãe e irmã tinham ido fazer compras. Após reflexões sobre a vida, William desce e vai até a cozinha e pouco tempo depois sua mãe e irmã entram correndo em casa como se estivessem correndo de algo. William então se esconde e começa escutar o que sua pequena irmã falava.
— Mãe, a senhora está bem? A sua testa tá doendo?
— Foi só um raladinho, fica tranquila — Responde, passando água no local machucado.
— Mas mãe foi uma pedra que jogaram em você, sem contar as palavras feias que eles falavam.
— Eu sei, mas fiquei tranquila. Seu Papai vai resolver, aguenta mais um pouco pelo bem do seu irmão!
— Se for pelo maninho eu aguento tudo! — Exclama, enquanto fazia pose orgulhosa.
— Muito bem meu bebê.
Até o tempo daquela cidade não estava ajudando com a preocupante situação, uma chuva começava e pesava tanto a mente desesperada de William quanto o clima da casa. As reflexões de mais cedo como as dificuldades do pai, sua mãe estava sendo atacada na rua e, para piorar, a perda do seu título de nobre que seu pai tanto tinha lutado para conseguir... tudo estava o enlouquecendo com toda essa pressão. Para solução? Algo desesperado, mas que resolveria de uma vez por todas a situação: SAIR DAQUELA CASA e construir uma nova vida sem novas preocupações para sua família.
Subindo às pressas ao seu quarto, William pega sua capa para viagens de quando ainda era plebeu, já estava pronto para a nova carreira solo.
Pegando umas roupas de cama de lá, William faz um corda e a usa para descer para fora de casa. Apesar do esforço, ele faz um pequeno barulho quando chega ao chão, mas logo sai correndo. Sua mãe, ao escutar o barulho estranho, vai para fora de sua casa e vê seu filho correndo em direção a saída da cidade, sem entender o que ele estava fazendo.
— Will, volta aqui! Seu pai vai resolver! — Exclamava, de forma desesperada, definitivamente não querendo perder o seu filho.
William escuta os prantos da mãe, mas não muda sua decisão. Ele apenas olha para trás e diz.
— Eu vi tudo mãe, não se preocupe comigo, cuide da Lucy e diga ao pai que amo todos. Até mais!
Correndo para fora da cidade, chuva aos ombros e as lágrimas em seu rosto. Na cabeça, apenas pensava o quão injusto era sua família sofrer por causa dele. Depois de muito tempo correndo, ele chega na entrada da cidade com apenas uma coisa em mente:
— Todos eles, eu vou me vingar de todos eles! Se eu só posso usar água eu vou inundar esse merda de cidade. Eu irei me vingar.
Com a chuva caindo e William continuava a andar pela floresta; quanto mais o tempo passava, mais a escuridão reinava no céu. Quanto mais a noite se instaurava no céu, maior o medo de Will ficava, naquela floresta existiam Besta mágicas, criaturas com grande poder. Então encontrar um desses animais seria mortal para Will. Após um tempo andando, ele começa a escutar alguns sons estranhos.
— Que sons são esses? — Pergunta para si mesmo, atento com tudo que pudesse se mover à sua volta.
Com medo, Will começa a caminhar com mais velocidade enquanto tentava encontrar uma vila pelas redondezas e aqueles sons não apresentavam nenhum sinal de que diminuiria, pelo contrário, começam a ficar mais altos. Então ele decide correr, mas os sons ainda o acompanhavam que, ao olhar para trás, ele vê que uma besta mágica estava logo atrás dele. Desesperado e dando tudo de si, o que não parecia adiantar, um lobo de fogo sai do mato e ali começava uma caçada ao jantar, o prato de hoje seria Will flambado. Impaciente com a correria, o lobo tenta atacar, mas, graças a seu pai e suas técnicas básicas de luta, o garoto consegue se agachar no exato momento que a besta pulou para agarrá-lo e, por conta desse rápido movimento de Will, o lobo então passa pelo garoto e bate direto em uma árvore ali perto. Will, aproveitando o instante de atordoamento do lobo, se levanta e começa a correr para outro lado da floresta.
— Essa foi por perto, preciso achar uma pedra ou algo do tipo.
Will ainda assustado com a situação e com a adrenalina no talo, chega em uma clareira depois de cinco minutos de corrida intensa. Chegando no local, ele percebe um pequeno riacho ali no meio da clareira e anda na pressa, o garoto se aproxima e entra ele procurando um "refugio" entretanto mesmo assim o lobo continuava indo para um ataque direto ao rapaz, Apesar do local favorável à sua magia, o avanço do lobo mirando à perna de Will causa um desiquilíbrio que termina na sua queda no rio, logo em seguida.
Começando ali a batalha, a besta sobe em cima dele e começa a arranhá-lo em todas partes; naquela altura, já todo machucado e com medo da morte, ele coloca sua mão na água e de lá sente que nem tudo estava perdido, sua intuição o dizia para usar a água em volta dele e era aquilo que o podia salvar agora. Com o rio seguindo a sua vontade, Will dá um soco e uma mão se materializa daquela água em volta e joga o lobo para longe com o mesmo movimento que ele tinha feito anteriormente. Levantando-se, o jovem tenta de tudo para se afastar do local, mas não conseguia devido à da mordida que havia recebido, vontade não o faltava para se afastar da clareira, mas ainda não tinha acabado só com o empurrão e lá estava o lobo se levantando novamente e tornando a avançar em direção dele.
— Merda, é aqui que vou morrer! Desculpe-me pai, mãe e querida irmãzinha, eu falhei.
Já se aproximando, novamente, de Will, o lobo desta vez é arremessado para longe com uma rajada de vento. Reparando que não poderia ter usado esse tipo de encanto, um homem encapuzado aparece do meio das árvores e, após aquele movimento, um portal mágico aparece sobre os pés do lobo, teleportando-o para o céu e, já aproximando do chão, o homem aponta seus dedos em direção à trajetória de queda e diz:
— Gravitasi
Ao recitar a magia, o lobo é jogado em direção a uma parede com pedras soltas, sendo a fim derrotado. Will então se levanta com medo daquele mago e tenta sair de fininho.
— Onde pensa que está indo jovem?
— Ah, eu vou voltar para casa... estava perdido na floresta, mas acho que conheço aquela árvore torta ali, ela me parece familiar e creio que seja dali que eu vim. Obrigado pela ajuda mesmo assim! — Exclama, enquanto tenta disfarçar que estava completamente perdido!
Mesmo com esforço para se afastar dali, seu pé ferido o impedia até mesmo de andar. Dando uma olhada de canto de olho, ele repara que o homem não mas, estava ali. Will suspira alto achando que o homem havia ido embora , ele volta a olhar para frente, assim se depara como cara logo a sua frente. Aquele aparecimento repentino fez com que ele tomasse um susto e fosse derrubado.
— Hmm esse pé não está muito bom, deixe-me te levar até minha cabana para tratar esses machucados.
— Não precisa senhor, minha casa é aqui perto! — Exclama, enquanto gagueja.
— Chegaremos lá rapidinho, relaxa que não vou te fazer nada de ruim.
O homem pega Will e colocando-o em suas costas, ergue sua mão e usa uma magia lendária.
— Teleport
Após aquela situação ao menos estranha, os dois reaparecem próximo a uma pequena cabana mais ao fundo da floresta, como se tivessem sido teleportados para o local. O homem coloca Will em uma maca e vai em direção a uma prateleira pegar uma poção para curar o garoto. Enquanto o cara fazia sua busca, Will repara que aquela casa estava cheia de coisas como premiações, pedaços de criaturas que nunca tinha ouvido falar, diversos livros meio empoeirados e outras coisas jogadas a todos lados, mas uma daquelas coisas o chamou atenção devido a um nome que estava bordado no colarinho: “Deruzi”. Após finalmente achar o que procurava, ele se vira e vê o garoto emocionado.
— V-Voc-Você é o lendário mago Deruzi! Como ainda está vivo? Achei que tinha morrido.
— Eu morrer? Apenas me afastei daquele reino depois de ter me cansado de ter que lidar com aqueles nobres.
O mago então entrega a poção para o garoto.
— Posso mesmo? Essas poções são bem caras!
— Ahn.. pelas tuas roupas imaginei que seria um nobre, mas, por ter noção de preço das coisas, você é filho de mercador ou sua família se tornou nobre recentemente
Will pega e bebe a poção, assim suas feridas começam a se curar.
— A segunda opção!
— Bom, para você estar aqui, algo deve ter acontecido! Seria por você só conseguir usar o elemento água ou algo do tipo?
— Como você sabe disso? Você não vai me entregar para o reino né? — Responde, com medo de Deruzi obrigá-lo a voltar pro reino.
— Bom, você acha que o mago mais poderoso da história não consegue sentir poder mágico? Não quer voltar para sua família?
Will, ainda pensando naquele assunto, decidiu que era melhor confiar em Deruzi ao enfrentar novamente aquela floresta tenebrosa e o conta o que havia acontecido até agora.
— Boa história, mas, para cumprir esses objetivos, não acha que é algo muito difícil de realizar sem a ajuda de alguém?
— Independente das consequências, se é esse o meu objetivo eu vou conseguir.
— Não sendo oferecido, mas, se eu te ajudar, suas chances de conseguir podem realmente aumentar!
— Espera Deruzi, você pode me treinar para que eu possa me tornar um mago poderoso. — Questiona, animado com a possibilidade.
— Para mim basta eu poder te acompanhar para saber como vai alcançar esse objetivo, então sim, a partir de hoje você será meu aprendiz.
Will chora de emoção, Deruzi chega perto do garoto, olha nos olhos dele e pergunta:
— Mas primeiro qual é seu nome?
Will começa a rir a ponto de chorar, após um tempo e quase sem ar, ele fala:
— Não sabia que aceitava qualquer pessoa por aí que encontrava como seu discípulo sem nem lhe perguntar o nome! Risadas à parte, prazer meu nome é William Voborn!
Algumas semanas depois…
— Deruzi, quando irei aprender feitiços mais avançados? — Exclama, animado por ter o melhor mago como seu professor.
— Minha criança, porque você gostaria de aprender feitiços maiores que esses que lhe ensinei? Lembre-se que todos conseguem usar o elemento água, saber feitiços poderosos não vai te fazer mais forte que ninguém.
— Então como poderei me tornar um mago poderoso assim como o senhor?
— Primeiramente, domine seu elemento. Por conta da possibilidade de manipulações diversificadas, muitos magos se preocupam mais em aprender a maior quantidade de feitiços possível e se esquecem de dominar o elemento em si.
— Mas masterizar um elemento muda em algo?
— Claro que sim, quanto maior a proficiência mais eficiente será para lançar os feitiços e mais controle você terá sobre ele!
— Tá bom, mas o senhor vai me ensinar como controlar água, né?
— Se quer uma dica, é simples: sente-se na beira do rio e “sinta” a água; sinta seu fluxo, os seres que ali ficam, como se movem... sinta-os, compreenda-os e conseguirá controlar a água como bem quiser.
Will caminha em direção ao rio mais próximo e, como ele sugeriu. Se senta na beira e toca na água. Após alguns minutos, ele percebeu que aquilo não estava funcionando. Mostrando determinação, ele resolve se dedicar mais indo um pouco mais fundo, sentando-se no leito do rio até o nível do peito e ali fica por um tempo que, devido ao transe, horas se passam como Will continua ali.
Oito horas depois….
— Já estou aqui a horas, aquele velho deve estar louco, ficou gagá com a idade, sei lá.
Já era noite quando Deruzi finalmente começa a se perguntar se Will havia cumprido seu objetivo. Ele então decide ir até o lago que o garoto estava que, ao chegar lá, ele vê o garoto claramente irritado por algo.
— O que aconteceu jovem Will? — Questiona, já sabendo o que poderia ter acontecido
— Ou seu velho, eu tô a oito horas aqui e nada mudou — Exclama, estando claramente zangado com situação
— Você não conseguiu mesmo? Acho que você não tem afinidade com a água — Responde, parecendo querer provocar o garoto.
— Você fica nessa de fazer piadinha. Me deixando plantado aqui com a desculpa ESFARRAPADA de que eu tenho que sentir a água....
Enquanto Will reclamava, parecia que a água do rio começava a reagir aos seus sentimentos e flutuar ao seu entorno. Vendo aquilo, Daruzi dá uma risadinha de canto de boca, quando o garoto vê o semblante de seu mestre, o deixa mais furioso.
— Ah não, você ainda está rindo de mim!
— Jovens… Sempre impacientes, jovem Will olhe ao seu redor.
Ao deixar o "choro" de lado, Will começa a olhar a sua volta e uma grande quantidade de água estava ali, flutuando ao seu redor. Era como se esperasse somente um pequeno comando ou um pensamento, para que atacasse com tudo o motivo de seu aborrecimento. Ver aquilo, toda aquela água a sua volta, não parecia real, Will não conseguia crer que estava sendo feito por ele.
— Mestre, fui eu mesmo que fiz isso? — Questiona, muito emocionado. Aquilo estava fazendo com que Will reacendesse a esperança de ser grande mago.
— Claro que foi, jovem Will, a água é maleável, adaptável, ela sempre vai reagir a sua força de vontade e seus sentimentos. Nunca ouviu falar que magos com grandes objetivos são mais poderosos?
Os olhos de Will, se enchendo de brilho, ali percebia que sim, a esperança ainda estava viva. Já voltando para a pequena casa de Deruzi, tudo que ele queria era um lugar pra escorar e relaxar para que o cansaço não o atrapalhasse em seu treinamento. No dia seguinte, lá estava ele entusiasmado e pronto para continuar, o que viria ser uma rotina durante um tempo.
Meses depois…
— Mestre, creio que eu já consiga dominar a água. Já estou pronto para o próximo passo?
— Isso é você que vai me dizer.
Will já sabia o que aquelas palavras eram, significava que seu mestre iria testá-lo e, antes que percebesse, os dois já se viam em meio a floresta devido a um feitiço de teletransporte que seu mestre usou. O garoto ao olhar ao seu redor, percebe que aquela era a mesma clareira que ambos haviam se encontrado ao se conhecer.
— Olhe Will, aquele será seu adversário. Prove-me que já domina a água.
O garoto olha e vê que seu adversário seria um grande urso pardo que estava tomando água no riacho que ficava no meio da clareira. Will respira bem fundo, fixa seu olhar no urso e vai com tudo para cima da criatura. Sabendo que não conhecia algum feitiço, decide usar a água ao seu favor e, assim, neutralizar o urso que estava com duas patas dentro do rio. Iniciando o combate, Will começa a manipular a água de forma que ela formasse um tipo de algemas e prendendo o urso naquela posição já o urso, percebendo sua situação, começa a se debater para tentar se libertar das amarras. Aproximando-se do urso, Will manipula e molda uma bolha de água que flutuava ali próximo a ele. Era como se o rio e seus pensamentos já estivessem em sincronia. Ele então forma algo parecido com uma espada e parte para cima da criatura brandindo-a e cortando-a superficialmente.
— Will ficou mais forte, entretanto só isso não é suficiente para vencer. – diz Daruzi observando a situação atentamente.
O urso, em um ataque de fúria, usa toda sua força, assim quebrando as correntes. Então o grande besta vai com tudo na direção de Will, mas já prevendo sua reação, ele arremessa a espada, acertando o olho o urso. Não sendo o bastante para pará-lo, ele torna a reutilizar as correntes até conseguir imobilizá-lo novamente. Com isso a besta é derrubada e Will corre para aproveitar e finalizá-lo, sacando a espada que estava no olho do urso, ele pula em cima do urso e a enfia direto na garganta do animal, finalizando ali o teste.
— É, você está pronto.
— Creio que finalmente esteja pronto para um desafio de verdade!
— Como assim um desafio de verdade, Mestre? — Questiona, sem entender. Para ele, matar aquele urso já havia sido um grande feito!
— Estou a algumas semanas investigando uns mercadores, suspeito que estejam tentando atravessar algumas crianças pela fronteira para serem vendidas como escravas. Não acho que está preparado para essa missão, mas comigo lá você não precisa fazer nada além de observar.
— Ok, iremos salvar essas crianças então! Mas quando será?
— Primeiramente, temos que achar o paradeiro delas; já estou investigando a um tempo já, acho que em duas semanas já terei algo concreto. Como temos tempo sobrando, irei te ensinar sua primeira magia!
— Finalmente uma magia de verdade! Qual será? Criar um tsunami? — Exclama, enquanto estava tão animado que não parava de mexer.
— A magia é Quimic!
— O que raios essa magia faz? Não consigo imaginar qual seria o resultado dela.
— Basicamente essa magia é o tesouro da guilda dos mercadores, com ela você modifica as propriedades da água e dá a ela características extras. Com isso podemos criar poções, antídotos e outras coisas.
— Ah, nada de magia ofensiva? Magoei.
— Você pode não ter gostado, mas isso é um segredo de estado. Imagina se toda a população soubesse como se fazem poções, o caos estaria instaurado e seus produtores entrariam em falência.
— Ok, Ok, Ok. Como se usa essa magia?
— Não é muito difícil. Primeiro é necessário ter em mente qual poção fazer, sabendo disso, logicamente, saberá sua receita e ingredientes necessários como, por exemplo, um recipiente com água e alguma erva em especial ou coisa do tipo. Tendo tudo separado, é só lançar a magia e esperar que logo a poção estará pronta.
— Apesar de não ser um dragão ou um tsunami, ainda é magia útil e pode ser indispensável em certas situações.
— Foi uma explicação bem rasa, mas confio em você. Boa sorte e... Teleporte!
Em apenas poucos segundos Deruzi desaparecia da frente de Will, ficando ali só encarando uma árvore que antes seu mestre passava instruções para ele.
O garoto resolve começar logo com seu treinamento. Após correr e chegar em casa, Will pega o primeiro recipiente que vê, enche de água, pega algumas ervas das diversas que seu mestre cultiva em seu jardim e procura um local para começar seu experimento e começa a recitar a magia.
— Quimic
Mas, como era esperado, ele falha. Apesar do fracasso, Will não iria desistir tão fácil e continua tentando por várias vezes seguidas, mas água continuava na mesma, sem se transformar em uma poção.
Passados quatro dias inteiros de exaustivas e inúmeras tentativas apenas parando para dormir e comer, a água no jarro ainda continua água; nada havia acontecido. Já no quinto dia, já cogitando a desistência, ele resolve tentar mudar a forma como ele estava realizando a magia, fazendo uma mistura entre as ervas e a água do jarro e tentando, novamente, utilizar a magia e ver se deparava com alguma mudança.
— Quimic
Finalmente um progresso, a poção não havia falhado totalmente. Talvez fosse pela quantidade de ingredientes utilizados, mas, do que restou, não haveria o suficiente para concluir a poção. Mesmo tendo a opção de pegar do jardim do seu mestre, ele resolve ir atrás das suas próprias ervas, gastando alguns dias procurando por elas na floresta.
Quando retornou ao seu lar, já com uma boa quantidade de ervas curativas e ervas “perfume dos cegos” em sua mochila, ervas essas que eram famosas por cegar por um tempo os aventureiros desavisados que passavam por perto. E após isso, mais testes, falhas e pequenos acertos enquanto aperfeiçoava a técnica e a alquimia de suas poções…
Sete dias depois….
— Will? Retornei, está pronto?
— Estou mestre! — Exclamou, enquanto terminava de ajeitar sua pequena mochila.
— Conseguiu usar o feitiço que te ensinei?
— Consegui usar o feitiço, mas a taxa de sucesso ainda está baixa. Apesar de ter me falado o básico sobre, eu só consegui descobrir como ela funcionava alguns dias, algo que foi da maneira mais difícil possível com várias tentativas e falhas. Ao final de tudo fiz somente três poções.
— Só três? Quantos dias você demorou para descobrir como funcionava a magia?
— Demorei cinco dias, mas também não é de todo sua culpa, eu quis procurar minhas próprias ervas.
— Mas eu plantei essas ervas no jardim justamente para você usar!
— Faz todo sentido, pensei que cultivasse para usar em missões ou coisas do tipo.
— Mesmo estando velho, ainda sou o maior mago vivo. Por que precisaria de algo tão tipo isso? Deixando de lado essas conversas, vamos logo à nossa missão.
— Tudo bem, já separei tudo que preciso.
— Teleport
Em segundos, Will e Deruzi já estavam a quilômetros de distância da sua casa e próximos de uma espécie de caverna.
— Certo Will, vamos ao plano. Primeiro, vou fazer algo para distrair a todos e chamar a atenção dos mercenários lá dentro. Sua tarefa é entrar lá e liberar o reféns, tente não se arriscar e evite combates a todo custo. Lá dentro priorize procurar uma menina meio elfa de cabelos roxos, ela é filha de uma falecida amiga minha.
— Ok mestre! Uma dúvida, quando liberar os reféns, devo reuni-los em algum local ou só solto e peço para saírem da caverna?
— Mande eles saírem correndo em direção da floresta, creio que até lá já acabei com esse problema envolvendo os mercenários.
Então o plano é iniciado. Deruzi sai do meio dos arbustos e avista dois mercenários que estavam fazendo a guarda do local; eles seriam as primeiras vítimas da execução.
— Colocaram dois palermas para cuidar desse local?
— Que merda você está falando seu velho, sai fora daqui.
— Tá perdido, coroa?
— Realmente, por onde anda essa geração que trata os mais velhos com falta de respeito? Dá pra perceber que isso não é algo exclusivo daquele meu tolo aprendiz.
— Não se finja de surdo, seu velho. Fale logo o que está fazendo aqui a essa hora sendo que nunca o vi antes.
Logo Deruzi inicia se seu plano e, sem a menor piedade, lança uma magia chamada Faiadoragon, fazendo que dali do chão surja um grande dragão de fogo e partindo na direção de um deles que logo é acertado e nocauteado ao chão.
— Vá chamar seus reforços, creio que irão precisar.
O mercenário se tremendo de medo abre a porta e grita por reforços; em questão de segundos um batalhão de mercenários aparecem para impedir Deruzi. Quando todos estavam reunidos, o mago dá o sinal à Will indicando que agora era o momento de se infiltrar no local.
— Smoke screen
Após aquelas palavras, uma grande cortina de areia é erguida, assim dando a abertura que Will precisava. O jovem mago então corre pela cortina e por pouco consegue entrar na base. O local parecia uma pequena prisão, três corredores cheio de celas e uma porta que parecia ser a sala do dono de lá.
Quando planejaram o ataque, Deruzi havia falado que haveriam diversas pessoas por lá e que ele deveria salvar a todos enquanto seu mestre trabalhava na distração. Verificando o local, Will percebe que todas as celas tinham em média 5 crianças; não seria fácil, mas ele tentaria de tudo para o plano dar certo. Percebendo um barulho estranho, uma criança vê alguém diferente e corre para a grades para pedir ajuda, mas, antes que começasse a gritar, Will corre e tampa a boca da menina:
— Xiii não grite. Avise aos seus amigos que vim aqui para salvá-los — Exclamou, tentando manter o seu tom de voz o mais baixo possível.
A criança sem entender muito bem a situação apenas acena com a cabeça e indo para atrás e avisa seus amigos sobre como prosseguir.
— Antes de você ir, preciso de favor seu! Tem um pote com água ou algo do tipo com que eu possa usar?
A criança corre para o fundo da sela e pega um pote de água. Percebendo algo estranho acontecendo, as outras crianças começam a se aproximar para olhar. Will pega o pote de água da mão da criança e molha a fechadura.
— Tomara que dê certo, se modificar a água dentro da fechadura, então…
Treck! Com a fechadura aberta, as crianças saem com os olhos cheios de lágrimas.
— Vão em direção da floresta, meu mestre irá encontrá-los
Mas, antes de sair, a criança que tinha dado o pote para Will dá um abraço na perna dele e diz:
— Obrigada Tio! — Agradece ainda com lágrimas em seus olhos.
O rapaz faz um carinho na cabeça da criança e devolve o agradecimento.
— Eu que agradeço pelo pote.
Passando alguns minutos abrindo cela após cela, Will libera a todos que estavam por ali nos três corredores. Na abertura da última cela, ele percebe que não havia encontrado a tal criança de cabelo roxo. Conferindo as outras celas e ainda assim não a encontrando, só havia um lugar onde ela poderia estar: aquela porta no fim no corredor. Will se aproxima da porta desejando com que ela esteja lá e de preferência a só. Abrindo a sala e olhando envolta, ele finalmente encontra o que tanto procurava: uma garota da sua idade, de cabelos roxos. Para sua surpresa, ao lado da pequena gaiola que a prendia, estava ali sentado aquele que parecia ser o chefe dos mercenários.
Will olha para aquele brutamontes adormecido e começa a bolar o plano de resgate final. Com o maior cuidado, ele avança em direção à garota e faz um sinal para que a garota ficasse calma e evitar fazer movimentos bruscos. Já perto dela, ele molha e manipula a água dentro do cadeado como fez anteriormente e abre a gaiola, pedindo com a garota começasse a sair de lá vagarosamente. Will aponta para a saída e deixa que vá na frente, mas, antes que dessem qualquer passo, uma mão gigante em forma de soco vai em direção da garota.
Will percebe o golpe e se joga na frente tentando proteger a tal criança, assim sendo golpeado no lugar dela e jogado na parede que, mesmo machucado, grita:
— Sai! Corre!
A garota saiu correndo, o brutamontes havia acordado e estava sedento por sangue. Na tentativa de pegar a jovem, o mercenário dá uma investida em sua direção, mas, se recuperando do impacto, Will se levanta e segura a mão do mercenário. Em reação, Will é arremessado com tudo para fora da sala, mas se levanta pronto para outra; já a elfa, com o resto de energia que lhe sobrava, passa ao seu lado e continua a correr em direção à saída
— Siga o corredor e fuja em direção à floresta, lá você encontrará outras pessoas e meu mestre estará lá te esperando!
Com esse problema resolvido, Will poderia se concentrar somente na batalha. Dito isso, ele reúne a água que havia sobrado do pote e a transformando em uma adaga e volta a sala onde o sanguinário mercenário já o esperava:
— Só tem um jeito de eu sair vivo daqui, vamos nessa.
Will vai correndo na direção dele e o mercenário retribui tentando acerta-lo, usando sua adaga o jovem mago consegue defendê-lo, mas em contrapartida a adaga de Will é desfeita na mesma hora. Com a adaga desfeita, Will teria que pensar em um plano B e, por isso, faz um checkup mental do seu inventário e o que teria a seu dispor a sua volta; lembrando das poções de cegueira que havia lhe sobrado na mochila, ele refaz sua adaga com o que havia sobrado mais parte do líquido da poção, assim o plano seria cortá-lo em algum lugar e deixar a poção agir.
Assim que o combate foi reiniciado, Will tinha o único objetivo de cortar aquele cara em algum lugar e deixar o veneno agir e, ao final, dar o um golpe certeiro. Investindo contra ele, Will tenta um ataque frontal, mas, por ser mais rápido, o mercenário desvia e acerta um gancho no rapaz e com isso ele foi arremessado para cima. Só que desistir não era opção, então arremessa a adaga, mas de forma simples o mercenário se defende usando seu braço. Will então começa a descer e sem poder fazer nada, toma um golpe em cheio na barriga e é arremessado novamente na parede.
— Merda! Ele é mais rápido do que eu esperava, vou ter que tomar uma poção de cura.
— Para acabar com você, nem vou precisar usar magia. – diz o mercenário, desdenhando do garoto.
— Se está tão confiante, vem para cima.
O brutamontes, começa correr para cima de Will.
— Isso tem que dar certo.
O garoto terminou de tomar sua poção de cura e pega sua última poção de cegueira, refaz a adaga e tenta novamente seu ataque frontal, mas, por conta de sua experiência, o brutamontes esquiva e agarra o moleque pelas mãos, içando-o pelas mãos e diz:
— Acha mesmo que a mesma tática funcionaria comigo de novo? Suas investidas são muito previsíveis, me surpreende que tenha conseguido chegar até aqui vivo!— diz com uma risada histérica no final.
Com o esforço do mercenário, Will solta a adaga envenenada no chão e que logo se torna uma poça de água com veneno. Em um último esforço, ele começa a pensar em maneiras de se salvar e, de súbito, a imagem da poça logo abaixo dele vem à cabeça que, como esforço final, começa a manipulá-la por trás do mercenário e assim diz:
— Vou te mostrar como EXATAMENTE cheguei a você nesse estado.
— Ótimas palavras, garoto ousado! Vamos acabar logo com isso.
De repente uma poça de água voa na cara do mercenário, que logo fica sem entender aquela situação. Mas, logo sua visão começa a esmaecer e escurecer que, devido à súbita cegueira, solta o moleque e diz:
— Não tô conseguindo ver! Que merda você fez comigo?
— Poção de cegueira, nunca ouviu falar? Achei que com sua experiência toda saberia o que é um simples veneno como esse.
E para completar, Will dá um pulo e acerta um chute na cara do mercenário, derrubando-o no chão. Mesmo vencendo a luta, o garoto ainda cai no chão com tudo, assim machucando seu braço. O mercenário cego se levanta e tenta procurar o garoto, Will tenta se levantar para fugir, mas não tinha força no seu braço possivelmente quebrado.
— Você é inteligente garoto, mas você caiu no chão com tudo, mesmo cego conseguirei te achar.
Então Will começa a se arrastar em direção a saída e o mercenário, em resposta, começa a pisar no chão com tudo procurando o garoto. Will tentava se arrastar, enquanto o mercenário se aproximava cada vez mais e, quando um dos seus pisōes iria acertar o garoto...
— Ventus hastam
Uma lança de vento voadora acerta o ombro do mercenário, sendo derrubado na hora.
— Will, te disse para você evitar de entrar em combate — Exclamou, irritado com a ação de seu pupilo.
Observando a situação, o seu aluno sim estava bem machucado, mas o mercenário parecia não conseguir enxergar e estava um pouco machucado. Enquanto Deruzi observava ao seu redor, a garotinha de cabelo roxo sai de trás do mago.
— Ele lutou porque eu estava presa na sala do mercenário.
— Oh minha Elfinha, não defenda ele.
Deruzi vai em Will, pega uma poção de cura e dá a ele tomar. Mesmo estando bravo, ele resolve fazer algo diferente do que Will esperava.
— Bom trabalho, você se saiu bem. Vou te mandar para casa, irei só levar as crianças e depois vou cuidar de você.
— Ah, obrigada pela poção e por me salvar.
— Não precisa agradecer, eu que me desculpo por não conseguir conversar com você direito! Mas a gente se vê outra hora — Respondi, tentando manter um sorriso no rosto, mesmo não se aguentando de dor.
— Vamos indo Will?
— Mestre, antes de ir deixa eu fazer uma coisa?
— Diga meu jovem.
— Ei brutamontes, para te vencer nem precisei usar todas as poções! Imagina se tivesse?
Deruzi então caiu em gargalhada, enquanto o mercenário tenta se levantar, mas percebe que não tinha forças para.
— Até daqui a pouco Will, Teleport.
Capítulo 5: Águas da mudança
Após ter chegado em casa novamente, Will estava todo machucado, mas ainda conseguia andar um pouco, pelo menos o suficiente para se jogar no sofá e esperar por seu mestre retornar. Passado um tempo, Deruzi aparece e começa a tratar seus ferimentos.
— Mestre, sempre teremos missões assim?
— Teremos outras missões, mas não como essa. Tentarei ser mais cauteloso quando for te levar.
— E quando vai me ensinar uma magia ofensiva, mestre?
— Dê tempo ao tempo, meu jovem. Não é como se não fosse te ensinar, mas momento certo você irá aprender. Por enquanto foque em se recuperar e dominar seu controle sobre água.
— Ok mestre!
Alguns meses depois…
Will estava meditando perto do lago e, sabendo onde o menino passava a maior parte do seu dia, Deruzi vai lá conferir como o treinamento estava procedendo. Chegando ao lago, Deruzi percebe algo estranho no local: algumas partículas de água estavam flutuando ao seu redor.
— Oh, você melhorou bastante seu controle! — Exclama, impressionado com seu aluno.
— Nem tanto mestre, há algum tempo venho focando na quantidade de água manipulada simultaneamente, até tentei aumentar a distância aumentando o espalhamento, mas confesso que está complicado.
— Fique tranquilo, vejo que já evoluiu bastante! Acho que está na hora de você aprender outro feitiço.
— Finalmente!! — Responde, quase pulando de alegria.
Alegria era tanta que a distração faz com que as diversas gotículas de água flutuantes se dispersem e caiam novamente no chão.
— Bom, esse é mais fácil que o Quimic. Preste atenção!
Deruzi então se posicionou na frente do lago.
— Mizu no ya.
Então um grande arco e flecha de água é criado em suas mãos, Deruzi puxa a corda do arco e atira a flecha. A flecha, em alta velocidade, acerta uma árvore do outro lado lago e se desfaz passando alguns segundos. Ao ver a magia Will fica animado e se levanta.
— Usar esse feitiço tão poderoso quanto esse não seria apelação, mestre? — Exclama, quase não contendo sua animação.
— Daqui duas semanas teremos outra missão, acho interessante você conseguir se defender sem ter que depender somente de uma espada feita pela água a sua volta.
— Outra missão... O que vai ser dessa vez?
— Uma Masmorra surgiu recentemente, acho que será uma boa experiência para você.
— Duas semanas depois, pode deixar o mestre.
Posicionando no mesmo local que seu mestre estava, Will fecha os seus olhos e sente a energia a sua volta... após alguns segundos de concentração, ele abre os olhos e diz em um tom confiante:
— Mizu no ya.
Do mesmo jeito que aconteceu com Deruzi, um arco e uma flecha de água são criados nas mãos do Will que, com toda sua força, dispara a flecha na mesma direção de seu mestre. Mas sua flecha não chega nem perto de onde ele queria.
— Muito bem Will, obviamente não estaria no mesmo nível que a minha, mas só de conseguir cria-la já está ótimo.
— Mestre, como faço para que fiquem mais poderosos ou cheguem ao seu nível?
— Não há um meio específico para melhorar, mas creio que o entendimento e a repetição sejam as chaves para isso acontecer.
— Certo, irei incluir essa magia ao meu treinamento.
Duas semanas se passaram, Will continuava seu repetitivo treino e Deruzi, apesar de não acompanhar seu pupilo diariamente, agora começava a aumentar a frequência e verificar como o domínio da nova magia estava indo e se ainda lhe restava alguma dúvida ou dificuldade até a data de sua nova missão, algo que, na visão dele, o garoto estava pronto.
— Arrumou tudo?
— Três poções de veneno, uma de cegueira e cinco de cura! Tô pronto mestre.
— Então vamos, Teleport.
Em questão de segundos, os dois foram teleportados para a frente de uma masmorra.
— Ai, ai... nunca irei me cansar disso!
— Agora cuidado, garoto. Fique perto de mim!
— Entendido mestre.
Os dois, então, entram na masmorra. Ela tinha um design parecido com uma prisão subterrânea abandonada; em geral, as masmorras surgiam em áreas de grande densidade magia, servindo como um meio de desvio/uso do excedente das partículas mágicas de uma certa região, tomando as mais diversas formas: de cavernas congeladas à palácios.
Devido a escuridão, Deruzi cria uma pequena chama em suas mãos que serviria como iluminação e logo caminham por um tempo até finalmente achar uma criatura; havia um esqueleto que estava de guarda logo a sua frente. Para prosseguir, Will agacha e começa a assistir os movimentos daquele guarda... a melhor forma de neutralizá-lo seria atacando de forma rápida e efetiva e logo se posiciona para usar a o feitiço que tinha aprendido a pouco tempo:
— Mizu no ya.
Will cria seu arco e flecha e puxa com uma quantidade razoável de força, a flecha voa e acerta o esqueleto em cheio e ali cai todo desmontado na mesma hora.
— Bom trabalho, meu jovem.
Após isso, ambos continuam o trajeto; durante o caminho eles encontram mais uns três esqueletos que rapidamente foram derrotados por Will.
— Will, às masmorras costumam ser difíceis; os monstros normais que encontramos ao decorrer que andamos por aí têm força proporcional ao monstro chefe, algo que só aumenta de acordo com o que descemos por esses túneis e nos aproximamos ao seu centro. Caso apareça um monstro que julgar. Estamos adentrando mais na masmorra, quando encontramos um monstro mais forte, tenta atirar diversas vezes na criatura até acabar sua magia.
Depois de alguns minutos, aparece um golem de pedra, a criatura estava no final do corredor. Will então vai para o começo do corredor e começa seu ataque.
—Mizu no ya.
Will invoca seu arcos de água, é começa atirando uma flecha no golem. O golem então é acertado no ombro, ele então vê o garoto e tenta correr até onde ele estava. O jovem mago então volta seu ataque, e dispara duas flechas de formas seguintes, acertando uma no peito e outra no ombro. O golem não parecia que iria parar, Will então atira mais uma flecha acertando novamente o peito do golem.
— Will, mire no ponto fraco dele.
O jovem mago então, fecha seus olhos, se concentra, puxa a corda do arco com toda sua força, e dispara, a magia então se desfaz. A flecha voa na direção do golem e acerta sua cabeça em cheio, assim derrubando o golem.
— Cinco flechas, esse é meu limite atual.
— Não está ruim!
Os dois então seguem o caminho a procura de mais monstros, ao andar eles percebem que havia pouco monstro. Deruzi então percebe que algo estava errado, para já deixar Will alerta ele resolve explicar sobre as armadilhas nas masmorras.
— Will, algo muito importante sobre as masmorras são as armadilhas.
— Uhhh. — Responde, com total desatenção!
— Existem vários tipos de armadilhas, areia movediças, sala com vários monstros etc… Mas o mais perigoso entre elas.
— Mestre achei um cristal azul — Exclama, ignorando totalmente a explicação de Deruzi.
O garoto então vai correndo para o que parecia com um cristal, cravado na parede do masmorra
— Como é que vou tirar isso daqui?
— Will não toque nisso!
Mas já era tarde demais, antes de Deruzi completar sua frase, Will encosta no cristal, tentando retirá-lo da parede.
— Por que mestre? Esse cristal deve ter umas propriedades mágicas né?
O cristal então começa brilha, com uma sinistra luz vermelha, e antes de ele ser ativado.
— Mestres, o que tá acontecendo? — Questiona, morrendo de medo com ovque iria acontecer.
— Fique tranquilo Will irei te encontrar!
Então em segundos Will desaparece, ele havia tocado em portal de teleporte, era um tipo muito raro de cristal, que só aparecia em masmorras. Ele teleporta quem o toca, para um local aleatório ou um local pré-determinado dentro da masmorra.
Will então aparece em uma sala escura, ela parecia ser bem larga, muito diferente de toda aquela masmorra que era em boa parte corredores, e mais corredor. Em poucos segundos lá, ele percebe uma respiração ofegante à sua frente, como se alguém tivesse lutado por um pouco tempo, e havia parado para descansar. Will então se move para trás lentamente, na esperança de não precisar enfrentar aquela criatura, mas ao se mexer ele escuta:
— Light Sword.
Uma espada de luz então vai em sua direção, iluminando toda a escuridão do local, a espada era rápida, mas sem muita dificuldade Will desvia, então novamente ele escuta aquela voz:
— Illuminate.
Então a aquela grande sala se ilumina, Will finalmente consegue ver quem era seu adversário.
— Navi!
— Oh, você ainda está vivo?
— O Reino está aqui então!
— Você não me interessa, não sei como chegou aqui, mas vá embora.
— Você não se interessa por gente fraca, né Navi?
— É princesa Navi para você, sinceramente já chega garoto, eu mal sei seu nome para, ter interesse por você.
— Então vou fazer você saber ele Mizu no ya.
O arco de água de Will estava pronto para combate.
— Então é isso que você quer? Vai aprender a respeitar a realeza Light Sword.
Navi então invoca uma espada de luz, que fica voando à sua volta. Will então começa o combate lançando uma de suas flechas com toda força, mas com um simples golpe usando sua espada a fecha é destruída. Navi então parte para o ataque, correndo em direção ao garoto ela lança sua espada na direção dele, Will então dispara uma flecha, e ao contato tanto a espada quanto a flecha são destruídas. Navi continua seu ataque e sem recitar sua magia, mais duas espadas são criadas, já perto do garoto ela posiciona uma espada para atacá-lo por trás e outra pela frente. Will dá um grande salto atirando uma flecha em cada espada, mas diferente da última vez a espada não é destruída, diferente das tuas flechas. Então Navi dá o comando para suas espadas continuarem o ataque, e sem muito opção Will dispara sua última flecha, assim destruindo uma das espadas. Mas a outra continua e corta superficialmente o ombro do rapaz, Will então cai de forma segura no chão, entretanto com o ombro sangrando.
— Já chega garoto, eu poderia ter te matado naquela hora!
— Se quer que eu pare, vai ter que me matar!
Will, então percebeu que para derrotar uma das espadas eram necessárias duas flechas, e cada vez que ela usava a magia ela poderia invocar no mínimo três espadas. A longo prazo ele não tem chance de derrotá-la, tenho algumas poções, mas ela não está o subestimando igual aquele mercenário, aquela seria uma dura batalha.
— Mizu no ya.
Will invoca seu arco, e sem muita enrolação dispara uma flecha na espada, assim a destruindo.
— Você só está estendendo essa luta, Light Sword.
Navi volta a correr na direção de Will, ela invoca as três espadas de uma vez, e dá o comando para duas delas irem para cima do garoto. O jovem mago então se movendo para o lado desvia das duas espadas que são gravadas no chão, mas Navi empunhando a última, estava na sua frente pronta para apunhalá-lo. Will sem hesitar usa seu arco e consegue parar o golpe de Navi. Ela novamente dá o comando e uma das espada sai do chão direto no chão direto no rosto de Will, que dando um salto para trás consegue sair só tomando um corte na bochecha.
— Merda, minhas flechas não serão o suficiente, o único jeito de eu conseguir ganhar dela e ter uma magia mais forte ou equivalente. Meu mestre me disse, que sabendo como funciona a magia, posso usá-lá. Então tá na hora de testar essa teoria, ela condensa sua magia em forma de uma espada, logo é só copiar.
Will então fecha os olhos, para se concentrar. Navi observa aquela cena e fala:
— Desistindo? É tarde demais para isso.
Navi então vai para finalizá-lo, e no momento que a espada vai cortá-lo. Will deves seu arco, e uma grande quantidade de água se forma num único ponto, então ela se molda em uma espada. O garoto segura e sem muito enrolar rebate o golpe de Navi, a princesa fica surpresa com o que havia acontecido, mas isso não impede de continuar seu ataque. Ela então chama a sua outra espada e agora segurando as duas ela começa seu ataque.
— Pelo o que percebi, ela consegue controlar duas espadas de forma remota, ela provavelmente usar a terceira espada como ataque surpresa.
Navi então distribui uma série de ataques, Will com dificuldades se defende de todos os golpes. Navi então se afasta e diz:
— Copiou minha magia? Agora sim você me deixou interessada.
— Não achava que eu era capaz disso? Pois eu acabei de criar essa magia, o nome dela vai ser Aqua Gladius.
— Não importa o nome dela, você será derrotado aqui e agora!
Navi com uma investida furiosa, vai para cima do jovem mago, mas Will já tinha pensado em uma estratégia. Ele pega uma poção de veneno e joga para cima, a princesa então com toda sua força tenta o golpear. Will então se retorna o golpe, assim as três espadas se chocam com tudo, fazendo com que as três sejam destruídas. Para o azar do garoto esse era o plano da Navi, ela então chama sua última espada, que logo já chega em sua mão. Will se joga para trás e fala:
— Mizu no ya.
Ele então pela última vez invoca seu arco e atira uma flecha, a poção que ele havia jogado já estava na altura que Will tinha calculado. A flecha então acerta a poção, assim quebrando e absorvendo o seu conteúdo, assim se tornando uma flecha envenenada. Sem conseguir reagir de forma rápida, Navi acaba tomando a flechada no ombro, mas para não sair no prejuízo, mesmo estando relativamente perto, ela arremessa sua espada. Will não conseguia desviar daquele golpe, e não conseguia acertar duas flechas na espada.
— Merda de novo nessa situação!
A espada chegava perto de Will, mas antes de acertar, Navi da outro comando, para que a espada o golpeasse com um corte cruzado, é assim e feito. Will cai no chão, mesmo aquele corte sendo um ferida complicada, se a espada o apunhalasse ele morreria com toda certeza.
— Teve misericórdia princesa?
— Já tive em outras duas oportunidades.
— Bom você vai se arrepender dessa misericórdia! Sabe essa flecha que você tomou? Ela tinha veneno, não vai te matar mas te deixará bem fraca.
— Então foi isso que você jogou para cima? Se logo eu irei perder minhas forças, é melhor acabar com isso agora.
— Vamos nessa princesinha! Aqua Gladius.
Will invoca sua espada, e começa. Sua investida contra a Navi, que a mesma se chama sua espada de volta para sua mão e se defende. O garoto desfere uma série de golpes. Mas a princesa não se intimida, assim começando uma troca de golpes entre os dois. A Cada golpe Will perdia muito sangue, mas por contrapartida o veneno já estava começando a afetar Navi.
— Vamos acabar com isso princesinha
Ele então recua, pega impulso e vai para cima, Navi então se posiciona para defender. Então no choque das espadas, o vencedor é Will! A espada de Navi então se desfaz com o choque, assim dando oportunidade de o garoto finalizar a princesa. Entretanto o jovem mago, resolve dar um golpe cruzado, do mesmo jeito que a Navi. A garota cai no chão sem conseguir se mover, Will então chega ao lado da princesa.
— Parabéns plebeu você ganhou.
Will então se agacha, pega uma das suas poções, abre ela e dá para a Navi beber. Depois de beber tudo, sem entender as ações do rapaz, a princesa questiona:
— Você não ia me matar? Por que está me dando uma poção de cura?
— Eu quero muito acabar com você e com seu reino, mas você teve tres oportunidades de me matar, acho justo deixar você viver. Essa poção só irá reduzir sua dor e os efeitos do veneno, então estamos quites.
— Gust of wind from the wind goddess.
Então uma rajada de vento, em alta velocidade é lançada, acertando Will em cheio e o jogando para longe.
Um mago com cerca de dezesseis anos, surge, e ele estava pronto para fazer de tudo para resgatar a princesa. O garoto mesmo muito ferido, se levantou e com toda sua garra falou:
— Mizu no ya.
Seu arco era invocado, mas logo em seguida dez outros magos com mesma idade do primeiro mago.
— Proteja a princesa a todo custo.
Então todos os magos começam a conjurar suas magias com um único alvo. Então todas são lançadas ao mesmo tempo, sem opção atira uma flecha, mas a mesma não adianta de nada. Sem força, o garoto começa a perder a consciência.
— Que merda.
Mas um segundos antes de Will ser acertado, Deruzi surge e usa uma magia para proteger seu aluno.
— Great barrier reef.
Uma parede de água defende Will de todos os ataques.
— Vários magos estudantes, querendo atacar uma criança?
Todos os estudantes ficam impressionados ao ver o maior mago de todos os tempos, na sua frente. Mas um dele teve uma reação diferente, o primeiro mago que havia chegado no local, fica irritado com a presença daquela pessoa.
— Você! Deruzi eu vou te matar!
— Troy e você?
— Sim sou eu o filho do homem que você matou.
Will naquele momento já estava desacordado, para Deruzi seria fácil ganhar de todos aqueles estudantes, mas o seu aluno precisava ser curado o mais rápido possível. Ele tinha que fugir de lá, mas precisava de um plano, Navi que estava deitado percebeu que Deruzi, estava hesitante, então ela decide dar a ele uma oportunidade de escapar. Então a princesa finge um desmaio, assim desativando sua magia Illuminate, fazendo que a sala ficasse toda escura.
— A garota fingiu um desmaio e desativou sua magia? Uh nem todas a realeza e corrupta é final, Teleport.
Alguns dias depois na casa dos Voborn
— Olha amor, recebemos uma carta!
— É oque diz nela?
— Voborns, não posso me identificar mas veio por meio desta carta, os informar que seu filho William Voborn, está vivo! E acho que ele terá um grande futuro, ele é atualmente discípulo do mago Deruzi!
Ao ler isso os olhos da mãe e do pai de Will se enchem de lágrimas, saber que seu filho estava vivo era o que ele mais pensava nos últimos meses.
Arc do reino dos elfos
Capítulo 6: Água estrangeiras
Algumas semanas depois...
— Will, como estão as tuas feridas?
— Estão melhorando.
— Tenho uma viagem longa para resolver alguns assuntos pendentes, creio que não teremos lutas ou qualquer tipo de confusão por lá. Está afim de ir junto?
— Longa quanto?
— Pode durar até um ano.
— Mas para onde vamos?
—Para o reino do Elfos!
— Sério?? Preciso um dote, aprender a falar a língua deles ou algo do tipo?
— Não precisa de nada, a maioria dos elfos já sabem falar nossa língua.
— Ok, então eu aceito ir.
— E lá vamos nós! Teleport.
Em questão de segundos, os dois aparecem na frente do portão do reino.
— Will, pegue esse capuz e coloque-o. Por mais que os Elfos sejam bem mais tranquilos em relação aos estrangeiros no reino deles, iremos a um lugar um pouco mais complicado.
Os dois colocam o capuz e passam pelo portão. Enquanto caminhavam, Will olhava a sua volta, enquanto caminhava, mais maravilhado ficava pela riqueza da cidade mesmo longe do castelo; as casas eram todas bem arquitetadas, nem parecia a plebe de um reino. Depois de 10 minutos caminhando, Deruzi sinaliza para seu aprendiz entrar em uma taverna próxima a uma esquina. Entrando no local, a atmosfera de lá era totalmente diferente do que podia imaginar, era um ambiente calmo e nada hostil, parecia bem mais uma casa de um nobre do que uma taberna.
— Garçom, dois lugares e um copo de água para o garoto.
Os dois se sentam e logo depois o garçom traz o copo para Will. Alguns minutos depois, três mercenários encapuzados aparecem na porta da taberna. Ao verem Deruzi, ambos pegam uma cadeira e se sentam juntos a Deruzi.
— Mestre, quem são eles?
— Você agora cuida de crianças, Velhote?
— Já cuidei de vocês antes, devo ser bom nisso!
— Não é o que me lembro! Mas diz aí, o que precisa.
— Tenho alguns negócios para resolver no castelo, mas tem muitos infiltrados no reino.
— Realmente vai querer usar a nossa entrada secreta?
— Sim.
— Ok. Daqui a cinco minutos, nos encontre lá nos fundos.
Os mercenários se levantam e saem da taverna.
— Mestre quem eram eles? Não daria para entrar lá com sua magia?
— Eles eram um pessoal que já trabalhei no passado e, até mesmo para mim, a magia têm limites. Há um bloqueio para magias de tipo espacial por todo o castelo, não conseguiria nem chegar perto com o teletransporte.
— O que raios temos para resolver no castelo?
— Você vai ver, vamos indo então.
Os dois se levantam e saem deixando apenas algumas moedas em cima da mesa e seguem para onde os mercenários estão. Indo ao fundo daquele bar, eles caminham em direção a uma parede de pedras onde já havia um dos mercenários esperando.
Aproximando dele, o mercenário aperta uma pedra específica e logo uma porta aparece e indica para os dois entrarem naquela cavidade recém aberta na parede.
— Obrigado.
— Não tem de que velho, já estávamos te devendo mesmo, mas cuide bem do garoto.
— Pode deixar.
Entrando naquela porta, se deparam apenas com uma grande escadaria e, logo em seguida, a porta desaparece atrás deles e, ao passar dos dez mais longos minutos de suas vidas, seguem subindo aquela torre pela tal escadaria misteriosa. Já no final, eles veem mais uma porta que, quando abrem, saem em uma armário cheio de roupa e caindo no chão logo em seguida aos pés de um guarda que estava próximo de lá.
— Quem são vocês? De onde saíram?
Deruzi dá um sinal para Will tirar o capuz, mas o garoto sem entender qual sinal seu mestre havia dado, o jovem imagina que era sinal para ele começar o combate.
— Aqua Gladius
Will invoca sua espada de água e, mesmo não estando completamente pronta, vai para cima do guarda que, em resposta, se prepara para se defender:
— Magia de manipulação de terra…
— Às vezes eu me impressiono com sua inteligência Will, Teleport.
O garoto é teleportado para a mão de Deruzi, que o segura pelo braço e em seguida tira o capuz do rapaz e diz:
— Desculpe, falta autocontrole ao meu aprendiz.
Deruzi então tirou seu capuz e o guarda já havia entendido o que estava havendo ali.
— Senhor Deruzi? Desculpe-me pela insolência, a rainha o espera.
Deruzi coloca o garoto no chão e segue andando, todos os guardas que passavam por ele o cumprimentavam. Até que finalmente chegam em frente a uma porta dourada. o mago bate na porta e de dentro escuta a resposta:
— Pode entrar.
Os dois abrem a porta e lá veem o rei e a rainha dos Elfo, duas garotinhas e uma outra mulher.
— Seja bem vindo Deruzi.
— Obrigado por me receber majestade.
— Oh, quem é esse rapazinho com você?
Will então reverencia a rainha, surpreendendo Deruzi com a ação de seu pupilo.
— Desculpe a intromissão majestade; prazer sou William Voborn e atualmente sou aprendiz do Deruzi. — Exclama, agradecendo seus pais por saber como agir diante a realeza.
— Que incomum, o maior mago da história resolveu ter um pupilo!
— Aconteceu, mas vamos para o que interessa: tem alguém que pode ficar com Will?
— Tem Sim! Lilian, nosso convidado pode ficar ao seu cuidados?
Uma das meninas então vai a frente e diz:
— Sim senhora, vossa majestade!
Lilian então pega a mão de Will e o puxa para fora da sala. Os dois começam a andar sem rumo pelo castelo e Will, por conta de sua curiosidade, começa a reparar que tanto a rainha quanto a duas garotinhas são elfos negros algo que era completamente estranho quando se compara aos elfos que estavam por toda a cidade.
— Então garoto, me conta aí: o que você fez para conseguir ser aluno do Deruzi?
— Bom, em resumo eu sou só uma pessoa peculiar e, pelo jeito, o velho também gosta de coisas peculiares. — Responde, sem muita intenção de contar sua verdadeira história.
Os dois continuam caminhando por um tempo e quanto mais conversam, mais curioso Will ficava sobre a origem da elfa. Como estava pouco atrás da elfa, o garoto encarava ela a procura de algo que poderia explicar a origem ou a diferença entre ambas raças, algo que não muito depois a elfa percebe esse movimento de Will, era como se fosse um frio na espinha ou algo do tipo. O jovem mago não conseguia evitar tamanha estranheza, Lilian era uma pequena Elfa com a pele negra, cabelos brancos como a lua, olhos rosas como uma Dália-singela.
— Oii... se apaixonou por mim ou tem algo contra?
— Até o momento, apenas uma pergunta.
— Essa reação é por que encarei demais?
— Talvez... vamos fazer o seguinte, eu tiro suas dúvidas e você me ajuda com um problema que eu venho tendo.
— Ok... enquanto andava pela cidade, vi vários elfos de pele branca como aqueles ali andando pela rua, mas nenhum elfo negro. Pode parecer meio rude da minha parte, mas a pouco tempo atrás eu nem sabia que vocês existiam; seria muito perguntar sobre sua origem?
— Bom... a história é longa, mas nosso atual rei, ao assumir o trono, quis fazer uma mudança drástica na nossa sociedade; antes os elfos negros viviam na parte mais escura e escondida da floresta, mas querendo unificar as espécies, o rei junto à antiga princesa dos elfos negros organizaram e realizaram diversas reuniões promovendo a paz e união entre espécies até chegar à situação que estamos atualmente. Inclusive, tendo também a união pelo casamento entre a realeza.
— Então aquela mulher que nós encontramos antes era a rainha. No final das contas, se tratou de um casamento político ou se apaixonaram antes disso acontecer?
— Um pouco dos dois, alguns dizem que eles se casaram depois que a princesa engravidou do rei.
— Mas e você, Lilian? O que é deles?
— Poderia me chamar de Lily, me chamar pelo nome tá ficando chato já. Eu sou filha da irmã mais nova da rainha.
— Ah! Tudo faz sentido agora. Só mais uma: você sabe por que o Deruzi está aqui?
— Não exatamente, mas pelo o que sei a princesa tem uma magia muito poderosa, aí o Deruzi vem periodicamente para acompanhar a evolução dela.
— Dúvidas sanadas então vamos ao pagamento: para o que você precisa da minha ajuda?
— Como você é aluno do maior mago da história, imagino que você saiba um pouco de magia; gostaria que me ajudasse a entender minha magia.
O Lily para de andar e abre uma porta de um lugar que semelhante a uma arena de combate. Os dois entram na sala, cada um vai para um lado daquele espaço.
— O que você precisa de mim exatamente?
— Apesar de ser uma das magas mais fortes daqui, minha magia não tem sentido.
— Como assim?
— É meio difícil de explicar, é mais fácil você ver.
— Tudo bem, mas pega leve hein!
— Ok, vamos lá.
Will e Lily se encaram, respirando fundo e assim é iniciado o combate.
— Magia de manipulação de terreno, Wild Ring.
— Mizu no ya
A arena então começa a mudar... se torna menor e se divide em quatro partes, uma de fogo, outra de água, vento e terra. O arco de água era feito.
— Imbuens
Já para Lily, surgem pequenas esferas imitando os quatro elementos ao entorno de seus punhos. Analisando toda situação, Will nota que aquilo seria um combate corpo a corpo e, por conta das mudanças elementais em cada golpe, a batalha seria mais dificil e ia requerer uma estratégia mais adaptativa. Começando a batalha, Lily dispara elementos no jovem mago, o mesmo anula os ataques com suas flechas.
— Você é bom, geralmente os magos ficam conjurando magias fortes e nem conseguem acompanhar esses ataques.
— Aqua Gladius
Iniciando sua estratégia, Will invoca sua espada e prepara seu ataque indo na direção para o combate corpo a corpo que, apesar do terreno diferente, ele estava tranquilo pois aquele terreno o favorecia .
Capítulo 7: Elementos em controle
— Que estilo de combate estranho!
— Estranho? Pra mim esse seu modo de batalha é estranho.
— Como assim? Eu queria uma batalha de verdade, não uma luta de magos. Se quisesse lutar contra alguém assim eu treinaria para ser uma cavaleira.
— Meu pai se tornou nobre no meu reino através de suas conquistas em combate, ele sempre lutou assim
— Sério? Por isso sempre dizem que cada espécie tem uma forma de combate e ascensão diferente.
— Mas e aquela magia que mudou o terreno? O que foi aquilo?
— Ah magia da manipulação de terreno? É uma magia bem interessante, você consegue moldar o que estiver ao seu redor com base no seu quinto elemento.
— Certo, mas como funciona a sua?
— Bom, ela cria uma arena e melhora os meus poderes elementais baseado em qual parte dela eu estou.
— Viu, ela é perfeita para um estilo corpo a corpo!
— Poderia ser se soubesse como se luta, mas é algo que não sei nada sobre!
— Imaginei.... vamos fazer o seguinte: enquanto eu estiver aqui, vou te dando umas dicas e te ensino o básico sobre luta corpo a corpo — Exclamou, mesmo sabendo que conhecimento em artes marciais fora totalmente baseado nas lembranças de quando observava o treinamento de seu pai.
— Poder ser. Como compensação e por minha bondade, te ensino um pouco sobre as magias de terreno.
Daquela conversa surgia uma grande amizade e após aquele momento, Will e Lily saem da sala e voltam à sala que anteriormente Deruzi e a realeza élfica se reuniam. Chegando lá, eles percebem que seu mestre estava do lado de fora da sala como se estivesse procurando por algo ou alguém.
— Finalmente resolveu aparecer!
— Estava me procurando mestre? Aconteceu alguma coisa?
— Bem, na verdade sim e não! Vim aqui hoje para ver como o crescimento da princesa estava em relação ao uso de sua magia, apesar do avanço estranho, sua capacidade continua aumentando mesmo que não estivesse usando-a.
— Mas ela não treina o controle da própria magia?
— Por algumas dificuldades, o ideal é que ela não tente usar feitiços. Então, pelos próximos 6 meses, ficaremos por aqui para uma constante vigilância para descobrir o motivo disso acontecer.
— Boaaa! Usarei essa nossa temporada aqui pra aprender um pouco sobre a cultura dos elfos com a Lily e com os outros.
— Certo, será um bom aprendizado. Vou passar em casa antes, quer que traga algo de lá?
— Só minhas roupas, Mestre!
— Até mais tarde Will.
Após Deruzi deixar a sala, Lily abre a porta e corre em direção a sua prima para ver como estava; lá estava ela, sentada na cama e olhando para o horizonte pela única janela que tinha em seu quarto.
— Elenlin, está tudo bem?
— Sim, estou bem. — Exclama, com olhar triste.
— É sua condição, como está?
— Ainda instável!
Lily, tentando explicar a situação, chega no ouvido do seu amigo e diz:
— Ela ama magia, amaria aprender a usar, mas, devido sua grandeza e a falta de controle, ela começou se tornou algo perigoso a ponto de, caso perca o controle, algo terrível possa acontecer com quem estivesse ao seu entorno.
— Então ela ama tanto assim a magia? — Questiona, com um plano em mente.
— Exato.
— Então já sei um jeito de animar ela.
Will, se aproximando da princesa, nota que era tão bela quanto sua prima, com exceção aos seus longos cabelos prateados.
— Com licença Vossa Majestade, meu nome é William Voborn e sou aprendiz do Deruzi. Prazer em conhecê-la. Eu e a Lilian combinamos de treinar nossas magias diariamente, gostaria de nos acompanhar nessa jornada?
— Eu gostaria sim! — Exclama um pouco mais animada.
— Então está marcado, estou me retirando princesa! Bom descanso à senhorita.
— Também vou indo, Elenlin.
— Até amanhã, gente. Obrigada pelo convite.
Os dois, retirando-se do quarto da princesa, começam a caminhar pelos corredores e a debater sobre o que ela estava passando naquele momento:
— O que aconteceria se a princesa perdesse o controle? Sendo sincero, já tenho problemas com a princesa do meu reino, não gostaria de ter problema com ninguém desse reino.
— Você tem um bom ponto! E sobre sua pergunta, não sabemos o que pode acontecer; às piores consequências vão de destruição do reino ou invocação de uma besta primordial.
— Besta Primordial?
— Você não sabe o que é uma? Realmente o ensino no reino dos humanos está precário. Resumindo, no início dos tempos, o Criador Primordial, para governar a magia do nosso mundo, criou quatro bestas originais nas quais cada uma delas regem um dos elementos básicos.
— Aconteceria algo de ruim caso fossem derrotadas?
— Não, mas dizem que, ao derrotar todas, um milagre pode vir a acontecer.
— Alguma já foi derrotada?
— A besta da terra é a única que foi derrotada nos últimos dez anos; inclusive, foi seu mestre que a matou
— Não esperava menos do maior mago do reino! Certo, acho que já deu por hoje. Amanhã nos encontraremos na arena para nosso próximo treino!
— Tudo Bem, até amanhã.
No dia seguinte…
— Bom dia Will, gostou do seu quarto?
— Demorei um pouco para achar, eu deveria ter perguntado para você ao invés de sair gritando pelos corredores pelo Deruzi.
— Bom dia, princesa Elenlin, ainda bem que veio.
— Bom dia!
— Lily, antes de começar, o que tem que fazer para usar a magia de manipulação de terreno?
— Em geral, aprendemos a usá-la quando descobrimos a nossa quinta magia, logo, a primeira coisa que deve fazer é conhecer seus atributos e aprender a manipulá-la.
— Lily, para nós humanos a presença de quinta magia é um tanto quanto rara, normalmente eles conseguem usar os quatro atributos básicos.
— Ah, então acho que deveria focar no atributo que tem mais afinidade.
— Calma aí? Todos os elfos têm uma quinta magia?
— Sim.
— Que injustiça... enfim, diferenças à parte, podemos começar?
— Vamos nessa!
Assim, os dois começam sua rotina de treinamento. A cada dia que passava, Will entendia cada vez mais sobre aquele novo tipo de magia, enquanto Lily aprendia a lutar corpo a corpo e Elenlin, observando os dois, se animava cada vez mais.
Em um certo dia, após o treinamento:
— Já vou indo gente, até depois!
— Ainda não anoiteceu Will, tem alguma coisa para fazer hoje?
— Tenho que visitar uns lugares com meu mestre.
— Ah então até mais, Will
— Tchau, William.
— Até mais Elenlin e Lily.
Will sai da sala e as duas ficam sozinhas no local. Lily, enquanto se alongava, reparava no triste olhar de Elenlin por não ter visto mais do treinamento. Logo terminando o alongamento, ela se vira a para sua amiga e diz:
— Vamos indo Elenlin.
— Ok, vamos!
Após ambas saírem da sala de treinamento, começam a andar sem rumo pelos corredores, mas de uma coisa tinha certeza que algo de errado se passava na cabeça de Elenlin por conta daquele andar morto ou vagaroso que tinha e de cabeça baixa, como se estivesse tentando se esconder. Vendo isso, um guarda do castelo chega às duas e pergunta se podia fazer algo para mudar esse semblante triste da princesa e diz:
— Boa tarde majestades, o sol está lindo hoje! Por que não vão passear pela cidade?
— Passear pela cidade? Você sabe muito bem que a princesa Elenlin não é autorizada a sair do castelo.
— Minhas desculpas, majestade... sou novo por aqui! Só comentei porque o cair do sol hoje está lindo.
— Deixe ele, Lily! Ele é apenas um novato e não devia saber dessa informação.
Tornando-a caminhar, Lily se mostrou um pouco irritada pela ação do guarda, mas aquilo apenas magoou a princesa. Entretanto a jovem elfa teve uma ideia.
— Elenlin, se não estou enganada, o Will foi encontrar o Deruzi não é?— Exatamente, ele foi.
— Imagino eu que sair com maior mago de todos não nos traria problema algum.
— Não sei Lilian, isso ainda é perigoso.
— Se fomos agora alçamos eles.
— Ah… vamos.
Lily, agarrando a mão de Elenlin, sai em disparada em direção a uma saída do castelo. Chegando lá, Lily pega duas mantas jogadas ali próximas e, cobertas por elas, finalmente saem do castelo e começam a se esgueirar pelos becos na tentativa de encontrar Will e seu mestre. Após andarem um pouco em direção à praça central, Elenlin, ao olhar atentamente pela redondeza, vê a manta de Will e logo chama Lily apontando sua descoberta:
— Lilian, os dois estão ali do outro lado da praça! Certo, o plano é o seguinte: iremos em direção a eles pelo meio da praça para não os perder de vista!
— Ok.
— No três em! Um, dois três!
Assim iniciava-se o plano, as duas saem correndo juntas passando pelos elfos que se reuniam na praça, a adrenalina parecia colocar um sorriso no rosto da princesa por conta da animação. Mas, por ironia do destino e acabando com a alegria da dupla, um homem encapuzado aparece de repente e segura o braço de Elenlin.
— Lily!
— Merda! Será que era um espião? Um assassino? Um guarda do reino.
Lily solta o braço Elenlin e já parte para o combate contra aquele misterioso homem encapuzado.
— Imbuens
Com os quatro elementos nos punhos, Lily corre e tenta acertar um golpe direto no homem.
— Boulder arms.
Os braços do homem são cobertos por rochas e, em contrapartida, Lily usa o elemento água para tentar perdurar aquela defesa, mas é facilmente bloqueado devido à falta de força que tinha. Apesar de saber que aquele combate não seria tão fácil quanto esperava, Lily tenta novamente, mas com um outro objetivo em mente: criar uma distração para que Elenlin pudesse fugir daquela situação.
— Saia daqui.
Vendo o por que da ação de Lily, Elenlin tenta abrir espaço pela multidão, algo que não seria possível devido à quantidade de gente observando aquela batalha. Vendo que sua amiga não ia aguentar por muito tempo, com muito esforço, Lily finalmente consegue sair da multidão. Contabilizando suas opções, ela repara em um guarda do reino dos elfos e logo corre para pedir sua ajuda.
— Guarda sou eu! A Elenlin, por favor nos ajude.
Na tentativa de comprovar quem era, ela tira seu capuz e tenta chamar a atenção do guarda. Vendo quem realmente era, o guarda saca sua espada e vai em direção a ela e tenta desferir um golpe à princesa; percebendo as segundas intenções do guarda, ela começa a recuar e questionar o porquê de aquilo estar acontecendo.
— Ei guarda, exijo saber o que está acontecendo!? Por que está empunhando essa arma como se quisesse me atacar? — diz nervosa.
Caso aquilo continuasse, não lhe restaria outra opção a não ser usar algum feitiço defensivo e assim é feito:
Scutum Tenebrarum!
Quando o guarda iria golpear Elenlin, um grande escudo de chamas negras surge, defendendo-a de um ataque que poderia ser fatal.
Já no outro lado da praça...
— Que confusão é aquela do outro lado da praça, mestre?
— Não deve ser nada, vamos esperar a multidão se afastar para descobrirmos o que....
Voltando para a outra batalha, Lily ainda tentava ganhar tempo; estava desferindo consecutivos golpes, mas o homem encapuzado os defendia facilmente.
— Já chega, de brincadeira menina.
O homem, após se cansar dos socos da garota, contra ataca agarrando os braços de Lily e, com agilidade, desfere uma cabeçada nela; resultado: Lily fica atordoada e, com sua magia Boulder Arms, o homem acerta um golpe no rosto da garota.
— Lily!! — diz Elenlin após ver de relance sua amiga sendo golpeada
Finalizando ali sua batalha com Lily, o encapuzado corre e dá salto para atacar Elenlin, ainda com sua magia ativada.
— Merda não tem jeito, Scutum Tenebrarum.
Fazendo um segundo escudo de chamas negras, se defendendo de ambos. Lily, ainda no chão meio atordoada, acorda e vê sua prima usando magia. Lembrando da condição de sua prima, Lily reúne suas forças e diz:
— Elenlin, não se preocupe comigo e fuja daqui... se continuar assim você irá perder o controle... — desmaiando pouco tempo depois ao chão.
Os dois soldados ainda tentavam quebrar a magia da princesa, mas o seu escudo ainda resistia. Enquanto se preocupava em se defender, Elenlin vê Lily ferida no chão; só de vê-la jogada ao chão e tendo o culpado a sua frente a raiva começava a crescer em seu coração e, em uma ação inconsequente, diz:
— Ela era como uma irmã mais nova para mim, posso até perder o controle da minha magia, mas eu juro que não será em vão.
— Agora a princesinha se acha como se tivesse alguma moral com a gente só por que tem um feitiçinho mais forte... você acha que seria o bastante para me matar?
— Não é só um feitiço, é “O Feitiço” para vocês: Maledictionem Trium Draconum Nigrum.
A tarde, anteriormente ensolarada, é tomada por uma escuridão; nuvens negras surgem no céu e, com os olhos da garota estavam exalando uma energia escura, das nuvens saem três dragões negros na direção do homem encapuzado.
— Finalmente o que queríamos acabou de ser concretizado! Que venha o Caos!
Com o caos estabelecido, todas as pessoas que estavam na praça começaram a correr de desespero. Por conta da ativação de sua magia suprema, Elenlin acaba se distraindo e desativando o escudo que a protege, assim dando a chance do guarda a atacá-lá. Focando nesse ataque, o soldado, com a guarda baixa, não percebe a movimentação de fundo e de repente uma espada de água acerta seu peito e Will surgindo logo atrás, segurando-a fundo nas costas do inimigo.
— Will, ela usou a magia mais forte dela e perdeu o controle, saia daí! — diz Lily aos dois que chegavam no local
— Pense um pouco na sua situação, minha jovem!
— Deruzi?
O grande mago toca em suas costas e a teleporta para uma área distante de onde aconteceria o ataque.
— Will pediu para te entregar essa poção, mas fica tranquila que vou salvar a princesa. Teleport.
Lily olha para o lado e uma poção de cura estava a esperando que, logo em seguida, pega e bebe a poção.
No campo de batalha…
— Calma Elenlin, não precisa ser assim.
— Eu vou matá-lo Will, eu vou matá-lo!
— Merda, quem são vocês?
— Não te interessa, vermes do império.
— E o que vocês vieram fazer aqui? Matar a princesa?
— Hahahaha, nossa missão já está completa! Pode nos matar se quiser. mas ela já lançou e perdeu o controle de sua “magia suprema”!
Will então puxa a espada que estava no peito dele e, sem piedade nenhuma, corta sua garganta.
— Elenlin, calma! A Lilian está segura já!
— Morra
A princesa, direcionando sua magia em direção ao espião inimigo, dá o que seria o golpe final ao espião.
— Merda, estamos muito próximos da área de impacto, se continuar assim vamos acabar sendo atingidos por ela também. Se tentasse imitar o feitiço poderia ter uma chance de nos salvar enquanto o espião leva a maior parte do ataque. Will se coloca na frente da princesa e começa a lançar sua magia de proteção.
— Fique atrás de mim, princesa!
Will, se esforçando ao máximo, consegue fazer uma versão bem inferior da magia usada por Elenlin. A elfa após usar sua magia desmaia e o que esperava acontece: a onda de choque vai com tudo contra os dois magos. O garoto tentou segurar, mas a pressão era muito forte; o escudo começa rachar enquanto Will era empurrado.
— Merda, não estou conseguindo aguentar.
— Parabéns meu pupilo, conseguiu segurar o impacto até eu chegar! Pode descansar agora que eu cuido do resto... Solar Barrier
Uma barreira surge assim parando a explosão. A magia de Will é desativada e logo cai de exaustão no chão. Depois de alguns minutos o impacto para.
— Que magia era aquela mestre? — Questiona, impressionado com o poder dessa magia.
— Fiz uma barreira com fogo da sol
Will se levanta e vê que tudo em volta estava destruído. Elenlin, anteriormente desmaiado no chão, acorda e se levanta olhando em volta e se depara com toda destruição que fez. Em um ataque de pânico, ela se ajoelha no chão e começa a chorar. Em empatia, Will vai em sua direção para aconchegá-lá.
— Sai, eu sou um monstro!
— Calma Elenlin, eu conheço monstro de verdade e você não é um deles!
— Olha a destruição que fiz!
— Você só estava se defendendo.
— A luta ainda não acabou, levantem-se.
Ao longe um grito estremecedor é ecoado sobre o reino e logo então uma criatura aparece, um grifo gigante voa sobre o reino dos elfos. Uma besta primordial aparece.
Capitulo 8: Vento Primordial
— Will, preste atenção no que vou dizer: não consigo lidar com aquela coisa sozinho, especialmente tendo que proteger vocês dois. Apesar de já ter lidado com uma besta tipo essa no passado, hoje teremos que lidar com essa besta juntos. Como foi atraída pela magia da Elenlin, ela só parará quando comê-la ou quando morrer.
— Ok mestre, qual será o plano?
— Quando eu enfrentei a besta de terra, ela invocou algumas criaturas da terra para perseguir o alvo dela, algo que também só parava quando ela morria. O plano é o seguinte: eu cuido da primordial e você protege a Elenlin.
Ao terminar de falar, o grifo emanando uma aura verde solta novamente um grito ainda mais alto que o anterior.
— Ele provavelmente usou a magia para convocar outros monstros, saia daqui Will antes que os alcance.
Will corre até a princesa e, sem muita enrolação, se ajoelha e faz um gesto pedindo para que subisse em suas costas.
— Princesa, desculpe a audácia, mas precisamos sair daqui o quanto antes... por favor suba aqui para fugirmos antes que a situação piore! — Exclama, muito envergonhado por fazer um pedido como aquele para a princesa.— Até nessas ocasiões você tenta ser educado William Voborn! Como ainda consigo usar minha magia, apenas se concentre em nos levar a um lugar seguro que eu protejo suas costas.
A princesa então sobe nas costas do jovem mago e logo começa a correr em direção ao palácio.
— Onde está a Lillian?
— Deruzi já a levou para lugar seguro, deixei uma poção de cura com ela; creio que logo aparecerá! Infelizmente só me resta uma dessas poções agora.
— Sem problema!
O garoto continua correndo por mais alguns metros até que encontram dois guardas.]
— Guardas! Nos ajudem!
Os guardas, sem hesitação, começam a recitar uma magia de fogo na direção à dupla de amigos... Elenlin rapidamente usa magia para proteger Will e rapidamente prepara um contra-ataque.
— Kuroi hi.
Uma bola de fogo negra é lançada na direção dos guardas. Eles tentam rebater com suas magias, mas o fogo era forte demais para rebater... abatendo os guardas facilmente.
— Antes você estava lutando com um guarda também; por que todos estão agindo assim... aconteceu algo?
— Provavelmente são agentes infiltrados de outro reino, já imaginávamos que teriam alguns por causa das mudanças envolvendo a inserção dos elfos negros em nossa sociedade.
Os monstros convocados pelo grifo começam a aparecer, haviam dois pássaros que já se aproximavam do local prontos para matar. Notando suas presenças, Will começa a refletir sobre suas possibilidades:
Com Elenlin nas costas não consigo lutar propriamente como estou acostumado, pra nos defender eu teria que usar as espadas igual a Navi, como se flutuasse ao meu lado e obedecessem a meus comandos. Vou começar com somente duas espadas agora no começo, creio que, para um controle preciso, esse seria o meu limite atual. Merda, queria ter testado isso antes de partir para a prática, enfim, vamos tentar.
— Aqua Gladius!
Com muito esforço, Will consegue invocar duas espadas que estavam flutuando em volta. Ainda se esforçando, Will para de correr e aponta para as aves e, como um tiro, dispara suas espadas para acertar elas com tudo.
— Isso é mais difícil que parece; queria saber como a Navi lutou comigo controlando isso com tanta facilidade.
— Tem mais chegando pela esquerda!
— Mizu no ya.
Will, usando seu arco, dispara várias flechas e abate as criaturas com extrema facilidade.
— Esses bichos são estranhamente fracos.
— Imagino que essas mais fracas responderam o chamado mais rapidamente.
Dito isso, mais criaturas começam a aparecer por ali, mas Will e Elenlin abatem todas. Ao longo que o tempo passava e as criaturas mais fracas começavam a reduzir, logo começam a surgir outras cada vez mais fortes.
— Elenlin, quantos estão atrás da gente agora?
— Três wyvern.
— Merda, estamos muito longe do castelo?
— Infelizmente, sim.
Will continua correndo, mas os wyvern eram muito rápidos ao ponto que evitar o combate havia se tornado algo impossível... finalmente um deles consegue alcançar os jovens e tenta acertar uma mordida; rapidamente reagindo, Will se vira e usa sua magia.
— Aqua Gladius.
O wyvern morde a espada de Will, mas, com muita agilidade, o mago invoca uma outra e aponta para a pata da criatura e dispara contra ela, ferindo e a afastando do feroz ataque; nesse meio tempo, os outros wyvern alcançam os jovens e se preparam para atacar.
— É com você princesa!
— Vamos lá então, Kuroi hi.
Assim os wyvern são acertados por uma bola de fogo negra, parando-os momentâneamente.
— Vamos sair daqui antes que eles consigam se levantar.
Os dois continuam a correr, mas em questão de minutos os wyverns voltam alcançar os dois jovens magos. Eles correm o máximo que conseguem, mas as bestas estavam muito perto de alcançá-las.
— Merda, vamos virar naquela esquina!
Os dois, sem muitas opções, começam a virar em esquinas e entrar em diversos becos a fim de despistá-los... até que se deparam com um beco sem saída. Rezando para que tivessem conseguido afastá-los, em poucos segundos os wyverns voltam a chegar perto dos deles.
— Elenlin, fique aqui! Mantenha-se alerta às minhas costas e fique tranquila pois nenhum deles irá te alcançar.
— Ok.
— Mizu no ya.
Os wyvern então aparecem; Will começa a disparar várias flechas nas criaturas e, para evitar maiores danos, recuam momentaneamente; algo que não dura nem dois minutos e logo retoma o seu ataque.
— Aqua Gladius.
Invocando 2 espadas, Will segura uma delas e, controlando a outra com o movimentar dos dedos, prepara o ataque. Um dos wyvern avança com tudo e, com a espada em sua mão, o garoto bloqueia o golpe. Em seguida a outra criatura avança e, como reação, Will novamente bloqueia com sua espada flutuante... assim repetindo a sequência de bloqueios consecutivamente para defender a princesa dos elfos, mas, devido ao cansaço, um dos wyverns pula por cima de Will e vai direto para a Elenlin.
— Merda! — Exclama, se virando o mais rápido possível.
Por sua prioridade ser a proteção da princesa, Will tenta correr atrás do wyvern que havia passado por ele, se esquecendo do outro que estava próximo e, por conta disso, recebe golpe direto em suas costas. Suas garras haviam feito um belo machucado nas costas do garoto, sendo derrubado em seguida.
— Elenlin!!!
O wyvern então continua seu ataque com força total!
— Wyverns são um saco, então vou te ajudar dessa vez Will. Imbuens!
Em cima do telhado de uma casa, com seu punho ardendo em chamas, Lily chega na batalha. Ela pula e, com golpe direto, acerta o wyvern com tudo.
— Lily! Nesses meses que passamos juntos essa é a primeira vez que me alegro ao te ver! — Exclama, deitado no chão.
— Menos papo e mais ação... se levante e vamos mostrar o resultado do nosso treinamento.
Deixando o cansaço de lado, Will se levanta e se prepara para o combate.
— Vamos nessa Lily!
— Magia de manipulação de terreno, Wild Ring.
Com sua magia de terreno ativa, quatro paredes surgem: uma de fogo, água, vento e terra são criadas!
— Magia de manipulação de terreno, benedictio aquarum...
Com isso, a água começa a subir o suficiente para cobrir o solado de Will e as patas dos wyverns.
— Vai testar sua nova magia em combate, Will?
— Oportunidade melhor acho que não encontrarei! Vamos nessa, com essa magia posso conjurar minhas magias sem recitá-las e acho que ela recebe um leve reforço.
A primeira criatura avança com tudo na direção do garoto. Will invoca novamente duas espadas e as lança no wyvern, controlando-as com as mãos. Lançadas as espadas, ele consegue acertar os olhos da besta que, apesar de não enxergar, ela continua avançando para cima do garoto; como último recurso, ele invoca o seu arco e atira diversas flechas e finaliza a batalha e com seu inimigo.
— Só falta um aqui!
Will desfaz seu arco e invoca duas espadas e parte para combate. O segundo wyvern avança, o jovem mago se defende do ataque e contra ataca cortando uma das garras das criaturas.
— Se abaixa Will.
Lily então arremessa a criatura, acertando o wyvern que estava lutando contra seu amigo.
— Elenlin, você me protegeu dessa vez, mas saiba que será a última vez! Essa é a magia que eu e o Will aprimoramos nesses últimos meses! Kazan funka panchi!
O punho de Lily então brilhava com um fogo tão intenso que parecia ter a potência de uma erupção vulcânica! Ela então corre e acerta aquela poderosa magia nos dois wyvern ao mesmo tempo. E com um poderoso golpe, ela perfura as duas criaturas.
— Impressionante!
Will então começa a escutar passos de várias criaturas vindo à sua frente.
— Lily, estão vindo mais!
Vários wyvern começam aparecer em cima das casas; eram dez, mas depois de todo esforço para derrotar 3 daquelas criaturas os jovens não sabiam se iriam sobreviver aquela batalha. Então um bater de asas é ouvido a poucos metros daquele lugar.
— Não é possível, já estamos cercados por eles.
Lily recua para perto de Will preparando-se para batalhar novamente. Para piorar suas situações, o bater de asas se intensifica e um grasnado agudo acima deles: um dragão de vento, o ápice elemental, seria o adversário dos três jovens.
— Você consegue usar aquela magia ainda?
— Consigo somente mais uma vez, mas imagino que se usa e ficarei um tempo sem poder me mover.
— Minha magia também acabou! Estamos ferrados.
— Bom não temos para onde correr; se for para morrer, eu vou morrer lutando seja com aquele dragão ou com esses outros lagartos mirins voadores.
— Agora pouco importa a escolha né? Em ambos já estamos ferrados. Vamos nessa Lily! Aqua Gladius.
— Imbuens.
O grito de um grifo ecoa pelo reino, a batalha entre Deruzi e a criatura elemental de vento tinha chegado ao fim. O dragão e os wyverns pareciam retomar o controle de suas ações. Entretanto, mesmo retomando seus sentidos, não iriam desistir de caçar presas tão fáceis.
— Chegamos atrasados, mas nenhum deles morreu, acho que o Deruzi não vai matar a gente.
Os mercenários que Wil encontrou quando estava entrando no reino apareciam na luta.
— Quem são vocês? — Questionava enquanto pareciam confusos.
A líder dos mercenários (ou ao menos parecia ser), vendo a dúvida dos garotos, respondem:
— Não se preocupem com isso agora, nós vamos cuidar do wyverns e vocês cuidem do dragão.
— Lily, eu vou distrair o dragão e você finaliza com a sua magia que nem antes.
— Ok, vamos nessa Will.
Will, empunhando sua espada, corre na direção do dragão e, como reação, o dragão começa a soltar rajadas de ventos tão afiadas contra uma lâmina o que, na tentativa de se defender, os resquícios das lâminas de vento pegavam em algumas partes do seu corpo e faziam diversos cortes por onde passava.
— Eu causei essa confusão, preciso no mínimo ajudar!
— Elenlin se você usar mais uma magia você vai desmaiar.
— Não importa, ele me defendeu com a vida dos ataques dos wyverns anteriores, não é agora em um momento que ele mais precisa que deixaria ele na mão! Scutum Tenebrarum.
Um escudo de chamas negras e criado na frente do Will, Elenlin desmaia logo depois de usar a magia. Todas as rajadas de vento são bloqueadas com extrema facilidade.
— Mesmo desmaiada a magia dela continua firme! Ela é realmente muito poderosa.
Will pega impulso e pula na direção do dragão, ao ver que suas rajadas de vento estavam todas sendo bloqueadas, a criatura parte para um ataque direto: uma mordida, mas o jovem mago continua bloqueando com o escudo da princesa. Will rapidamente usa o escudo para pegar mais impulso e ficar acima do dragão.
— Lily agora é com você!
— Kazan funka panchi.
Lily, como investida final, avança com sua magia de fogo em suas mãos e, enquanto isso, Will, com sua espada em mãos, cai acertando a asa do dragão; assim fazendo que perdesse o controle do voo e caísse, dando a chance de Lily acertar sua magia em cheio, fazendo um buraco no peito do dragão. E, com aquele ataque combinado, finalizando a batalha. Finalmente todo o perigo tinha acabado e, desgastados pela longa luta, Lily e Will caem no chão exaustos.
Um tempo depois, toda guarda do reino é mobilizada para ruas para resgatar os feridos e talvez encontrar mais algum espião à espreita... o que agora não era preocupação dos dois garotos que estavam jogados ao chão e com os mercenários de guardas para protegê-los de algum ataque surpresa. Pouco tempo depois Deuzi chega no local e vai falar com seu aprendiz.
— Você tá todo acabado hein, meu jovem.
— Você venceu, mestre?
— É claro que ganhei.
Arc da academia magica
Depois da grande batalha, Will fica terrivelmente esgotado. O seu mestre decide mandá-lo de volta para sua casa na floresta, enquanto ele ensinava a Elenlin a controlar sua magia. Graças ao sobrecarregamento dela, a sua magia estava fraca e, esse era o momento perfeito para a ensinar o auto controle. Depois de um mês, Deruzi também retornou do reino dos Elfos.
— Bem vindo de volta mestre! Como está a Elenlin e a Lily?
— As duas estão surpreendentemente bem. Lily já se recuperou e já voltou a treinar. Elenlin já está controlando melhor sua magia! E você meu aprendiz já está bem e pronto para mais missões?
— As duas estão bem então. Estou melhor mestre, e sobre as missões, acho melhor eu ficar aqui treinando. Em nenhuma das três que fui, aconteceu algo que eu realmente consegui lidar. Em todas precisei ser salvo, então vou treinar para ser alguém forte, e que não precise ser salvo o tempo todo.
— Se é assim que você quer, para mim não tem problema.
Então Will passou seus dias treinando, focado em elevar sua magia a outro nível. Um ano se passou como se fosse um mês. O segundo e terceiro ano foram onde o jovem mago dominou o controle da água completamente. No quarto ano o rapaz havia refinado suas magias. Deruzi acompanhou o treinamento de seu pupilo bem próximo nesses quatro anos, até que ele percebeu que não havia mais nada que ele pudesse ensinar. Ele então vai para onde o garoto geralmente treinava, e lá estava Will meditando na frente de um rio.
— Will, preciso conversar com você.
— Oi mestre, estou ouvindo.
— Nesses últimos anos você evoluiu muito, sinceramente não tenho mais nada que eu possa te ensinar.
— Como assim mestre? Nesses últimos anos não aprendi nenhuma magia nova, não tem nada que você possa me ensinar que possa usar em combate? — Exclama, extremamente confuso com as palavras do seu mestre.
— Will, magias poderosas você pode aprender em qualquer lugar. Sinceramente nunca foquei em ter magia de água, posso te ensinar o que sei, mas sinceramente você vai aprender melhor em uma academia de magia.
— E você não precisa de ajuda nas missões? Eu já consigo me virar sozinho!
— O maior mago de todos os tempos precisa de ajuda?
— Acho que você está certo.
— Mas vou deixar a escolha do seu futuro com você, obviamente se você quiser ficar não irei reclamar.
Deruzi começa andar em direção a sua casa enquanto deixava seu pupilo tomar sua decisão.
— Mestre! —Grita, tentando chamar sua atenção.
— Se a pergunta for; quanto tempo você tem para tomar a decisão, saiba que não precisa ter pressa.
— Na verdade, eu já sei o que quero fazer, vou seguir o seu conselho e vou para uma academia mágica.
— Tão rápido, o que te fez tomar essa decisão?
— Nos últimos anos aprendi muito, passei por situações de vida ou morte e, fui muito feliz morando com você esses anos todos. No reino dos humanos, eu tive que sair de casa, porque eu não era forte o bastante. Mas dessa vez vai ser diferente irei sair daqui com a promessa que irei mudar o mundo! Então essa é minha decisão, irei para a academia mágica do reino dos humanos, e lá eu esmagarei todos os que duvidaram de mim, primeiro os humanos depois o mundo.
— Oh, então você vai voltar para sua terra natal?
— Sim, esse é meu desejo.
— Quando você pretende fazer isso?
— Acho que daqui duas ou três semanas, pelo o que me lembro, eles fazem um torneio na plebeus que dá a vaga para estudar na academia — Se não me engano, foi assim que meu pai entrou na academia.
— Então daqui duas semanas, te levarei até lá.
Duas semanas se passam…
— Está pronto Will?
— Sim, mestre. Já peguei tudo.
— Tem certeza que quer ir para lá Will, posso te levar para o reino dos elfos de novo!
— Seria ótimo ver a Elenlin e a Lily, mas acho que preciso ficar mais forte, até pôde ver elas de novo.
— Então vamos, Teleport.
Em questão de segundos, os dois são teleportados para uma floresta próxima do reino.
— Por que não fomos direto para dentro do reino?
— Depois que saí do reino, os aventureiros encontraram um dispositivo nas masmorras, que não permite entrar no reino através de magia como teleport.
— As masmorras são misteriosas.
— São mesmo, tente explorar algumas quando puder. Mas acho que isso é uma despedida.
— Realmente, muito obrigado por tudo esse últimos anos. Eu realmente não consigo agradecer por tudo que você fez.
— Não precisa agradecer jovem Will, e isso não é um adeus, e um até breve.
— Até logo então mestre.
Will então começa a andar em direção da muralha. Ao olhar para trás e vê seu mestre o observando.
— Quer saber que se ferre.
Will volta correndo e dá um abraço em Deruzi.
— Não fala nada seu velho.
Deruzi devolve o abraço, e depois de alguns minutos Will solta seu mestre, e corre para a entrada do reino.
— Obrigado deruzi!
Will usando seu sobretudo, chega na frente do portão onde havia dois guardas, que logo abordam o garoto.
— Identifique-se! — Ambos exclamam!
— Ah que saco, o torneio já deve estar perto do final.
— Precisarei repetir?
— Estou sem tempo para isso.
Will então acerta um soco com toda sua força no rosto do guarda, que desmaia na mesma hora.
— Fique parado aí você está preso em nome do rei.
Sem perder tempo, o jovem mago desfere um chute poderoso, que deixa o guarda atordoado. Will saiu correndo, enquanto procurava o local do torneio, até que ele escuta um barulho como se fosse várias torcidas gritando. Ele acelerou o passo para chegar lá a tempo.
— É com isso que a última batalha do nosso torneio é finalizada.
Escondida no meio da plateia, uma garota usando um sobretudo, começa a sair da arena decepcionada com o que tinha assistido.
— Nada de novo esse ano, esse brutamonte conseguiu ganhar de todos, sendo que nem o básico ele sabe de magia.
O brutamonte estava loucamente comemorando sua vitória, exibindo seus músculos para a plateia, até que na arena entra Will, pronto para roubar a vaga dele.
— Quem você garotinho? Se perdeu da sua mamãe?
— Vim aqui te desafiar. Quero sua vaga na academia mágica.
— É por que eu aceitaria isso? Já derrotei fracassados o suficiente hoje.
— Oh tá com medo de ser derrotado por um fracassado.
— Me provocar não vai adiantar.
— Realmente, te derrotar em apenas um golpe, seria muita humilhação! — Exclama. Tenho certeza que ele vai cair nessa provocação.
— Pode vir com tudo seu bostinha!
A garota encapuzada, ao escutar aquilo, retoma a atenção na arena.
— Uh, acho que agora as coisas começaram a ficar interessantes! Espere, acho que conheço esse garoto.
Os dois se preparam para iniciar o combate.
— No três eu acabarei com você.
— Pode tentar seu fraco.
— Um, dois…
Antes de chegar ao três, o adversário de Will avança contra o jovem mago.
— Isso vai ser fácil. Aqua Gladius.
Com sua espada de água Will avança e desfere apenas um golpe e, com facilidade abate o brutamonte.
— O que foi isso? eu nem consegui ver.
— Ah, finalmente alguém interessante apareceu. Lembrei de você aprendiz do Deruzi.
Will desfaz sua espada, e logo vai para o corpo desmaiado do seu adversário.
— Até onde eu lembro, ele deve ter ganhado uma carta, mas cadê ela?
Will procura por um breve período, e acha no bolso da calça do brutamonte. Com isso ele se retira do local. Na sua mente estava tudo decidido, ele iria direto para academia. Mas no caminho, ele percebe que estava próximo da casa onde sua família morava, a vontade era grande, mas aquele não era o momento certo.
— Eu ainda verei vocês, mas não posso voltar para casa, não ainda.
Will segue seu caminho, rumo à entrada da academia. Chegando lá, ele encontra dois guardas no portão.
— Identifique-Se!
— William Voborn, o mais novo membro dessa merda de academia.
Ele puxa a carta, assim comprovando sua adesão à academia.
Capítulo 10: Maré passada
— William Voborn... hmmm seu nome é meio familiar; por acaso você seria o bolsista que veio da plebe né? Pegue este selo aqui e vá para a diretoria.
Will pega o selo e sai andando em direção à diretoria. A caminho de lá, alguns estudantes nobres começam a estranhar o garoto e em no selo que carregava.
— Eu conheço esse plebeu de algum lugar.
— Esse plebeu é do primeiro ano, né? Por alguma razão ele é familiar.
— Mesmo depois de tantos anos eles ainda se recordam do meu rosto.
Apesar dos olhares à sua volta, Will achava que a melhor opção era ignorar e seguir seu caminho. Depois de um tempo andando por aí, a ideia de que aquele lugar era enorme não deixava sua mente, mas algo interrompe repentinamente seus pensamentos: o soar de uma trombeta e passos aos fundos.
— Abram o caminho, a princesa Navi está passando.
Navi, protegida por quatro guardas, caminha tranquilamente e, ao passar, todos os estudantes se afastaram para as paredes deixando o corredor livre para a realeza passar. Entretanto, mesmo com ela se aproximando, uma pessoa se recusava e continuava parado onde estava:
— Quem é aquele?
— Aquele brasão na mão dele.... esse plebeu não tem medo das consequências?
Irritado, um dos guardas vai tirar satisfação com o garoto bancando estátua em sua frente.
— Plebeu imundo, você é surdo ou algo do tipo? A princesa está passando.
Will, sem medo algum, encara o guarda e mantém sua posição, deixando a mesma impressão para todos que estavam por ali.
— A plebe precisa ser corrigida.
E, para melhorar sua situação, Will decide que apenas observar calado seria o suficiente para aquele momento.
— Acha que tenho medo de um simples guarda como você?
Ao encarar o guarda Navi então reconhece quem era aquele era garoto, ela então anda até ele.
— Pode ficar tranquilo, eu cuido dele
— Mas princesa ele é um simples plebeu!
— Bom, veja só se não é o primogênito dos Voborn; o falido que só consegue manipular apenas um elemento. — Exclamou, quase gritando para que todos pudessem ouvir.
Sussurros e murmúrios começavam a ecoar pela escola: “É ele... o nobre com apenas uma magia havia retornado do seu auto exílio”.
— Quer dizer que a toda poderosa princesa do reino veio me receber pessoalmente, é isso?
— Por que receberia alguém como você?
— Talvez por que eu a derrotei? — Questionou, quase gritando igual a princesa tinha feito.
— Eu poderia ter te matado naquele dia!
— Mas quem estava deitado no chão ao final da luta não era eu.
Passos são escutados vindo de longe, alguém estava correndo na direção onde Will e Navi estavam.
— Já chega de conversa, você veio para se inscrever na academia não?
— Exatamente.
— Então alguma hora vou retribuir a humilhação na mesma moeda, nobrezinho.
Navi começa a se afastar, mas antes uma voz pode ser escutada se longe.
— Sai de longe da Princesa.
— Ai ai ele de novo....
Um garoto chega a toda velocidade onde os dois estavam; era seu antigo amigo Tyro estava em sua frente ou ao menos parecia, por conta do físico mudado e por estar bem mais forte do que lembrava.
— Por que está incomodando a princesa? Espera eu conheço, o como tem coragem de voltar para cá novamente, Voborn?
— Então você ainda me reconhece?
— Mas é claro que sim, já vou te avisando que fique longe da Princesa! Se não…
— Se não o que?
— Vou acabar com você com minhas próprias mãos!
— Ae? Pode tentar.
— Tyro, pare com isso agora.
— É Tyro, faça o que sua dona manda.
— Cansei de ouvir você falando merda! Rock hammer.
Um martelo gigante é feito nas mãos de Tyro que, sem hesitação, ataca Will.
— Aqua Gladius.
Will cria uma espada de água, a empunha e, com apenas um golpe, corta o martelo de Tyro facilmente e deixando-o sem palavras.
— Essa magia parece muito com as espadas da Princesa!
— Em apenas um golpe... esperava mais de você, mas pelo visto não mudou nada.
Uma voz diferente surge logo em seguida.
— Está muito convencido para quem só usa uma magia. penetrabile crystallum.
Uma série de cristais começam a brotar do chão atrás de Will, mas, apesar de ver de onde vinha, não daria tempo de se defender.
— Merda, desse jeito vai ser um golpe direto!
— Teppeki.
Uma parede de ferro surge do chão, bloqueando todos os cristais. Will, procurando seu “salvador”, repara em uma pessoa encapuzada que estava encostada em árvore a uma distância que dava para ver toda a situação; assim como a pessoa que havia usado a magia de cristal.
— Olha o que temos aqui, o fracasso dos Voborn em pessoa! Pensei que todo mundo já tinha deixado claro que não te queremos por aqui. — Afirma, enquanto anda na direção do jovem mago.
A pessoa encapuzada anda na direção de onde Marko e, quando estavam frente a frente, a pessoa diz:
— Normalmente eu consigo te ignorar Marko, mas hoje você mexeu com a pessoa errada.
— E de onde você conhece esse fracassado, mestiça?
— Também quero saber quem você! – diz Will sem entender o que acontecia ali.
— Eu devo a minha vida a ele, Marko.
A pessoa, retirando seu capuz, finalmente revela seu rosto: era uma garota de cabelos longo e arroxeados, pele branca, olhos roxos e orelhas de elfos. Relembrando suas aventuras passadas, Will se recorda de uma antiga colega em particular com essas características.
— Espera, eu realmente te conheço de algum lugar.
— Oh então você se lembra do belo rostinho né? Me sinto lisonjeada.
— Chega de conversa, como não gosto de nenhum dos dois, vou acabar com vocês aqui e agora.
Uma luta estava prestes a começar, mas, antes de qualquer um dos lados se mover, um sinal toca e logo em seguida vem a mensagem.
— William Voborn venha a diretoria, repito William Voborn venha a diretoria.
— Bom, acho que essa briguinha foi encerrada. Pelo visto você ainda vai precisar de um treino intensivo em batalhas... venha comigo Tyro e tchauzinho Voborn, por enquanto ao menos.
— Salvos pela diretora hein! Bom não deseje me encontrar novamente, porque, se acontecer, matarei todos vocês.
Navi, Tyro e Marko então seguem seus rumos, assim sobrando apenas Will e a elfa no local.
— William Voborn né? Prazer meu nome e Leah.
— Obrigado pela ajuda Leah, não imaginei que nesse reino teríamos pessoas decentes.
— Agora estamos quites. Já que a diretoria está te esperando, então nos encontramos mais tarde William.
— Até.
Após uma pequena caminhada, Will finalmente chega onde supostamente era a academia mágica; era um local gigantesco, luxuoso e cheio de pinturas espalhadas pelos corredores com figuras que deveriam ser magos importantes tempos atrás. Subindo a escadaria principal e seguindo pelo corredor logo em seguida, o garoto se depara com uma única porta que, ao tocar a maçaneta, um arrepio sobe da base de sua coluna até sua nuca... algo que poderia significar que algo ruim poderia estar à sua frente.
— Levando em comparação ao nível do Deruzi, quem quer que esteja atrás dessa porta certamente não possui uma presença fraca e poderia até estar próximo a ele.
Não querendo passar uma má impressão a seu respeito e para ter uma ideia do por que ser chamado ali, Will coloca seus ouvidos, com maior discrição possível, na porta e começa escutar um pouco do diálogo das pessoas que ali estavam.
— Senhora diretora, pelo que pesquisei o artefato que está na masmorra é poderoso o suficiente para decidir o destino do mundo! Alguém como o Deruzi ou os alunos daqui não merecem tal responsabilidade com um item tipo esse; peço que eu seja o responsável pela procura da arma! – diz uma voz grossa e rouca mais próxima da porta.
— Olha professor Glenfield, para estar me dando ordens desse jeito você deveria ser ao menos diretor dessa academia, algo que não me lembro de ter te nomeado!
— Mas senhora, deixar uma arma secreta na mão de crianças!?!?
— Ela até pode ser uma arma, mas não mais secreta!
— Como assim?
— Creio que nossa conversa pode ter escapado para um dos nossos alunos não é mesmo Voborn... até quando pretendia escutar sem que eu não percebesse sua presença?
Meio envergonhado, Will abre a porta e entra na sala; lá havia apenas a vice diretora e um professor que lhe parecia familiar.
— Voborn? Acho que lembro desse garoto.
— Finalmente está de volta hein William Voborn, quem diria que um nobre exilado iria retornar algum dia para esta academia! Fiquei muito impressionada quando descobri o que havia feito no torneio da plebe.
— A diretora ouviu falar de mim? Acho que vou encarar isso como um elogio...
O professor continuava encarando o aluno como se estivesse próximo a descobrir o motivo do estranhamento...
— Bom, fiquei sabendo também que conheceu os prodígios da escola…
— Aqueles são seus prodígios??? Comparado aos alunos que eu conhecia da 1° vez, não reparei mudança alguma naqueles seus “prodígios” que tanto fala.
— Você realmente não se impressionou com a magia de cristal do Marko ou com a magia de metal da Leah?
— Nada demais.
— Nem se a Navi usasse a magia dela?
— Por que me impressionar com uma pessoa que já derrotei no passado?
Apesar dos olhares confusos da vice-diretora, uma sede de sangue repentina surge em meio aos dois e interrompe e interrompe a conversa...
— VOCÊ.... você não é o aprendiz do Deruzi?
O professor, aproximando do aluno e com um semblante totalmente diferente de antes, pega o moleque pela gola de sua roupa e o ergue no ar e começa a fazer perguntas:
— Você onde está o Deruzi né! Fale agora ou te matarei sem a menor hesitação.
— Mesmo se eu soubesse, ainda acha que conseguiria derrotá-lo?
— Seu moleque sem educação.... ice spear!
Glenfield, com uma lança de gelo nas mãos, já estava pronto para matar o jovem mago, Mas antes que ele pudesse tentar qualquer coisa, a diretora recita uma magia:
— Vincula mortis.
Com isso duas correntes surgem do chão e prendem os braços do professor, largando o garoto logo em seguida. A diretora se levanta e caminha calmamente na direção do professor Glenfield e diz:
— Atacando um aluno? Por acaso esqueceu das regras que o diretor colocou sobre atacar alunos?
— Mas ele é aprendiz do Deruzi, um dos magos mais procurados do nosso reino!
— Isso não muda o fato de querer e estar ameaçando um dos nossos alunos e desobedecendo nossas normas de conduta.
— Mas senhora vice-diretora... esse é um caso único.
A Vice Diretora, já sem paciência, passa a mão no cabelo do professor e o pega Glenfield pelo pescoço enforcando-o e diz:
— Não se atreva a desobedecer às regras nunca mais; você pode até ser um mago forte, mas não o suficiente para passar por cima de mim. Estamos entendidos?
— S... sim, vice-diretora.
Ela então solta o professor que volta a respirar normalmente.
— Agora que o recado está reforçado, saia e não volte aqui tão cedo...
O professor caminha até a saída da sala, mas, antes que deixasse o recinto, ele sussurra no ouvido do garoto:
— Eu vou te matar e logo depois vou atrás do seu mestre.
E então sai da sala, deixando apenas Will e a vice-diretora lá.
— Bom, normalmente eu te explicaria sobre como as coisas funcionam aqui na academia, mas o professor Glenfield roubou muito do nosso tempo com essa “disputa” de poder... Você poderia pedir para a Leah te falar sobre isso?
— A elfa de cabelo roxo?
— Ela mesmo, ela deve estar no campo de treino.
— Ok, até logo vice-diretora....
— Nesa... meu nome é Nesa! Boa sorte aprendiz do grande mago, tenho altas expectativas em você.
Capítulo 12: Teoria Magica
Saindo da sala da diretora lá estava ela, a elfa de cabelos roxos já estava lhe esperando de braços cruzados. A diretora havia dito que ela provavelmente estaria próxima ao campo de treino, então qual seria o motivo dela estar ali? Apesar do desconhecer o motivo, a elfa depois que o viu começa a acenar animosamente na esperança que fosse vista pelo colega:
— William, estou aqui! – diz balançando os braços.
— Isso eu já percebi, mas estou interessado em saber qual era o seu objetivo com isso?
— Não é óbvio? Estou te esperando para o “Grandessíssimo Tour Especial da Leah” por toda academia! — Exclama, enquanto faz uma pose confiante.
Will sem entender muito bem aquilo o que seria e vendo que não tinha por onde fugir) resolve aceitar o convite com um gesto dizendo que poderia ir a frente;
— Ahh... como foi com boas intenções vou confiar em você por enquanto…
— Então vamos lá!
Will e Leah começam seu breve passeio; o campus da escola era bem grande e se dividia em 5 áreas: prédio principal, dormitórios, arenas de combate, área de estudo e a instalação de pesquisas mágicas. Iniciando pela área de estudo, Leah leva o garoto para essa primeira instalação e diz:
— Aqui é como se fosse uma grande biblioteca onde estão reunidos tudo quanto é material de estudo mágico; se quiser encontrar algo sobre magia, aqui será sua melhor opção!
Lá haviam milhares de estantes de livros com muitos alunos procurando e carregando livros por ali. Passado a “biblioteca”, Leah leva Will para o lugar onde seriam as arenas de combate:
— Aqui é a área onde treinamos e testamos nossas habilidades em combate.
Aquele espaço a céu aberto continham várias arenas; não só o espaço era grande ali, mas haviam mais alunos ali do que na biblioteca que estavam anteriormente. Dali uma arena em específico chamou a atenção dele; diferente das outras, nela havia uma multidão envolta e, por curiosidade, o garoto resolve se aproximar e vê que uma garota um pouco mais nova que lutava contra um professor, aquele que a pouco estava na direção.
— Merda, esse cara não é alguém que dê para enfrentar nesse tipo de combate.
Lembrando da experiência de mais cedo com aquele cara, Will prefere sair rapidamente e vai direto à entrada onde sua amiga o esperava.
— Leah, vamos embora.
— Tudo bem, mas por que tão repentinamente?
— Um dos nossos professores não foi muito com minha cara, parece que ele é popular por aqui!
— Aquele que tem uma fila para a arena?
— Esse mesmo.
— Ah, o Glenfield não gostar de alguém? Sabia que tinha algo diferente em você.
— Por que ele não gostar de mim me torna diferente?
— Esse professor é alguém amável e doce com a maior parte de seus alunos, mas com outros ele faria de tudo para ao menos ser expulso daqui.
— E quem faria parte desse grupo?
— Eu, Marko, uma garota da escola preparatória e agora você.
— Eh parece que a nossa fama por aqui não é das melhores... Agora é instalação de pesquisa né?
— Podemos até passar lá, mas só alunos autorizados podem entrar no prédio. Depois da primeira besta primordial ser derrotada eles começaram a fazer testes com itens mágicos perigosos caso alguma outra aparecesse para espalhar o caos novamente.... Fica entre nós, mas tenho uma amiga que consegue colocar a gente lá dentro, o problema é que seria por só por uma única vez.
— Então acho melhor usarmos em momento mais oportuno.
— Mas podemos passar lá na frente, ao menos daria para conhecer essa amiga.
— Ok, vamos então.
Chegando em frente a tal instalação, Will observa que a entrada parecia mais um covil secreto do que um local de pesquisas (tal como haviam visitado a anos com seu mestre). Tocando o sino, a porta daquele lugar se abre e de lá sai uma garotinha que parecia ter quatorze anos usando um jaleco e tinha cabelo da cor rosa.
— Leah!! Finalmente chegou hein! — Exclama, mostrando impaciência.
— Desculpe o atraso Ricsa, nós começamos a bater papo e acabamos atrasando.
— Vocês estavam de namorico e me deixaram plantada aqui.
— Namorico? — Questiona, confuso.
— Ricsa!!
— Ah não era para contar?
— Contar o que?
— Não é nada William! Vai Ricsa, explica como funciona esse lugar.
— Atualmente somos uma instalação de pesquisa da MÆX, a escola insiste em alegar que esse prédio ainda é dela, mas o máximo que podem fazer é escolher alguns alunos para "trabalhar" junto do pessoal da MÆX.
— Qual é o foco das pesquisas da MÆX?
— Isso meio que é confidencial, mas posso te contar uma ou duas coisas pelo preço certo (se bem me entende).
— Vou pensar no seu caso. Posso ao menos perguntar o que faz aqui?
— Atualmente estou pesquisando sobre fenômenos mágicos... em especial o surgimento da quinta magia; inclusive, posteriormente, se puder me ceder um pouco do seu tempo ia seria bem a calhar; estamos em falta de matérias primas para desenvolver as pesquisas! — Exclama, enquanto olha fixamente para Will segurando uma lâmina cirúrgica.
— Ricsa! Deixa dessas brincadeiras! — Exclama, Brava com sua amiga.
— Desculpa, esqueci que com o “grande William Voborn” não pode brincar.
— Por que não pode brincar quando se trata de mim?
— Ignora ela, William.
— Acho que eu já disse tudo que não era sigiloso, de resto eu deixo no mistério...
— Ok então, obrigado Ricsa.
— A gente se fala mais tarde Leah, a pilha de trabalho só está aumentando e eu já vou indo.
— Tchau, até!
Ricsa volta para dentro da estrutura deixando apenas os dois sozinhos novamente.
— E agora, o que você pretende fazer William?
— Acho que já deu minha hora também, vou voltar ao dormitório e guardar minhas coisas propriamente e depois vou ver se encontro outros feitiços interessantes na biblioteca.
— Tudo bem, até mais tarde!
— Ah, pensei que você iria comigo.
— Você quer que vá junto com você? — Questiona, quase chorando felicidade.
— Sim, sua companhia é agradável.
— Vamos então, William!
— Me chame só de Will, a maioria das pessoas já me chamam assim; uma a mais ou uma a menos não faria diferença!
— Ahhhh ok então Will. — Na mente de Leah, aquele era o dia mais feliz de sua vida.
Capítulo 13: Upgrade
Após passarem no dormitório e de deixar suas coisas, Will e Leah retornam à área de pesquisa para que ele pudesse pegar alguns grimório e aumentar seu repertório de feitiços e novas magias enquanto, inspirada por seu novo amigo, Leah vai à outra estante e começa a fazer o mesmo. Curioso pela súbita busca de conhecimento, ele começa a pensar se as aulas de lá poderia lhe interessar em algo; por conta da maior experiência na academia, Will vai tirar suas dúvidas sobre com sua confiável colega:
— Leah, como funcionam as aulas por aqui?
— As aulas por si só não são obrigatórias, muitos dos alunos apenas procuram algum professor específico quando querem aprender algo novo.
— Certo, mas o que acontece com aqueles que não vão nas aulas?
— Os professores fazem uma avaliação mensal para ao menos provar algum progresso em sua pesquisa/estudo.
— É se não passarmos na avaliação?
— Somos expulsos.
Finalizando ali a conversa, a curiosidade começa a bater e ele volta correndo “aos braços” de um novo livro de magia e ali passa mais um tempo “explorando” o desconhecido. Apesar de não ser tão amante de livros e do cansaço começando a falar mais forte, Leah ainda tentava acompanhar seu mais novo amigo pesquisador... o que acaba se tornando uma tarefa cada vez mais difícil e ela acaba adormecendo com a cara caída no meio de seu livro. Percebendo a situação difícil que estava, o jovem mago resolve terminar ali sua sessão de estudos e se levanta a caminho de seu desejado descanso e finalizar seu dia:
— Creio que já deu por hoje né, Leah? – diz Will a sua amiga dormindo ao ponto de babar em cima dos livros – Desse jeito tá até me lembrando de uma outra amiga hahahah... enfim está na hora de acordar, flor do dia!
Will tenta acordar a garota, entretanto falha miseravelmente.
— Leah! Acorda já são três da manhã.
Apesar do esforço, a elfa não acordava de jeito nenhum. Vendo que não teria outra opção, Will a pega e bota em suas costas a fim de carregá-la ao seu quarto. Os dormitórios eram separados por sexos e que, além de não saber qual o quarto dela, se alguém o pegasse entrando no dormitório feminino poderia ser seu último dia na escola. Com receio disso acontecer, Will resolve dar a meia volta e arrumar um jeito de entrar com ela no outro dormitório e deixá-la dormindo em sua cama; mas acaba sendo interrompido no meio do trajeto por um bando de alunos que passavam por ali:
— Ei garoto, o que você está fazendo com essa mestiça?
— Mestiça? Quem é você para falar com ela desse jeito?
— Sou membro do conselho estudantil Evelyn Garden. Então eu ordeno que você deixe essa garota aqui.
— Por que eu faria isso?
— Essa mestiça é uma aluna problemática, tenho certeza que o professor Glenfield irá adorar ter um tempo com ela.
— Ah, você era aquela que estava treinando com desgraçado do Glenfield.
— Olha como você fala dele! Esse é meu último aviso, Deixe a mestiça ai.
— Se você quer ela vem pegar.
Evelyn então se enfurece com as atitudes de Will, e se prepara para usar uma magia poderosa.
— burst of explosive fire!
Uma grande rajada de fogo, vai na direção de Will que rapidamente pensa.
— Lutar com a Leah nas costas me lembra velhos tempos, mas não acho que seria a melhor opção contra uma maga! Se eu dosar a minha força acho que crio uma cortina de fumaça, Aqua Gladius.
Uma espada de água é feita na frente do Will, que a controla usando sua mão. Rapidamente o garoto move a espada, assim fazendo a rajada de fogo e a magia do garoto se chocarem de frente. E como ambas estavam no mesmo nível de força, ela se anularam assim criando a cortina de fumaça.
— Essa é minha chance!
Will sai em disparada para longe do dormitório feminino.
— Merda não estou conseguindo enxergar nada!
Logo a fumaça se dissipa. Ao ver que o garoto tinha desaparecido, Evelyn se enfurece.
— Perdi uma chance de ouro! Quem era aquele garoto? Ele me tirou uma chance de impressionar o professor, ele vai pagar.
A garota então volta a andar. Vigiar o dormitório feminino, era sua função como membro do conselho um estudantil.
Will corre para o seu dormitório, rapidamente ele entra e se dirige ao seu quarto. O jovem rapaz, coloca a garota em sua cama e a olha, O garoto não havia reparado, mas Leah era uma garota realmente bonita. Envergonhado por olhar sua amiga tão fixamente, Will desvia o olhar e se afasta.
— Não é momento de pensar em garotas, William! Como não vou dormir na minha cama, irei voltar a ler.
Will havia levado alguns livros com ele, o quarto de mago era muito pequeno, era constituído por uma cama, uma escrivaninha e um armário para suas roupas e havia um banheiro comunitário nas áreas comuns do dormitório. Ele se senta na sua escrivaninha, assim começando a sua leitura.
Algumas horas depois…
Leah acorda de seu sono profundo, de começo ela se surpreende por não estar na biblioteca. Mas logo ela vê seu amigo lendo, assim começando a entender onde ela estava.
— Bom dia, finalmente acordou em.
— Onde é que estou? — Questiona, coçando seus olhos.
— No meu quarto. — Responde, na maior tranquilidade.
— Ahhh? Estou no seu quarto, e na sua cama? Você não fez nada safado né? — Questiona, escondendo seus peitos com suas mãos.
— Claro que não! Você dormiu na biblioteca, então te carreguei no ombros até o dormitório feminino, mas uma garota do conselho estudantil nos atacou, então fiquei sem alternativas e te trouxe até aqui.
— Uma garota? A Evelyn provavelmente né? A cachorrinha do Glenfield. Ela tenta arrumar briga comigo todas as vezes que nos encontramos.
Na mente de Leah..
— Ele me carregou nas costas! — Pensa, eufórica.
— Ela falou que é do conselho estudantil, eles são fortes?
— Nunca lutei contra nenhum deles, mas até onde sei a Evelyn e a secretária, e a Navi a vice presidente.
— Quem e o presidente?
— O cargo está vago, antes era ocupado pelo aluno mais poderoso que academia viu no últimos dez anos.
— E oque aconteceu com ele?
— dizem que ele não via mais graça, na pacata e chata vida escolar, assim ele se tornando um aventureiro.
— Imagino que exista muita gente poderosa pelo mundo.
— Deve ter mesmo! O mundo é gigante, mas me diga o que você tanto procurou na biblioteca?
— No momento, estou à procura de feitiços poderosos.
— Isso é o objetivo de quase todo mundo que vem para cá, imagino que alguma hora procurando na área de pesquisa irá achar algum, que seja pelo menos interessante. — Exclama, como se estivesse escondendo algo.
— Pelo jeito que você está falando, existe um lugar melhor? Ou estou enganado?
— Estamos começando a falar a mesma língua! Mas já aviso, entrar lá não é a coisa mais difícil, mas se formos pegos uma prisão perpétua seria nosso destino mais brando. Dito isso você ainda quer ir?
— Me leve até lá Leah.
— Então vamos para a biblioteca Real! — Exclama, demonstrando um sorriso de animação
— Então... primeiro um plano para entrar! Agora é pensar em algo para conseguirmos entrar e sair de lá sem risco nenhum.
— Ok, quando estiver pronta me avisa; provavelmente vou estar por aqui mesmo ou na biblioteca procurando algo que chame minha atenção.
— Hmmm... creio que consigo bolar algo em três dias.
— Beleza, ficarei no aguardo.
Alguns dias depois….
— Onde que o Will foi parar? – diz Leah impaciente, por já ter procurado seu amigo em todos os lugares.
E assim ela continua a procura na biblioteca, mas desiste depois de rodar por ali e não o achar. Por eliminatória, Leah vai procurá-lo em seu quarto no dormitório e, chegando lá, ela bate na porta algumas vezes:
— Acorda Will! — Exclama, enquanto batia em sua porta insistentemente.
Após esperar cinco minutos, nenhuma resposta... novamente, bate contra a porta com mais força, mas ainda nada. Desistindo de chamar uma terceira vez, ela começa a refletir onde mais Will poderia estar. Sem ideias, Leah resolve aumentar sua área de busca e a procurar por todo o campus... mas ainda sem sinal de Will. Cansada de andar por aí durante todo o dia, Leah meio que desiste de procurá-lo e se senta em um dos bancos espalhados pelo campus e ali por um tempo descansando. Logo após, Will passa correndo na frente da elfa.
— Oi, Leah. — Cumprimenta, sua amiga e dá continua sua corrida.
— Oi, Will… — Cumprimentou sem se ligar com quem estava falando.
— Quê? Espera aí fiquei o dia inteiro procurando e, facilmente, ele simplesmente aparece na minha frente enquanto estou jogada aqui descansando??? — Indignada, ela se levanta e sai atrás do garoto gritando seu nome.
— Wiiiiilllll! Te procurei o dia todo! Por onde estava?
— Ahhh, vendo como estava muito focado apenas em procurar novas magias, hoje resolvi focar em treinar meu físico
— Você ficou o dia inteiro praticando algum exercício físico?
— Exatamente!
— Fico admirada pelo seu esforço, mas vim aqui para falar de outra coisa! O plano para entrar na biblioteca real está finalmente pronto!
— Finalmente! Me passe todos os detalhes.
— Bom, o lugar é vigiado porto do lugar pelos guardas, mas, às nove horas da noite, existe uma brecha meio apertada de 15 minutos para troca de turno entre eles; logo, temos esse tempo pra entrar e sair de lá com algo, isso rezando para que ninguém tenha nos vistos.
— Quinze minutos? Um tempo curto desse não daria nem pra escolher ou folhear algum, no máximo pegar o primeiro que visse pela frente e voltar correndo de lá.
— Saiba que só de entrar lá já é algo ilegal, pegar um livro ou não mudaria a nossa pena.
— Seríamos expulsos da academia?
— Caso fossemos nobres importantes, imagino que essa seria nossa pena máxima! Como usuária de quinta magia, eu até poderia ser presa, mas como você é um nobre renegado, meio que poderia ser executado em praça pública.
— Alto risco então…
— Isso se nos pegarem!
— Qual é o plano de contingência? Se nos pegarem, teríamos que fugir do reino?
— Eu me garanto, e você Will?
— Então o que nos resta é rezar pelo nosso sucesso. Gosto da sua confiança! Quando vamos então?
— Amanhã à noite, esteja preparado.
— Está combinado.
Logo depois os dois se despedem e cada um vai para o seu dormitório. No dia seguinte, Will sai de casa e Leah já estava o esperando com um tipo de bolsa com ela.
— Bom dia Leah, tudo está pronto para nossa pequena aventura?
— Tudo certinho, vamos para um lugar mais afastado para eu te passar os detalhes do plano.
Os dois andam para um lugar mais isolado da academia, perto da instalação de pesquisas.
— Aqui é seguro Leah?
— Sim, o movimento de alunos por aqui é baixo.
— Tem certeza? Por que se nos pegarem com isso em mãos tudo vai por água abaixo.
— Olha somos dois adolescentes em uma área pouco movimentada da academia, se nos acharem pode ter certeza que esse não seria a maior preocupação.
— Você tem um ponto.
— Bom, brincadeiras à parte, a troca de guarda ocorre às seis da tarde. A biblioteca real, naturalmente não é muito movimentada, sei disso porque, apesar de ser considerada “problemática”, dava para ir lá em algumas ocasiões. Temos quinze minutos para entrar e sair.
— Certo, mais alguma complicação que deveria saber antes de começarmos?
— Disfarces, claro! Creio que se fosse comprá-los poderia ser algo meio suspeito, então arranjei uns tecidos pretos e fiz macacões para a gente.
Leah tira da sua bolsa um dos macacões e entrega para Will, os dois saem da área da academia, e pelos becos e vielas eles chegam perto da biblioteca real.
— Ok chegamos, agora é só colocar o macacão e esperar um pouco até o horário.
— Tudo bem, se vira aí que vou colocar a minha roupa.
— Ok! Leah então se vira, assim Will tira sua roupa e começa a colocar seu macacão, mas ao olhar rapidamente percebe que Leah estava claramente tentando espiar.
— Leah!!!
— Ah desculpe, a tentação era muito grande para nem tentar. Will então coloca seu macacão o mais rápido possível e Leah faz a mesma coisa logo em seguida, algo que Will já desconfiava e dá um espaço pra ela se trocar.
— Uhh se virou antes de pedir quanto cavalheirismo da sua parte.
— Vai logo Leah!
— Tem certeza que não quer dar nem uma espiadinha? Você nunca mais vai ter a chance de ver uma beldade como eu sem roupa!
— Para de graça Leah! Vai logo. —Exclama, envergonhado pelas brincadeiras de sua amiga.
— Tá bom. — Responde, segurando o riso .Já vestidos e escondidos, ambos esperam
até o momento desejado... Iniciando o plano de invasão, Leah faz algumas plataformas de pedra para facilitar o acesso à uma das janelas da biblioteca. Eles sobem rapidamente e logo ficam prontos. E quando bate as seis horas da tarde a movimentação é iniciada:
— dragon breath!
Leah usa uma magia de fogo com isso derretendo a janela da biblioteca, assim liberando a passagem.
— Vamos rápido Will. O garoto rapidamente entra na biblioteca e começa a procurar livros relacionados a magia de água, as bestas primordiais e a origem da magia. Procurando por cerca de cinco minutos, eles encontram muitos livros interessantes lá, em principal um intitulado como: “Registros Mágicos – vinte anos”
— Will achei um aqui pode te interessar!
— É sobre o que?
— Pelo que entendi, é sobre a vida de antigo monge peregrino que usava apenas magia de água por questões de religião.
— Ok, guarde ele na sua bolsa. Cerca de sete minutos se passaram, Will e Leah continuavam sua procura, mas logo eles começam a escutar alguns barulhos estranhos semelhantes a passos. Os dois rapidamente se escondem e começam a observar, havia uma pessoa que estava andando até uma das mesas da biblioteca. O local onde eles estavam era dividido em dois andares, os dois invasores estavam no segundo andar. Olhando mais fixamente a dupla percebe quem era a pessoa misteriosa que estava na biblioteca: princesa Navi estava ali.
— Merda Will, a Navi está aqui, vamos embora! Já conseguimos um livro já é suficiente por hoje.
— Vamos! Will antes de ir embora, vê sua inimiga segurando um livro: "magia primordial e seus segredos”; exatamente o que ele precisava naquele momento O garoto então toma uma decisão ousada:
— Leah, você sabe alguma magia de bomba de fumaça ou distração?
— Sei, mas para o que precisa? Ninguém nos viu.
— Tá vendo aquele livro que está com Navi.
— Calma, não me diga o que...
— Aquele é um dos livros que preciso.
— De todos os que você viu, tinha que ser mesmo aquele ali? O que está com simplesmente uma das pessoas mais fortes do reino?
— Exato, esse livro é um dos motivos que vim para academia.
— Tá bom, o que você precisa?
— Lança uma magia que tira a visão dela e eu cuido do resto, mas depois vaza daqui para não ser pega.
— Ok, então está combinado, pode lançar a magia?
Will respira bem profundamente, se concentra e acena com a cabeça.
— Smokescreen! A cortina de fumaça então era criada, Navi que estava lendo tranquilamente fica sem entender o que estava acontecendo.
— Que merda essa? Alguém veio me atacar na biblioteca real?
Will então parte para o ataque, ele rapidamente pula do segundo para o primeiro andar. Navi sente que alguém estava se aproximando.
— Light Sword!
Navi cria uma espada de luz e se prepara para cortar qualquer um que se aproximar. Will, se aproximando da mesa rapidamente, recebe o ataque de Navi. Mas o objetivo do garoto não era um combate, ele desviou por baixo do golpe e pegou o livro. O jovem mago então parte em retirada subindo as escadas para o segundo andar e rapidamente plataformas de pedras aparecem em sua frente que o levaria até a janela onde eles haviam entrado
— Vem logo! Leah,
já fora da biblioteca, não havia saído como seu parceiro de crime falou e tinha ficado para ajudá-lo. Percebendo o risco que isso poderia ter para ela, ele começa a correr o mais rápido possível pelas plataformas. Apesar de todo sua furtividade, nada adiantaria agora já que a cortina de fumaça já estava se dispersando, assim possibilitando que Navi pudesse vê-los:
— Acham mesmo que podem roubar da princesa do Reino! – Exclamou, furiosa — Divine chains.
Duas correntes de luz saem de chão em direção do Will, o mesmo se vira para se defender. Mas a corrente não era para atacá-lo, mas sim para recuperar os livros roubados, enquanto a outra agarrou o braço da Leah que ela estava usando para controlar as plataformas.
— Ela me pegou, que merda! Navi então dá um comando e as correntes começam a puxar tanto livro quanto a Leah para direção da princesa.
— Ahhh Socorro! — Grita, em desespero.
— Merda não tenho muitas opções! Aqua Gladius
Will cria sua famosa espada de água e desfere um golpe na corrente que estava puxando Leah, quebrando-a facilmente.
— Essa espada... óbvio que seria ele. A corrente então puxa o livro que chega em suas mãos. Leah se segura na beira do segundo andar e volta para ele.
— Agora entramos em combate com ela?
— Sinceramente, não temos chance no momento.
— Vamos nos retirar então! smokescreen.
— Essa magia de novo? – estranha Navi
— Bom deixarei eles fugirem, não há motivos para enfrentá-los agora. Não me parece uma má ideia fracotes como eles procurarem por mais poder, já que seria algo fútil assim; no final eu ganharia de qualquer forma.
Os dois se retiram e vão direto para a academia.
— Valeu o sacrifício, Will?
— Não consegui o livro que queria, mas o que você pegou já vai me ajudar muito.
— Então vamos considerar como missão concluída, né?
— Sim podemos considerar!
Candace Azálea era vice-diretora de uma das maiores academia mágicas do mundo. Como o próprio título diz, na ausência do diretor ela é quem seria responsável pela mesma. Admirada por muitos e temida por outros, Cadance era um dos grandes símbolos de poder e autoridade na academia. Retomando as suas atividades, o que achava que seria mais um dia normal e atarefado, se tornou um dia que viria a se tornar algo complicado e cada vez mais fora do comum....
Alguém entra na sala…
— Senhora Vice Diretora! Tenho algumas notícias urgentes.
— São tão importantes ao ponto de atrapalhar o que estou fazendo agora?
— Sim! A MÆX em colaboração com o professor Glenfield finalmente conseguiram encontrar uma masmorra com um item vital para o sucesso dos humanos perante as outras nações.
— Como podem ter tanta certeza disso?
— Sinceramente não sei senhora; só me mandaram aqui para pegar uma autorização para a exploração dela. A ideia deles foi mandar alguém sem saber de nada e manter os detalhes só entre eles? Bem esperto, mas é um esforço pífio visto que não deixaria essa oportunidade passar. — Pensou, encarando o mensageiro.
— Diga a eles que o pedido foi negado! Apenas os aventureiros que julgar merecedores poderão entrar naquela dungeon e ninguém mais... e quem mais estaria preparado em vista de meus alunos desta academia.
— Entendido senhora, irei entregar sua deliberação a eles.
— Dado o recado, pode se retirar; tenho mais um problema pra resolver agora. – diz Cadance ao mensageiro com um abano das mãos.
Se a real motivação deles for completar a dungeon e alcançar uma clara vantagem por sobre as outras raças, eles não terão problema algum nesse “pequeno impedimento”. Bom, que comecemos os trabalhos; apesar do Torneio de Primavera estar distante, creio que uma disputinha a mais não seja um problema para meus esforçados alunos. – Reflete enquanto se levanta e vai até seu microfone.
— Atenção todos os membros do conselho estudantil, venham até a minha sala imediatamente.
Enquanto isso no outro lado da Academia… Apesar de não conseguir pegar um livro sobre mistérios sobre magia, Will por sorte conseguiu um no qual há algumas magias de água que ainda não conhecia. Por conta disso, ele passa o dia inteiro sentado na sua escrivaninha lendo e relendo à procura de algo interessante:
— Que merda! Eu deveria ter imaginado que um monge não pensaria em nada que pudesse machucar alguém, mas não ter algo útil como Químic já é desaforo!
Cada vez que relia mais o garoto se sentia frustrado; até que uma parte lhe chama a atenção: a invocação de um tubarão de água.
— Ele usou um tubarão para atravessar o rio? Onde isso poderia ser útil??? Para o que serve um livro como esse — Exclama, indignado com a vida do monge. Com raiva ele joga o livro na parede.
— Se acalma Will, o que o Deruzi faria nessa situação?
Recordando os ensinamentos de seu mestre, Will tenta a pensar em maneiras de contornar esse empasse, até que ele lembra de uma algo que aconteceu a uns anos atrás….
— Mestre acho que já melhorei bastante o Quimic.
— Já consegue fazer quase tudo?
— Sim, consigo fazer várias poções de cura, mas tenho uma dúvida: não seria melhor aprender uma magia de cura do elemento água do que usar esse feitiço?
— Bom, vejo que você tem muitas coisas para aprender. A magia que te ensinei não se resume a criar somente poções de cura.
— Espera eu consigo fazer outras coisas com ela?
— Não sei, expanda sua imaginação. O único jeito de se dominar uma magia de verdade eé aprendendo usá-la de várias maneiras e não só de como foi ensinado.
Retomando do sonho lúcido, o garoto se levanta, pega o livro e volta a onde havia parado e, com um sorriso, diz:
— Até nos meus sonhos você vem dar sermão, mestre! Obrigado, já sei o que me resta agora é treinar e fazer acontecer.
Dias se passam….
Leah tinha acabado de acordar, mas, para sua surpresa, começa a escutar alguém batendo incansavelmente em sua porta como se fosse algo importante. Muito cansada, ir até lá e quem estava lá a incomodando à essa hora; abrindo a porta e quem estava atrás dela era o seu amigo Will.
— É você Will? Não te vejo desde a nossa ida à biblioteca, o que está fazendo nessa hora aqui? E como entrou aqui no dormitório feminino?
—Bom, não tive tempo de falar com você porque estava treinando um novo feitiço. E como cheguei aqui? Simplificando, é bem mais simples invadir esse dormitório do que entrar naquela biblioteca como fizemos a alguns dias atrás.
— Mas fora isso, qual o motivo para você estar aqui esmurrando minha porta tantas vezes? Espero no mínimo que seja algo ao menos importante!
— Como eu disse, estava treinando um feitiço novo e queria alguém me ajudasse a testá-la.
— Te ajudo sim, mas em quero algo em troca.
— Certo, o que você quer?
— Talvez um beijinho? — Questiona, enquanto fazia biquinho.
— Leah! — Exclamava envergonhado.
— Ok, então... poderia ser um dia você me chame para fazer algo que não esteja relacionado com magia?
— Tipo?
— Dar um passeio pela cidade… coisas desse tipo.
— Por mim tudo bem, sem problemas.
— Então vamos para alguma área mais isolada, até poderíamos usar a área de treinamento mágico, mas a possibilidade dos alunos ou o próprio Glenfield estiver lá é muito alta, algo que não seria tão legal pra nós dois.
— Vamos então.
Na sala da diretora:
— Navi, a MÆX achou uma nova masmorra e eles em conjunto com o Glenfield estão muito interessados nela. Consegui
convencer a eles que seríamos responsáveis por escolher os alunos que iriam explorar a masmorra.
— Ok, a senhora deseja que o conselho faça a escolha dos alunos para o ataque à masmorra?
— Claro que não, a Evelyn é uma das seguidoras do Glenfield.
— Não sou, eu só o admiro bastante.
— Cale-se Evelyn, você admirar ele já é um sinal de que não poderia participar dessa escolha. Pode continuar senhora, qual seria seu plano?
— Vamos adiantar o torneio da primavera; os que ficarem melhor colocados serão escolhidos para participar da equipe de ataque.
— Quantos alunos irão participar no total?
— Trinta e dois e vocês serão os responsáveis pela escolha deles.
— Ok, senhora iremos providenciar!
— Não se esqueçam: vocês precisam participar do torneio para explorar a masmorra.
Navi e Evelyn saem da sala da diretora e sem remorso alguma princesa vira para a sua suposta amiga e diz.
— Não ouse convidar alguém para o torneio sem me perguntar, entendido?
— Eu nunca passaria pelas suas ordens princesa.
Will e Leah saem do dormitório e vão caminhando até uma área mais isolada, perto da área de pesquisas. Ao chegar os dois se preparam para começar o teste.
— Como vai ser Will? Quer que use qual tipo de magia?
— Você sabe algum feitiço defensivo?
— Claro que sei, elas são minhas especialidades para ser sincera.
— Ótimo então podemos começar?
— Podemos sim! Vem com tudo! Tetsu no on'na!
Uma armadura de ferro é posta sobre o todo o corpo de Leah. Ao ver isso, Will se anima, enfrentar magias “únicas” era sempre um desafio interessante para o garoto.
— Same no kōgeki!
Uma barbatana dorsal aparece do chão e logo vai em direção de Leah. Sem saber o que era aquilo, ela apenas firma os pés e se prepara para o impacto de um possível ataque. Em questão de segundos a barbatana chega próxima da garota e, já do lado dela, a barbatana “pula” da terra se mostrando um tubarão pronto para morder o que tinha à sua frente e assim acertando uma mordida no braço de Leah. Apesar da força e velocidade do ataque, de nada adianta visto a grande defesa que a armadura possui e deixando-a ilesa.
— Acho que isso vai o bastante! Como contra-ataque, Leah reúne sua magia em seu outro braço e finaliza aquele tubarão de maneira fácil e eficiente.
— Você é realmente forte Leah, acho que preciso de muito treino ainda para conseguir te superar.
— Eu que preciso treinar, você aprendeu essa magia a poucos dias e quase superou uma das minhas magias mais fortes. Mas diz aí: o livro que achei foi útil?
— Ajudou sim, obrigado Leah!
No meio da conversa entre os dois, sons de passos podem ser ouvidos vindo da direção oposta a eles.
— Alguém sabe que estamos aqui?
— Eu não contei para ninguém, mas nada impede que possa ser um desavisado perdido por aí, então fique alerta
No momento em que Leah termina sua frase, uma pessoa aparece dizendo:
— Feitiço novo, Voborn? Vejo que ficou mais forte!
— Navi! O que você está fazendo aqui? — Questiona, surpreso com a chegada de sua antiga rival.
— Não comece com essas briguinhas, vim aqui sem intenções de lutar.
— Então por que está aqui?!
— Você? Não se esqueça com quem está falando mestiça. A diretora vai adiantar o torneio de meio do ano e por alguma razão ela quer que ambos participem!
— Porque achamos uma masmorra nova então o torneio será para decidir quem irão para a masmorra.
— Uma masmorra! Ok obrigado por nos avisar, Princesinha.
— Não me agradeça, pois será esmagado por mim durante o torneio. Ah uma dica para a próxima vez que vocês forem invadir algum lugar: pensem direito em todas variáveis e façam direito.
Navi então se retira do local.
— Merda, ela sabe!
— Era de se imaginar né, mas agora temos que nos fortalecer. Em masmorras tipo essas sempre têm coisas preciosas.
— Vamos treinar todos os dias então! Mas me diga uma coisa, qual é sua relação com Navi, Willian?
— Atenção todos estudantes: dentro de duas semanas realizaremos nosso torneio anual . Estamos um pouco adiantados, mas por alguns fatores teremos que realizá-lo agora e aos melhores classificados, apenas glórias os esperam e além de um grande avanço no mundo mágico.(sugestão para cino)
Cadance anuncia o alto falante espalhado pela escola.
Leah e Will estavam a caminho da área de pesquisa para encontrar uma certa pessoa e lá encontrariam alguém que pudesse ajudar com o tal torneio:
— Meu casal favorito chegou! – diz Ricsa aos dois garotos que acabavam de chegar ao instituto.
— Ricsa! Já disse que ainda não somos um casal! — Reclama Leah, extremamente envergonhada.
— Bom dia, Ricsa.
— Como os dois chegaram juntinhos, podemos começar a nossa reunião de estratégia para o torneio (RET), mas primeiro vamos para um lugar mais reservado.
Os três andam para dentro da floresta até encontrarem um lugar afastado o suficiente de todos os outros alunos.
— Agora oficialmente está aberto o RET, por qual tópico começamos?
— Competidores?
— Ainda sou novo na escola, então não tenho muita ideia da força dos alunos em geral, mas creio que entre os favoritos estarão a Navi, Marko e a Evelyn. A questão é preparar para o pior e traçar uma estratégia contra eles.
— Esses três com toda certeza estarão lá, acho que aquele Tyro também vai participar. – diz Leah.
— Acho que por ser mais reservado, acaba que sua presença é meio esquecível, mas ainda existe outro usuário de quinta magia na escola.
— Então.... com isso temos oito dos trinta e dois participantes.
— Ok, o que sabemos sobre eles?
— A muito tempo atrás eu lutei contra a Navi; na época ela não me matou por puro capricho.
— Apesar de sua magia de luz ser bem poderosa, temos que nos preocupar com o Marko por ser uma ameaça do mesmo nível.
— E claro Will, apesar de ter dois alunos como eles, não podemos esquecer de nossa amiga Leah que não está muito atrás de ambos. Contando com ela, os 3 Ás da Academia finalmente estariam reunidos.
— Não me coloque no mesmo grupo que esses dois!
— Bom, continuando nessa academia temos quatro usuários de quinta magia: Leah e sua magia metal, Navi usa luz, Marko usa Cristal e o quarto é desconhecido. Agora pessoas que só usam quatro, que devemos ficar de olho em Tyro e na Evelyn correto?
— Se esse evento foi organizado totalmente pela vice diretora, imagino que as chaves serão manipuladas e deixar os favoritos mais pro final ou ao menos a partir da segunda rodada.
— Também imagino que possa ser assim, o chaveamento deve colocar a Leah para enfrentar o Tyro ou a Navi para que a final seja somente entre usuários de quinta magia.
— Então podemos dizer que o torneio realmente começa a partir da segunda rodada e, se chegarem à semifinal, terão que enfrentar um usuário de quinta magia?
— Exato
{...}
Após um certo tempo conversando, a noite já pairava sobre eles e com isso estava na hora de voltar a seus dormitórios e finalmente descansar. Eles estabeleceram uma regra de que deveriam treinar sozinhos para o torneio, pois nenhum deles queria ter vantagem sobre o outro na luta.
Assim como o vento, as duas semanas sem passaram. Como previsto durante as reuniões de planejamento, o chaveamento finalmente foi divulgado e Will só enfrentaria uma de suas amigas na final, mas até lá teria que passar por Tyro e Marko. Já sobre o local, o torneio seria realizado em uma arena no centro do reino.
A aclamada hora chegava, Will já em sua primeira luta batalharia contra um garoto chamado Mark; preparando-se para a batalha, ele encontra Leah no caminho e o recebe com uma saudação:
— Oi, está tudo bem?
— Sim, estou bem. – diz com uma certa apreensão nos olhos.
— Sabe que não precisa esconder nada de mim, né? Aparecer em público depois de tanto tempo não deve ser nada fácil.
— Realmente não é. — Exclama, com uma expressão vazia em seu rosto.
— Você está sentindo vergonha ou algo do tipo?
— Essas pessoas? Eu só sinto raiva, e nojo, se eu pudesse mataria todos.
— Não está nervoso, já é um bom começo, se precisar de qualquer coisa estarei na arquibancada, tchau boa sorte!
Leah então vai rumo a arquibancada, Will entra no corredor de acesso à arena e começa a escutar o narrador apresentando os lutadores.
— De um lado Mark Viper, um dos filhos do Barão Viper e um dos melhores alunos da academia! Contra Willian Voborn, espera! E o garoto que se isolou por que só consegue usar um elemento: Água!
— Não enche, começa logo.
— Então você é o tal garoto de uma magia só.... eu estava naquele dia, me lembro muito bem de você sendo humilhado pelo Marko e pela Navi! — Exclamou, dando um sorriso sarcástico.
— Sinceramente, o tempo me fez esquecer de todo o sofrimento que tive de enfrentar com essa merda de mundo mágico. Toda a fé que tinha nesse reino humano se foi...
— Ainda chorando por uma bobeira dessa? Não tá muito grandinho pra isso Voborn? – Diz Mark ao seu adversário interrompendo seu lamento.
— Ah, você está aqui ainda né? Vamos acabar logo com isso.
— Com as apresentações feitas daremos início a luta! Os dois lutadores estão prontos?
— Claro, sempre estou pronto para ganhar de um pedaço de lixo.
— Estou pronto.
— Então que o combate seja iniciado!
— Mizu no ya!
— Lapis montem cadentem.
Alguns blocos de rochas gigantescas surgem do chão e começa a ir na direção de Will e, com seu arco em mãos, dispara várias flechas seguidamente e destrói todos blocos facilmente.
Antes que o garoto pudesse lançar outro feitiço, Will acerta uma flecha em seu ombro, o garoto automaticamente grita de dor, a magia daquele que ele julgou como fraco havia acabado de perfurar ele.
— Seu merda, como você tem poder para ferir um membro da nobreza! Vou usar minha magia mais poderosa, Sekiryū no shūgeki!
Um dragão de terra é rapidamente criado e vai para cima de Will em alta velocidade. Aquela magia era bem parecida com o Same no kōgeki, mas ao invés de nadar pelo chão, ele entrava e saía do chão de forma ágil.
— Aqua Gladius!
Will rapidamente faz a troca de seu arco para uma única espada de água, todos os espectadores olhavam com atenção, para ver como ele iria lidar com uma magia tão poderosa, ele iria se defender? Iria tentar cortar? A plateia inteira se perguntava, entretanto o jovem mago não achava que para lidar com aquela magia ele teria que se esforçar tanto, então ele arremessa a sua espada que vai de frente para o dragão de pedra. E para surpresa de todos a espada passa pelo meio do dragão.
— Como assim, ele realmente é só usuário do elemento de água?
A espada vai com tudo na direção de Mark, mas por já estar bem ferido pelo ataque anterior e ao ver a espada se aproximando, o medo começa a se instaurar e, com isso, a única coisa que vem na cabeça é:
— Eu... eu desisto!
A espada, no entanto, não cessa seu ataque e contínua de ir para cima do garoto, Will estava decidido a dar a devida punição para aquele nobre. Ao ver isso, a plateia se silencia, mas uma voz logo ecoa pela plateia:
— William Voborn, você não é um assassino!
Ao escutar aquilo, Will desvia a espada o suficiente pra que não acertasse o “chorão” em sua frente. Mark então cai ajoelhado no chão e o jovem mago se vira para ver quem havia falado anteriormente e lá estava ele: seu pai estava em pé na arquibancada assistindo o combate.
O narrador então anuncia:
— Como Mark Viper se rendeu a vitória é de William Voborn!
Will, correndo para fora do estádio, sem olhar para trás; tudo que ele queria rever seu pai. Chegando na saída dos lutadores, seu pai já estava lá esperando-o com os braços abertos... correndo, ele dá um pulo e cai direto nos braços do pai para um abraço e diz:
— Eu senti tanta saudade pai.
— Eu também senti filho…
— Filho, por onde você esteve por todos esses anos?
— É uma longa história, mas como ficaram as coisas depois que parti?
— Sinceramente, nunca foi a mesma coisa... sua mãe, irmã e eu... tentamos seguir com a vida, mas o seu sumiço não foi algo fácil de ignorar ou esquecer.
— Como está a mamãe?
— Sinceramente nada bem, mas recuperando e ainda está acamada.
— Tem algo que possa fazer?
— Quer ir vê-la? Acho que isso pode dar uma alegrada à ela.
— Se vai ajudar, acho que posso tentar sim! Vai que ela sai da cama e damos uma volta por aí, além de que tô com saudade da minha irmãzinha; ela está bem?
— Gostei da sua ideia, mas tenho uma má e uma boa notícia; a má é que ela não está em casa...
— Onde ela está, então? – diz Will interrompendo o pai no meio da conversa.
— Calma lá, posso terminar? Bom, continuando, a sua irmã foi para a academia real!
— Com essa idade... isso quer dizer que?!?!
— Exato, quando só um grupo selecionado de pessoas pode ir, então você deve imaginar o porquê.
{...}
Enquanto Will e seu pai estavam conversando, uma voz no fundo chama atenção do pequeno mago:
— Oi Will! ganhei a minha luta!
— Aquela é Leah?
A garota vinha correndo e logo chega nos dois que estavam na frente da arena.
— Esse eu ainda não conheço; quem esse Will?
— Primeiramente, parabéns pela vitória Leah! Essa pessoa a sua frente é o meu pai. Pai, essa é a Leah; uma amiga e companheira de treino!
—Ah! – exclama, surpresa pela presença ilustre a sua frente – Bem, como seu filho já disse, meu nome é Leah Phordel e uma grande amiga dele aqui na academia!
— Prazer, meu nome é Bartolomeu Voborn, mas me chame de Bart. Creio que sua fama a precede, sua família é famosa nesse reino.
— Seu sobrenome é Phordel? – diz Will meio confuso.
— Infelizmente sim,
— Por que infelizmente?
— Minha família não é das melhores, mas espero virar um Voborn algum dia, só falta um certo alguém tomar alguma atitude.
— Então esse tipo de relação que você dois têm?
— Não pai, ela só gosta de…
— Exatamente sogro, pode me chamar de nora ou filha se quiser, aceito com todo prazer! — Exclamou, interrompendo Will.
— Meu filho cresceu mesmo, Will vamos levar a Leah para conhecer sua mãe.
— Fazer oque, se vocês já decidiram não tem oque fazer!
Os três caminham até perto do subúrbio do reino e chegam à antiga casa de Will e ela estava do mesmo jeitinho que o garoto se lembrava. Chegando à porta, Bart logo a abre e Leah, sem cerimônia alguma, entra na casa, entretanto o rapaz começa a encarar a casa e se mostra relutante em fazer o mesmo:
— Will está tudo bem? — Questiona, preocupada com seu amigo.
— Ah é que ainda é meio difícil entrar aqui sem pensar no que pode acontecer se o povo souber que retornei.
Leah, estendendo a mão, diz que ficaria tudo bem e qualquer coisa estaria do seu lado...
— Olha ali Will.
A mãe de Will estava deitada na cama no meio da sala e, ao escutar um som familiar, apenas se vira e vê um rosto que ela não via há muito tempo.
— Willian! É você mesmo meu filho?
— Sim, sou eu mãe.
Mesmo bem fraca, ela tenta levantar o corpo, mas Will, vendo a situação, vai rapidamente até sua mãe e a ajuda ao menos a se sentar.
— Obrigado meu filho, mas por que você voltou!? Esse reino ainda é muito perigoso para você!
— Não se preocupe, não desperdicei esse tempo que fiquei fora; estava treinando para que coisas tipo essas não se repitam nunca mais e agora estou pouco mais forte!
— E não se preocupe senhora Voborn, se for preciso protegerei seu filho.
— Espera, essa é um dos prodígios da academia? A Leah?
— Eu mesma!
— Querida, você acredita que ela é a namorada do nosso menino?
— Ela não é minha namorada!
— Como pode, eu me reencontro com meu filho anos depois e agora ele chega em casa com uma namorada??? O que mais poderia acontecer em uma próxima, um filho?
Todos riem por alguns segundos, mas logo a mãe de Will começa a tossir, assim fazendo com que todos se preocupassem. O garoto então chama seu pai para fora de casa e fala:
— Pai, o que a minha mãe tem?
— É uma doença chamada eletroestigma, ela pegou depois de uma briga pouco depois que foi embora.
— E não tem cura?
— Até tem, apesar de ser de fácil manipulação os alquimistas estão cobrando uma fortuna.
— Ah, você tem um os ingredientes do remédio aqui?
— Temos o suficiente para 1 semana da dose, mas por que a pergunta? Conhece algum alquimista que poderia fazê-los mais baratos?
— Mais ou menos, só me traga a matéria prima que eu me viro aqui.
Os dois voltam para casa e pouco tempo depois, o Bart volta com uma flor, dois minérios e um recipiente com água.
— Obrigado pai, agora por favor me dê um espaço.
— Tá bom.
— Quimic!
Will começa a fazer uma poção e, como dito antes, não era muito difícil de fazê-la. Após uns três minutos a poção estava pronta.
— Não é possível!
— Dê para a mamãe.
Sem demora Bartolomeu pega a poção e dá à sua esposa tomar que, ainda fraca, toma bem devagar. Ao finalizar ela começa a olhar e diz:
— Querido, essa é a poção para o meu tratamento?
— É sim! — Afirma, quase chorando por ver sua esposa melhorando aos poucos.
— Como você conseguiu ela, querido? Você havia me dito que era super cara.
— Nosso garotinho que fez…
Um pouco mais ao fundo da sala Will e Leah observam a situação.
— Ver sua família te animou, Will?
— Agora sim! Ver minha mãe e meu pai bem foi algo que eu queria há muitos anos.
— Fico feliz por você Will.
— Mudando um pouco o assunto, como foi sua batalha Leah?
— Eu acabei facilmente com o meu oponente!
— A sua luta começou logo após a minha?
— Na verdade, rolou ao mesmo tempo.
— Como assim? Não tinha apenas uma arena para as lutas?
— Pelo protocolo sim, mas para as lutas onde não há muitos espectadores, eles realizam em uma arena perto do subúrbio do reino.
— E por que a sua batalha não foi na arena principal?
— Acho que o ponto principal é que os nobres queriam que você fosse humilhado.
— Eles queriam ver minha derrota simplesmente por só usar um elemento?
— E porque você também meio que é um nobre exilado e tals.
— Faz sentido, mas é melhor assim, se eu não puder acabar com a raça deles na frente de todos não teria graça.
Logo depois Will e Leah passam mais um tempo na casa dos Voborns; o jovem mago combina com seu pai que, se ele trouxesse os ingredientes, ele faria todas as poções necessárias para o tratamento da sua mãe. Terminando as poções, a noite começava a se aproximar e, com isso, se despedem e voltam para a academia; o torneio só tinha começado e eles precisavam se preparar, pois desafios piores os esperavam.
Nesse intervalo entre batalhas, Will passou a semana focando em seu treinamento e em fazer algumas poções para sua mãe.
Já na véspera da luta…
Will treinava arduamente na antiga “base tática” onde ele e Leah costumavam a encontrar, até que repentinamente, em meio aos arbustos, sai sua amiga.
— Leah? Você por aqui?
— Sentiu saudades? Não nos encontramos desde nossa visita à sua família. Sua mãe está melhor?
— Está melhorando, o tratamento não é rápido. Enquanto meu pai continuar trazendo os materiais e eu fazendo as poções logo ela vai melhorar.
— Mas e você Will, como está? Viu que já anunciaram a próxima luta.
—Sim, será contra o Tyro.
— Posso estar errada, mas vocês eram amigos na infância né?
— Sim, já fomos amigos naquele tempo, mas ele foi um dos primeiros a me atacar quando descobri que só podia usar um elemento.
— Deve ser difícil ter que lutar contra ele.
— Na verdade não, é bem animador! Eu sonhei com isso por um bom tempo, ele e o Marko são os que mais quero enfrentar! — Exclama, com sorriso sombrio em seu rosto.
— Já que você está tão animado vamos treinar um pouco, minha próxima luta é contra a Evelyn e estou ansiosa para acabar com a raça dela.
— Então vamos!
Os dois treinam juntos até o anoitecer.
No dia seguinte na área principal…
— Hoje teremos o início da próxima fase do torneio:
De um lado, um dos guardas pessoais da princesa! Aquele considerado poderoso o suficiente para se equiparar como um dos usuários de quinto elemento, Tyro Royred! – Diz o Narrador enquanto Tyro entra na arena com a torcida eufórica.
Já do outro lado, o nobre exilado! Aquele que só pode usar um elemento: Willian Voborn! – Continua, e a torcida começa a vaiar e a ofendê-lo.
— E não é que você conseguiu ser o cachorrinho da Navi! – diz Will a seu adversário em deboche.
— Não ouse falar da princesa na minha frente! Não ache que esqueci de como a desrespeitou quando chegou na academia ou no dia que você se arrastou pedindo que ela te desse uma outra chance! — Exclama, no mesmo tom e superioridade em suas palavras.
Will, apertando seu punho de raiva, começa a rever todas amargas lembranças que de seu passado enquanto olhava para Tyro com olhos flamejantes.
— Lutadores prontos?
— Sim! — Respondem ambos!
— Então que combate comece!
— Aqua Gladius!
Will sem demora invoca suas espadas de água e começa sua investida; com uma espada em cada mão, parte para cima de Tyro, que não se amedronta e diz:
— Acha mesmo que isso vai funcionar comigo?! Drachengebrüll!
Uma grande rajada de fogo saía das mãos de Tyro, aquela magia alcançava uma grande área, obrigando Will a se defender usando suas duas espadas. O garoto consegue bloquear uma parte do golpe, mas ainda recebe uma parte do golpe.
— Merda.
— Viu Voborn, a diferença entre nossos poderes? Esse não é de longe minha magia mais poderosas e só com ela suas fracas espadas foram derrotadas!
— O combate corpo a corpo é minha especialidade, mas ele acha que não tenho outros truques? Mizu no ya!
Will então invoca seu arco e dispara uma poderosa flecha na direção do Tyro!
— Windschutz!
Tyro cria uma barreira de vento para defender-se, mas não foi o suficiente pois a magia de Will a atravessa com tudo e continua seu curso original.
— Merda! Pelo visto você ficou um pouco mais forte, nada mais que um desafio mais interessante! doppeltes Drachengebrüll: Wind und Erde. – Um feitiço defensivo é lançado em forma de rajadas: uma de terra e outra de vento.
O choque entre ambos feitiços dos participantes foram igualmente poderosas e acabaram por se anular em forma de uma cortina de fumaça por toda a arena de batalha.
— Ele misturou dois elementos e uma única magia? Sério, eu nem sabia que isso era possível! – diz Will surpreso pelo golpe do adversário.
Ainda se recuperando do golpe, Will escuta de fundo:
— Drachengebrüll!
Novamente Tyro lançou uma grande rajada de fogo que, instintivamente e em resposta, Will usa sua magia de água para se proteger que, apesar da rápida ativação, não foi o suficiente para se defender totalmente. Ao a cortina se dissipar, todos veem Tyro em pé e Will no chão ajoelhado e com várias marcas de queimado.
— Não esperava um ataque surpresa? Além das suas espadas nenhum dos seus ataques são poderosos ou rápidos o bastante para superarem os meus.
— Você acha que conhece?
— Eu apenas coletei alguns dados, ou você esqueceu que você lutou com a Navi?
— Então é por aí que você conhece minhas habilidades, porque a princesinha te falou?
— Não fale assim da princesa! Você não tem esse direito.
Mesmo queimado em muitas partes do seu corpo, ele ainda se levanta e se prepara para voltar ao combate.
— Ainda vai lutar? HAHAHAh Então morra Voborn! doppeltes Drachengebrüll Wind und Erde
— Você realmente acha que sou o mesmo de cinco anos atrás? Então veja minha nova magia: Same no kōgeki!
Tyro novamente usa sua rajada de vento e terra e, simultaneamente, uma barbatana aparece no chão da arena e vai de encontro ao ataque inimigo. Ao chegar em encontro, um tubarão enorme de água aparece e morde a rajada com tudo e morde ambas rajadas e quebra o golpe.
— Que magia essa? vou ter que parar ela, Windschutz!
Tyro convoca sua barreira de vento, o tubarão vai ao encontro dela, a barbatana de cara e parada por causa da magia. Entretanto o tubarão a pressiona a barreira até que chega um momento que ela cede.
— Que merda magia essa?
O tubarão então avança e sai novamente no chão, e morde o ombro do Tyro com tudo. O mesmo grita de dor, ele então olha Will e vê que ele está com sua mão estendida, provavelmente controlando sua magia. Em um ato desesperado ele usa outra magia.
—Drachengebrüll.
Uma enorme rajada de fogo, vai na direção de Will, e como Tyro imagina, o garoto realmente estava controlando sua magia. Assim obrigando ele a desativar sua magia para se defender.
—Aqua Gladius! Dessa vez vou focar toda minha força em uma só espada!
Will com uma grande coragem vai na direção da magia de Tyro, tentando cortá-la! A magia Same no kōgeki havia consumido boa parte do vigor do jovem mago, junto com seus machucados, fazia com que ele não conseguisse usar toda sua força. Mas isso não era desculpa para Will, usando tudo que ele tinha, ele consegue cortar a rajada.
— Isso não estava nos meus planos! Para enfrentar o Marko queria estar no meu cem por cento, é por sua causa que agora estou machucado!
— O cachorrinho da princesa tá tendo um ataque?
— Cala boca seu lixo! Vou acabar com você com minha magia mais poderosa! Nada que você tem é tão forte quanto isso! Explosion im Elementarquadranten!
Tyro usando toda sua força e energia, usa uma rajada mas diferente das outras, ela não usava um ou dois elementos, e sim os quatro!
— Uma magia usando os quatro elementos principais! Isso é insano! Se fosse eu de quatro anos atrás, morreria aqui e agora! Mas eu não sou mais o mesmo. Forma alternativa da Aqua Gladius, Rain Sword!
Will ergue sua mão, logo centenas de espadas de água começam a ser criadas, e arremessadas na direção da magia de Tyro.
— Que magia é essa? Você é cheio de surpresas Voborn, mas não é suficiente!
Ambas magias se chocam, a magia do Tyro era uma magia incrivelmente poderosa, por carregar todos os elementos. Por mais que todas as pessoas nasçam com quatro elementos, normalmente eles se especializam em um ou dois elementos. Mas Tyro foi além, ele foi além ele dominou os quatro elementos, para utilizar em seus ataques destrutivos.
— Você é forte Tyro, nunca vi algo tão poderoso, mas não adianta você não vai ganhar hoje, minhas magia não vai perder para você!
Will coloca mais força em sua magia, as espadas começam aparecer mais rapidamente e maior quantidade. Assim fazendo a Rain Sword se sobressai a Explosion im Elementarquadranten!
— Como você pode me vencer! Você não deveria ser tão forte!
A magia de Tyro é superada, Will acerta diversas espadas em seu antigo amigo, muito ferido, ele apenas desmaia. O jovem mago, havia esgotado suas energias, perto de desmaiar, ele usa suas últimas para invocar outra magia
— Você acha que essa luta acabou! Mizu no ya.
Invocando seu arco de água, Will estava prestes a disparar a flecha de misericórdia, ele estava disposto a matar Tyro. Se concentrando e buscando suas últimas energias, ele dispara sua flecha. A torcida inteira que no começo da luta, estava eufórica, agora só conseguia sem silêncio ver o que iria acontecer, até que.
— Light barrier!
Uma barreira de luz aparece no meio da arena e bloqueia a flecha de Will, da arquibancada, a princesa Navi aparecia.
— Sempre me decepcionando Tyro.
— Navi!
— Willian Voborn, na próxima vez que for matar um dos meus subordinados, me peça permissão.
— Merda, não tenho mais forças para me manter de pé, acho que vou desmaiar…
Will então perde a consciência e desmaia, mas antes que ele pudesse cair no chão, novamente Navi se intromete.
— Blessing of light.
Navi, usa uma magia que passa um pouco da sua energia para Will, fazendo que ele recobre a consciência.
— Ao menos se mantenha em pé Willian Voborn.
Navi sai andando, para fora da arquibancada, mas antes diz:
— Chame um sacerdote para os dois, e tratem que dois sejam devidamente curados.
— Navi por alguma razão você sempre é um mistério… Mas parando para pensar que a luta dela não seria ao mesmo tempo que a minha?
Os sacerdotes logo aparecem para curar os dois, mas diferente do que Navi havia mandado, eles focam total esforço em Tyro. Percebendo que ele não seria curado, ele lentamente sai da arena. Já fora da arena, ele avista alguém correndo.
— Espera e Leah?
— Will! Problemas! — Gritou!
Leah se aproxima mais um pouco, ela estava correndo o máximo que conseguia. Ao chegar perto de Will ela vê o quão ferido ele estava.
— Meus deus, você está tão ruim quanto.
— O que aconteceu Leah? — Questiona, quase não conseguindo se manter de pé.
Will dá mais uns passos, mas por estar exausto, ele tropeça e vai em direção ao chão, mas antes que ele pudesse cair, Leah o segura.
— Calma Will, você não está em situação de conseguir fazer nada.
— Mas o que aconteceu?
— A luta da Navi é da Ricsa…
— Como foi?
— Foi um massacre, a Navi quase matou a Ricsa.
— Mas a Navi apareceu na minha arena.
— A batalha foi muito rápida, mas não se preocupe com isso, foque em se recuperar! Minha próxima batalha vai ser contra Navi, e pode ter certeza que vou vencer.
Capítulo 19: O começo do fim
Dois dias depois na enfermaria da academia…
— Ela vai ficar bem, enfermeira?
— Bom, a condição dela já está estabilizada.
— Mas ela está desacordada desde a luta.
— Chamamos isso de coma, mas, como disse antes, ela está estável e o perigo maior já passou.
— Tá bom enfermeira.
A enfermeira sai da sala, assim deixando Ricsa e Leah no local. Com sua amiga em coma, a elfa podia apenas segurar sua mão e esperar por sua recuperação; entretanto sua próxima luta contra a Navi já estava aproximando e, apesar do costume, dessa vez quem traria a vitória seria ela vingando assim sua companheira ferida.
A porta da enfermaria se abre e, para sua felicidade, lá estava Will ansioso para saber a situação de uma de suas companheiras.
— Will, porque está aqui? Com esses machucados você deveria estar descansando e recuperando para a próxima luta.
— Não estou totalmente bem, mas achei que deveria vir aqui… E você, sua luta é amanhã né?
— Sim, minha luta será contra Navi e sua contra o Marko, vai mesmo lutar com esses machucados?
— Me deram mais dois dias, não acho que vai mudar muito, mas fica tranquila que isso não irá tirar a minha vitória.
— É assim que eu gosto: Confiança! Então, nos vemos na final?
— Primeiramente, vamos ao mais importante: como está a Ricsa?
— Está melhor, mas não sabemos quando vai acordar.
— Navi… Apesar de ter enfrentado há alguns anos atrás, imagino que ela deve estar bem mais forte que naquela época.
— Eu a enfrentei ano passado. — Fala, com uma expressão cabisbaixa – Sinceramente eu não tive nenhuma chance.
— Mesmo com suas magias defensivas? Já esperava que o nível já tivesse aumentado, mas nunca imaginei que fosse tanto assim... Dessa vez, ela não é a única que ficou mais forte, sorte aí com sua luta! Descanse bem e espero que vença, qualquer coisa estarei na torcida esperando pelo melhor.
— Obrigada Will, pode deixar; já já estarei indo para cama. Mesmo para você, amanhã será um grande dia para nós. Boa noite viu?!?!
— SIM, com certeza será! Até amanhã Leah, boa noite pra você também!
Com isso Will vai embora da enfermaria e consegue tirar um pouco da tensão da sua amiga que continua por lá na espera de Ricsa acordar de seu coma.
No dia seguinte…
— Chegou a hora Ricsa, vou vencer a partida por nós duas.
Leah caminha até a arena em direção à atração principal do dia: sua batalha contra a princesa do reino. Enquanto caminhava, as dúvidas se agarravam à sua mente: “Será que seria capaz de vencer a princesa?” “Será que treinei o suficiente para superá-la?”... Até que a elfa escuta:
— Vai com tudo Leah, nos vemos na final.
Olhando em direção de onde escutou essas palavras, Leah se depara com seu amado apoiando-a diretamente da torcida que, apesar do desafio maior, não demonstrava medo ou preocupação com sua próxima luta.
— Obrigada Will, eu vou fazer o impossível se tornar realidade e vencerei essa batalha! – diz aos gritos e acenando a seu companheiro.
Deixando aqueles pensamentos depreciativos para trás e clareando sua mente, ela finalmente percebe que o importante ali seria fazer o seu melhor e assim tivesse uma chance de vencer.
Leah entra na arena, uma multidão de pessoas estava lá para assistir a luta. Navi já estava no outro, a luta mais aguardada estava prestes a começar. E então começasse a anunciação dos competidores:
— Bem vindos todos à Arena e à atração principal de hoje! Com animação e fervor, recebam à esquerda a muralha desse reino, a penta elemental e mestiça élfica: Leah Phordel!!! {...} Já do outro lado, palmas para nossa grande luz e soberana do reino, a destemida princesa Navi!!!
Da arquibancada Will pensa.
— Pela sua fama achei que falariam algo pior sobre a Leah, mas pelo visto foi só mais uma preocupação sem sentido minha... aparentemente estou entre os piores daqui mesmo hein.
Feito o anúncio, pessoas na arquibancada vão a loucura e logo começaria a luta; sobre as participantes, Navi estava serena e Leah ansiosa, mas nada disso importava, no momento que a luta começasse tudo mudaria.
— Vou considerar que ambos lados estão prontos, então que a luta inicie!
— Double iron gauntlets!
Leah cria duas manoplas de ferro e, sem perder tempo, ela vai com tudo atacar a Navi desferindo vários socos facilmente desviados pela princesa. A elfa não desiste e continua os ataques até que conseguisse achar uma abertura.
— Vai continuar com esses ataques sem sentido? — Questiona, ainda desviando dos socos da Leah.
Planejando o contra-ataque, Leah prepara um ataque duplo prevendo que não fosse acertar diretamente, mas contava que serviria como distração e, usando essa abertura, acertaria o segundo golpe em sua adversária... dito e feito, Navi desvia da finta e, não contando com o segundo golpe, é obrigada a reagir usando algum feitiço para não ser acertada:
— Light barrier!
Uma barreira de luz surge e bloqueia o golpe. Como resposta, Leah junta suas mãos e golpeia o chão enquanto entoa mais um feitiço:
— Ferrum spinae
Vários espinhos de ferro brotam do chão indo na direção da Navi que, ainda com a barreira ativa, tenta bloquear.
— Isso ainda não é o bastante para me parar!
A barreira é despedaçada, os espinhos continuam indo na direção de Navi que se defende usando um outro feitiço:
— Light Sword!
Com uma espada de luz em sua mão, ela corta os espinhos de metal como se fosse papel. Para a surpresa da princesa, aquilo ainda fazia parte do plano e rapidamente se move para trás da princesa.
— Surpresa!
— Não vai dar tempo de se defender.
Com toda sua força e manopla ativa, ela desfere e acerta um golpe direto na cara de Navi atordoando-a e fazendo-a vacilar por alguns passos e, com sangue no canto da boca, diz:
— Você ficou mais forte! Mas agora é minha vez! — Exclama e cospe o sangue na arena.
Ainda segurando a espada de luz, a princesa rapidamente tenta golpear Leah que consegue bloquear o sacrificando suas manoplas. Planejando sua próxima investida, ela tenta se afastar de sua adversária, entretanto ele continua avançando contra nossa heroína.
— Clypeus ferreus.
Para se defender ela rapidamente cria um escudo de ferro que resistiria por mais alguns golpes; ou seja, logo cederia.
— Só tem um jeito de eu me livrar desses ataques.
Leah começa a se lembrar de uma conversa que ela teve com Will, quando ele mostrou a magia que ele havia criado:
— Como você fez uma simples magia se transformar em uma magia tão poderosa?
— A magia funciona de uma forma estranha; no geral tudo depende da maneira que imaginamos como ela funcione, então quanto melhor conseguir imaginá-la, maior será o poder dela.
De volta à luta…
— Isso é muito arriscado! Mas e o único jeito.
Leah larga seu escudo usando sua magia Double Iron Gauntlets, criando novamente suas manoplas.
— Você acha que esse feitiço vai funcionar contra mim novamente?
Sabendo de que suas manoplas não suportariam por muito tempo, a princesa Navi tenta desferir um golpe com sua espada de luz contra a elfa. No entanto, para sua surpresa, Leah consegue segurar a lâmina. A luz intensa da espada queimava as mãos da guerreira que, mesmo protegida pela manopla, sente uma dor aguda. Com agilidade, Leah puxa a espada junto com a princesa e declara rapidamente:
— Essa luta está encerrada!
Diz isso enquanto quebra a espada de Navi e fazendo-a recuar por estar desarmada.
— Um golpe dessa manopla não vai ser o suficiente, então vou ter que depender desse último golpe e dar tudo de mim nele.
Leah puxa seu escudo que estava no chão e o transforma em metal líquido e insere em uma de suas manoplas a fim de aumentar a resistência de ambas e, não achando que seria o suficiente, derrete a sua outra manopla apostando seu golpe final à sua mão direita.
— Destruens Gauntlet.
Leah empunhava agora uma única manopla, cujo poder superava em pelo menos dez vezes sua magia anterior. Navi permanecia suficientemente próxima para que Leah pudesse desferir um golpe, e com toda a sua força, acertou o abdômen da princesa, projetando-a para a beira da arena. A princesa permaneceu à beira, com a cabeça baixa, quase como se estivesse desmaiada em pé. Ao testemunhar essa cena, a elfa começou a refletir:
— Será que eu venci?
Ainda cabisbaixa, Navi cospe no chão resultado do golpe de Leah e lentamente levanta sua cabeça e diz:
— Eu cansei de você! Blindende lys.
Uma forte luz aparece e rapidamente cega todos na arena, Leah nunca viu a princesa usar de magias como essa, geralmente contando somente com a força bruta. Sem saber qual seria seu próximo passo, tudo que veio na cabeça de Leah foi subir uma defesa e esperar pelo pior:
— Dome ea tšepe!
Leah cria um grande domo de ferro a fim de ao menos bloquear os próximos ataques de sua adversária, mas não foi o suficiente e com apenas um golpe corta o domo.
— Como isso é possível? — Questiona, desesperada.
A princesa Navi, empunhando sua espada, avança contra Leah. Desesperada, a elfa convoca novamente seu escudo, mas este se mostra ineficaz e é facilmente despedaçado pela princesa. Sem outras defesas, Leah se vê obrigada a aceitar os três golpes fatais de sua adversária, encerrando a luta com a vitória da princesa. A meio-elfa é lançada ao chão… e da arquibancada, Will grita:
— Leah! — Grita desesperado e sai correndo em direção à sua amiga derrotada.
Apesar de seus ferimentos, Leah reúne suas últimas forças para se erguer em desafio à princesa. Ao perceber isso, Navi se volta na direção da meio-elfa e com desdém diz:
— Você ainda quer lutar?
— Acha realmente que isso foi o suficiente para me derrotar?
— Sempre com piadas... se quer tanto uma finalização digna, aqui vai: light dragon explosion!
Uma grande rajada de luz vai na direção da Leah que, tentando se defender, ela tenta usar uma última dá tudo de si nessa última empreitada:
— Iron wall.
Fazendo uma parede de ferro, ela tenta se defender, outro esforço pífio da mestiça e facilmente destruída. Quanto a Will, diversos guardas estavam na entrada da arena segurando-o e impedindo que atrapalhe a batalha. Sem conseguir fazer nada, a rajada acerta com tudo a já fraca heroína.
— Saem daqui! Aqua Gladius!
Will materializa uma espada e rapidamente derrota os guardas. Correndo em direção à arena, ele alcança Leah, caída fora dos limites, gravemente ferida. Ela suportou três golpes fatais e, devido à última magia de luz, partes de seu corpo foram carbonizadas. Desesperado, tudo que resta ao garoto é tentar fazê-la beber algumas poções de cura que havia preparado caso algo assim acontecesse e tentar levá-la à enfermaria. Observando a situação, Navi diz com simplicidade e soberba ao mago à frente:
– Aguardo você na final, William.
Capítulo 20: A ascenção dos humilhados
Um dia depois da luta…
Preocupado com a situação de sua amiga, Will vai para a casa de Leah. Devido ao estado grave, ela teve que ser mandada para a casa para se curar melhor. Ao chegar no local, ele é confrontado pelos empregados da mansão, impedindo a entrada dele.
— Por que não posso entrar? – diz Will aos “obstáculos” a frente.
— O patrão odeia pessoas fracas e, pela sua fama, você não é mais que um deles. Se te deixarmos passar a consequência cairia sob a gente.
— Eu vim aqui para ver a Leah; não vou deixar que simples empregados se intrometam em meu objetivo.
A casa de Leah era como qualquer outra mansão: corredores extensos e espaçosos com quadros e esculturas enfeitando-os, além de um vasto jardim na entrada, sem nenhum muro cercando-o. Will avançava em direção à casa, apesar dos esforços dos empregados para detê-lo, até que uma voz suave e tranquila chegou aos seus ouvidos:
— A mestra Leah adoraria te encontrar em um outro momento, senhor Voborn. Apesar de sua preocupação e ansiedade, peço para que tenha paciência e espere até que esteja totalmente recuperada.
Will, ao seguir a direção daquela voz, depara-se com uma mulher cujo véu oculta seu rosto, tornando impossível identificá-la. Apesar de seus esforços para chegar até ali, ele decide adiar o encontro e concentra-se na preparação para sua próxima batalha: a luta contra o Marko. Com apenas um dia restante, ele ainda não estava em plenas condições e precisava de cada segundo de descanso. No entanto, antes de prosseguir, ele deseja visitar alguém e dirige-se à enfermaria, onde encontra Ricsa:
— Quem é vivo sempre aparece né... veio até aqui pra me ver?
— Oi Ricsa, como você está?
— Melhor! Me disseram que estava em estado bem crítico, então estou evitando todo tipo de esforço. E a Leah? Pensei que viria ao menos me fazer uma visita...
— Ela ficou a maior parte do tempo ao seu lado, mas chegou a hora de seu último combate e teve que sair.
— Ela ficou esse tempo todo comigo? E após a luta, o que aconteceu? Depois que acordei não a vi em nenhum lugar.
— Bem, digamos que a luta dela foi um pouco mais complicada que a sua e o resultado ficou pior que o seu e por conta disso foi mandada para casa. Até tentei visita-la, mas não a ver.
— Se ela foi mandada para a casa Phordel, é óbvio que isso aconteceria.
— Por que seria óbvio?
— Pelo que conheço, a família dela tem algum problema com pessoas “fracas”. Imagino que ela não te contou sobre por não querer te envolver nisso, então vou respeitar a vontade dela e não te contar sobre.
— Acho que não adianta insistir.
— Ainda bem que sabe, por que eu não iria abrir minha boca.
— Mudando de assunto, você conseguiu aquilo que te pedi?
— Claro que sim, aqui está.
Há alguns dias, Will visitou o quarto de sua amiga com um pedido especial, algo que somente Ricsa poderia fazer. Triunfante, ela tira um frasco do seu cabelo e entrega ao garoto:
— Isso foi difícil de conseguir viu? Tive que cobrar uns favores para conseguir.
— Obrigado Ricsa, fico te devendo uma.
— Não se preocupe, imagino que usará isso na batalha final contra a Navi; traga a vitória e que estaremos quites.
— Tá bom, vou voltar para o meu dormitório.
— Obrigado pela visita, Will.
— Disponha! – diz enquanto se vira e volta a seu quarto para descansar.
Já no quarto, tudo que vem a sua mente era o quanto aquela elfa se tornou importante em sua vida depois de tantos momentos juntos e, com isso em mente, ele logo adormece…
No dia seguinte.
— Hoje será um grande dia! Antes de ir acho que vou deixar umas poções de cura na casa dos meus pais.
Will levanta-se e vai para a sua antiga casa. Ao chegar lá, ele encontra seu pai vestindo sua armadura:
— Pai, já está de saída?
— Sim. Sempre que ocorrem essas batalhas na arena, eles convocam algumas pessoas para reforçar a guarda na cidade. Agora me diga, por que está aqui a essa hora e não se preparando para o embate?
— Só vim deixar algumas poções de cura aqui com você.
— Ah, só por garantia né? Vou estar por perto.
— Obrigado, pai. Vou indo então.
— E Filho, boa sorte lá e acabe com ele.
— Pode deixar!
Will, agora um pouco mais animado, corre em direção à arena. Já estava na hora do início do combate. O locutor vai até seu posto e começa a anunciar a luta:
— Senhoras e senhores, preparem-se para mais uma emocionante batalha em nosso grandioso torneio! Hoje, de um lado da arena, temos um prodígio entre os usuários do quinto elemento, uma verdadeira potência militar! Ele é nada menos que Marko Glorwolf! E do outro lado, o azarão da competição! Um nobre isolado e agora retorna com uma determinação feroz! Dêem as boas-vindas a Willian Voborn! Preparados?
— Sim! — exclamam ambos.
— Que a última luta da semifinal inicie!
Assim que o combate fosse iniciado, Marko toma iniciativa e começa atacando.
— Kristaldorings!
Vários projéteis de cristais são disparados em alta velocidade na direção de Will que, em reação, simplesmente se joga para trás a fim de desviar deles. A maioria dos cristais acerta o chão, mas alguns ainda o acerta de raspão.
— Se os ataques continuarem assim vou ter problema futuramente. Terei que deixar minhas espadas a todo momento.
Marko volta a atacar usando outro feitiço:
— Kristal vuis!
Um rochedo de cristal começa a se formar sobre seu punho como se fosse um tipo de manopla e logo parte em ofensiva contra Will. Como resposta, ele rapidamente levanta suas espadas e novamente defende do ataque adversário.
— Você conseguiu se defender? Até agora, apenas a Navi e a mestiça conseguiram fazer isso.
— Continue a me subestimar e vai acabar feito o Tyro.
Marko começa uma série de socos. Com isso, Will continua se mantendo na defensiva Bloqueando e desviando dos ataques enquanto pensava em um jeito de contra-atacar.
— Agora me mostre do que é capaz, Voborn!
Marko continua atacando e, a cada soco, mais forte o golpe ficava... até que finalmente o jovem mago cede. A espada de água se desfaz perante as manoplas de cristais deixando Will desprotegido.
— Já cedeu? Esperava mais de você.
Marko acerta dois socos no rosto de Will e, para finalizar, dá um gancho na mandíbula do garoto quebrando-a e caindo ajoelhado no chão em seguida.
— Já desistiu?
— Same…
— Está tentando dizer algo?
Marko, enquanto fala isso, segura o rosto do garoto e o levanta. Will não havia desistido e, com uma das mãos na direção do chão, completa seu feitiço:
— Same no kōgeki!
Um grande tubarão de água sai do chão. Normalmente, esse feitiço afetaria apenas Marko, mas por estar muito próximo, ambos sofrem com o impacto do ataque sendo empurrados para trás. Após o choque, Marko subitamente desativa as manoplas e lentamente caminha na direção de Will.
— Mizu no ya!
Conjurando seu arco de água, o jovem mago se prepara para lançar um ataque devastador. Enquanto isso, Marko continua avançando em sua direção calmamente, como se nada estivesse ocorrendo. Will solta a flecha com toda a potência. A energia contida nela é tão intensa que a água da qual é feita se dispersa por toda a arena!
— Esse ataque é seu máximo? Kristal muur.
Uma parede de cristal é formada. A flecha a acerta em cheio, mas, para o azar do garoto, aquilo não foi forte o suficiente para penetrar o tal muro, deixando Marko completamente ileso.
— Admito que você já foi mais forte que eu, mas hoje mudarei essa situação e provarei o contrário.
— Mudar esse cenário? Essa eu pago pra ver! – diz Marko em desdenho e preparando seu ataque final.
Em resposta, Will convoca novamente seu arco e começa a preparar um segundo tiro, mas em complemento puxa um frasco de sua bota e entoa:
— Quimic!
Aos olhos de Marko e diferente de qualquer outro tiro que seu adversário tenha disparado, essa flecha agora encantada por algum feitiço que não conhecia e misturada com alguma substância misteriosa, algo que poderia ser o trunfo de Will.
– Está tão apavorado que entoou qualquer coisa pra tentar se salvar? Não me faça rir! – diz enquanto preparava-se para o ataque misterioso.
Enquanto muitos na plateia riam, alguns poucos encaravam o garoto com um certo temor. Os mercadores e curandeiros sabiam muito bem qual era aquele feitiço que Will tinha usado.
— Agora é tudo ou nada!
Will avança na direção de Marko, disparando várias flechas que são prontamente desviadas. Para se defender e contra-atacar, seu antigo amigo usa:
— Kristaldorings!
Mais uma vez, uma chuva de cristais é lançada em direção ao jovem mago, que não se intimida e continua em disparada. Ele dispara várias flechas, algumas para interceptar os cristais, mas seu principal alvo ainda é o adversário. Will concentra-se em atacar defendendo-se apenas dos golpes fatais, sendo atingido por cerca de cinco deles. No entanto, graças a isso, uma das flechas raspa o rosto de seu oponente
— Deu certo!
Will dá um grande salto, carregando um pouco mais de força em sua próxima flecha.
— Agora você não vai fugir de mim! Stalag...
Marko então sofre uma grande dor que o paralisa por alguns segundos. Sem entender o que havia acontecido, ele diz:
— O que você fez comigo?
— Veneno do Boss Aranha Negra. Um pouco difícil de achar, mas longe de ser impossível de conseguir se conhecer a pessoa certa.
Will dispara sua flecha que acerta o joelho de Marko. Irritado, ele tenta novamente usar seu feitiço:
— Stalagmiet kristalle.
Dessa vez, o ataque dá certo. Uma grande e afiada estalagmite sai do chão e atravessa o ombro de Will.
— Viu a diferença entre nós? Nem com seu joguinho sujo você nunca iria me vencer! — exclama com um sorriso perverso no rosto.
Will estava pendurado no ar, com um cristal fincado em seu ombro. Perdendo muito sangue, ele percebe que tinha que fazer algo, pois, se não fizesse nada, a morte era iminente. Com o restante da sua força, ele diz:
— Aqua Gladius!
Segurando a espada com uma mão, ele corta o cristal. Para não cair com tudo no chão, ele crava a espada no feitiço de Marko.
— Vamos acabar com isso, Voborn! Kristal vuis.
Quase perdendo a consciência, ele olha para a plateia. Delirando, ele vê Leah torcendo por ele, mas, ao piscar, percebe que a presença de sua amiga ali era apenas fruto de sua imaginação.
— Eu preciso vencer!
Ele tira a espada e começa a despencar em direção a Marko. O mesmo se prepara para dar o golpe que iria finalizar a luta. Quase no chão, Will se prepara para dar o seu ataque final. No momento em que espada e punho iriam se encontrar, o veneno se ativa, mas a força de vontade de Marko é mais forte e ele consegue golpear. Ao se chocarem, a torcida fica calada. Os dois garotos não estavam cem por cento, mas aquele que prevalece no final é Willian Voborn!
— Como isso é possível?
Por mais que a força de vontade de Marko fosse grande, o veneno que Will tinha usado fez com que ele não conseguisse colocar nem trinta por cento da sua força máxima, fazendo com que o jovem mago fosse superior. Com sua espada, o garoto faz um grande corte no tórax de Marko, que derruba o rapaz no mesmo instante. Por causa da queda, Will também cai no chão. Ambos estavam caídos, mas apenas um estava consciente.
— Merda, seu veneno é forte, mal consigo mexer minha boca! Mas isso não adianta nada se você estiver desmaiado!
O locutor se aproxima dos dois garotos. Ele observa que Will estava desmaiado e Marko, por mais que não conseguisse se levantar, ainda estava consciente. Ele então anuncia o resultado:
— Por mais que Marko não consiga se levantar, ele levará a vitória, pois seu advers...
Então o inimaginável acontece. Com suas últimas forças, Will se levanta. A torcida se espanta ao ver alguém tão ferido em pé. O garoto então ergue seu punho, como se estivesse comemorando a vitória. O locutor volta a anunciar o resultado:
— Como Willian Voborn é o último de pé na arena, a vitória é dele!
A torcida, espantada, começa a vaiar. Escutando aquilo, o garoto tenta se manter de pé, mas suas forças já haviam acabado há muito tempo. No momento em que ele iria cair, alguém o segura. Ao abrir os olhos, ele vê que seu pai havia entrado na arena para socorrê-lo.
— Fique comigo, filho. Vou te levar para casa.
— Pai?
— Você foi incrível, filho.
Capítulo 21: Calmaria antes da tempestade
— Amor, o que aconteceu com ele?
— Não precisa se preocupar, eu cuido disso! Isso foi resultado de mais uma luta do torneio que está acontecendo.
— Como ele ficou assim? Não eram pra ter parado a lutas antes que chegassem a este estado?
— Bom, as coisas mudaram!
Ao examinar a situação de Will, o pai entra em desespero. O ombro do filho estava completamente destroçado, com cerca de cinco feridas em carne viva e, além disso, sua mandíbula estava quebrada. Vendo o desespero de marido, a mãe do garoto se levanta e diz:
— Com licença, você pode ter conquistado seu título de nobreza com suas técnicas de combate, mas a médica aqui sou eu! Enfermeira da 4º unidade se apresentando para o serviço: Lett Voborn.
Vendo a seriedade das feridas de seu filho, Lett percebe que aquilo não seria algo tão diferente da época que trabalhava no campo de batalha.
— Ele deixou algumas poções de cura com você?
— Sim, deixou umas oito!
— Já fiz milagre com meia poção, oito é mais que o suficiente! Vamos começar.
Horas se passam…
A mãe de Will gastou cerca de três horas para tratar todas feridas dele. Por mais que muitas cicatrizes iriam permanecer, a vida do garoto estava salva e o adiamento da final por mais uma semana daria cerca de duas semanas para o jovem mago se recuperar... Depois de quatro dias desacordado, Will finalmente acorda de seu sono profundo. eu pai, que permaneceu ao seu lado o tempo todo, emociona-se ao ver o filho acordando novamente.
— Pai? Onde eu estou? Quanto tempo fiquei dormindo? — Questiona, ainda confuso com a situação.
— Você está em casa filho, sua mãe tratou seus ferimentos!
— A mamãe? Ela tá bem? — Questiona, enquanto tenta se levantar. — Ai, ai, ai…
— Não se esforce demais, meu filho. Você dormiu por quatro dias inteiros! Fique tranquilo, sua mãe está bem, inclusive melhor do que você.
Will, observando ao seu redor, repara que se encontrava em seu antigo quarto. Para sua surpresa, tudo estava exatamente como se lembrava. E, percebendo o olhar curioso, seu pai carinhosamente diz:
— Não mexemos em nada, aqui ainda é sua casa filho. Sempre que precisar, ele vai estar aqui te esperando.
Algumas lágrimas caem do olho do garoto. Seu pai, compreensivo, resolve deixa-lo um tempo sozinho.
Will volta a se deitar e começa a recordar de tudo que tinha acontecendo e o que te esperava futuramente seria pior e certamente mais poderosa do que seu último adversário. Ele começa a traçar estratégias, imaginando como superar esse novo desafio, mas, ainda exausto pela batalha, acaba por adormecer…
Algumas horas depois…
— Eiii! Acorda!
Will percebia uma voz chamando-o, ecoando em sua mente. Em seguida, batidas na porta interrompiam o silêncio, como se alguém insistisse em entrar em seu quarto. O som cessa, mas a porta se abre abruptamente, revelando passos que se aproximavam.
— Vai ficar dormindo até quando?
Will finalmente reconheceu aquela voz, Leah estava no seu quarto. Finalmente, abrindo os olhos e deparando com ela a sua frente:
— Você não é um sonho, né?
— Um sonho eu sou, mas não nesse sentido.
— Com esse senso de humor, não há o que duvidar. Não conseguiria pensar em um trocadilho tão ruim assim.
— Ei!
— É bom te ver Leah.
Will olha e vê que os machucados de Leah em geral não estavam curados. Seu corpo ainda estava completamente enfaixado.
— Você fugiu da sua casa ou alguma coisa assim.
— Fugir é uma palavra forte, apenas dei uma escapadinha. Só vim para ver como estava e conversar com você.
— Veio no momento certo a minha luta contra Navi é daqui dois dias, preciso ao menos estar preparado para enfrentar ela.
— Will… Esse é um dos principais motivos que vim aqui, a academia anunciou que a batalha foi adiada em mais uma semana.
— Ah que bom, tenho mais tempo para me curar e me preparar...
— Will! — Exclamou, interrompendo o garoto. — Acho melhor você não lutar a batalha final.
— Por que? — Questiona, com uma expressão séria em seu olhar.
— Você já foi a luta com o Marko não estando completamente recuperado. Lutar com a Navi, com esses novos machucados seria suicídio.
— Mas eu preciso tentar Leah.
— Por que Will? Você não precisa provar nada a ninguém desse reino!
— Leah, eu preciso ficar forte. Vencê-la é só mais um degrau para alcançar meu verdadeiro objetivo.
— Will, independente de qual seja, lutar contra alguém nessas condições é perigoso. Mesmo tendo uma das melhores defesas do reino, nunca tive chances em vencê-la.
— Eu sei, eu preciso tentar... não só por mim, mas por você, Risca e pela minha família.
— Se não posso te impedir, ao menos vou tentar ajudar. Irei te contar sobre as batalhas que tive durante esses anos contra ela...
Cerca de uma hora depois…
— Acho que é isso Will.
— Obrigado pela ajuda Leah, quando a luta acabar nos veremos de novo.
— Ok, está combinado.
Leah se levanta e gira a maçaneta do quarto de Will. Antes de sair, ela lança um beijinho em sua direção, fazendo-o corar. Descendo as escadas, Leah encontra os pais do garoto e logo é bombardeada com a pergunta:
— Conseguiu convencer ele?
— Não, ele é muito teimoso.
— Entendo, ele herdou isso do pai... obrigada por tentar.
—Por nada. Vou indo porque se eu demorar mais tempo vão perceber que fugi.
— Leah, se precisar de alguma coisa pode falar com a gente. Por mais que ele seja lento, já notamos o quanto gosta dele.
— Obrigado senhores Voborn. — Disse, com um olhar meio cabisbaixo.
Leah vai embora para sua casa enquanto Will aproveita para descansar um pouco mais.
No dia seguinte…
— Will posso entrar?
— Mãe? é você?
— Sim.
— Pode entrar.
Ela entra no quarto e se senta na cama de Will.
— Will, eu sei que não vai adiantar, mas como mãe eu proíbo de você ir para a final.
— Mãe…
— Eu sei que não vai te impedir e tenho forças para tentar. Não sei pelo que passou nesses últimos anos e de uma coisa tenho certeza: não foi fácil. Então vou te perguntar uma última vez: precisa lutar contra a Navi?
— Preciso mãe. Nesses últimos anos, tudo que eu fiz foi treinar e me preparar para esse momento; não posso desistir sem ao menos tentar.
— Então tá bom meu filho, mas você sabe que não está em plenas condições de luta, né?
— Eu sei, mas vou dar um jeito…
— Vou te ajudar dessa vez, nos tempos de crises a gente desenvolveu um feitiço…
Mais alguns dias passam e finalmente chegou do dia do torneio…
Mesmo antes da luta começar a arquibancada já estava cheia de pessoas. Muitos ansiavam a luta e ainda contava com a ilustre presença do Rei Carlo Bridon II. O locutor então começa a falar:
— De um lado a queridinha do reino, aquela que está acima de todos: a princesa Navi Bridon!
Arquibancada vai a loucura! Todos gritavam o nome de Navi, e o locutor volta para falar:
— Do outro lado o nobre... espera cadê ele?
Will ainda não tinha chegado na arena, como era uma luta importante e até sua mãe estava na arquibancada.
— Ele ainda não chegou, será que aconteceu algo? – diz Lett preocupada por onde seu filho poderia estar.
O locutor volta a falar:
— Bom, segundo o protocolo, o participante Willian Voborn tem até cinco minutos para chegar, caso contrário ele será desqualificado!
O pai de Will que ainda não havia chegado, finalmente encontra sua esposa no meio da multidão.
— Finalmente te achei, tem muitas pessoas aqui hoje hein?
— Sim, tem bastante, mas cadê o Will?
— Ele já vai chegar!
Cinco minutos se passam como o vento…
— Bom como o participante não Willian Voborn não chegou, a vitória por desqualificação vai para...
Lentamente do lado em que não havia ninguém uma pessoa aparece, cheio de ataduras pelo corpo, e pronto para lutar, Willian Voborn finalmente havia chegado.
— Não achou que venceria tão fácil né, princesinha? — Questiona, em deboche.
— Atrasado como sempre, Willian.
— Como o participante Willian Voborn acabou de chegar, daremos prosseguimento à luta! De um lado temos a pequena monarca, a princesa Navi Bridon! Do outro, aquele que não há palavras que o definam melhor do que: PERSISTÊNCIA! o Nobre Isolado Willian Voborn! Que a luta tenha início.
Capítulo 22: Água vs Luz
— Querida, será que nosso filho vai conseguir?
— Não sei, mas usei aquela magia nele.
— Last breath?? Lett, você sabe que essa magia é proibida.
— Eu sei...
{..}
Ao mesmo tempo, o combate se inicia. Sem cerimônia, Will já começa investindo e atacando sua adversária.
— Same no kōgeki!
Um grande tubarão de água começa a ir na direção de Navi que, sem se impressionar, diz:
— Já vai começar com um dos seus trunfos? Light Sword!
Navi invoca uma espada de luz e permanece imóvel até que o tubarão chegue a ela. E assim acontece, o tubarão continua avançando na direção dela e, quando ele
até o momento que finalmente poderia acertar um golpe fatal. O tubarão sai de dentro do chão e sem dificuldade o corta no meio.
— Ela é realmente forte, mas não vou desistir, não ainda. Aqua Gladius!
Will materializa sua espada de água e avança na direção de Navi, que permanece imóvel. Ele desfere uma série de golpes contra a princesa, mas ela se defende com facilidade. Vendo que seus ataques não estavam fazendo efeito, resolve recuar. Já na arquibancada alguém chegava perto dos Voborns.
— Oi licença, vocês são os senhores Voborn?
— Ah, somos sim, mas quem é você?
— Sou a Ricsa, uma amiga do Will.
— O Will tem mais de uma amiga? Pensei que ele só falava com a Leah.
— Não o conheço tão bem quanto ela, mas acho que posso me considerar como uma amiga dele.
— Se sente aqui, amiga do meu filho é nosso amigo.
— Obrigada!
Voltando ao combate, Navi vendo que seu adversário havia recuado resolve que agora era sua vez de atacar. Com uma rápida investida ela começa atacar Will, uma série de golpes, faziam com que o jovem mago, apenas se defende-se.
— Merda, nada que eu faço está funcionando... preciso dar um jeito de contra-atacar!
Will era fortemente pressionado; cada golpe que recebia era mais forte que o anterior, até o momento que sua magia sede.
— Não vai dá tempo fazer outra! — Pensou, enquanto tentava se esquivar do ataque de Navi.
— Fraco.
Navi faz um corte no peito do garoto. Apesar da ferida, ele não se dá por vencido e, novamente invoca seu arco e dispara uma flecha Navi, a acertando apenas com leve corte no rosto.
— Todo esse esforço para um golpe de raspão... que impressionante da sua parte! – diz enquanto limpa seu próprio rosto.
— Relaxe que estou apenas começando... Aqua Gladius!!
— Então vamos ver se você aguenta isso. Purge!
O céu começa a se escurecer e a plateia começa a ficar apavorada. Will sem saber o que estava acontecendo, apenas volta seu olhar para sua família e repara em sua mãe balançando os braços como se quisesse chamar a atenção e logo em seguida levanta sua mão mostrando o número quatro.
Minutos antes do combate…
— Filho, tem certeza? Ainda tem chance de voltarmos atrás!
— Tenho certeza sim.
— Então, recapitulando o que te disse: esse feitiço é um trunfo que utilizamos durante as guerras e se chama “Last Breath”. Com ele, você não sentirá dor, mas essa proteção só dura por dez minutos. Depois desse período, você sentirá toda a toda dor de uma vez!
— Tá bom
— Vou perguntar novamente, você tem certeza?
— Sim eu tenho! — Exclama, determinado.
— Certo, boa sorte meu filho. Last Breath.
Ao ver o sinal de sua mãe, Will sabia que sobravam apenas quatro minutos e teria que terminar essa luta o mais rápido possível. Do céu um círculo de luz surge, logo em seguida várias espadas de luz começam a cair.
— Mizu no ya!
Para se defender daquele ataque, ele invoca seu arco e tenta atirar várias flechas para defleti-las, mas aqueles seus ataques não eram fortes o suficiente e algumas delas acertam o jovem.
— Merda são muitas! Eu não tenho nenhuma magia defensiva, só tem um jeito de sair vivo dessa! Aqua Gladius!
Will desfaz seu arco e logo em seguida cria sua espada de água, sabendo que não conseguiria escapar desse golpe, ele tenta se defender.
— Inútil.
Aquele feitiço era muito poderoso e, mesmo dando seu máximo, sua defesa se mostrava ineficaz acarretando em cortes em diversos lugares. Pelas grandes quantidades de espadas lançadas, uma cortina fumaça é levantada por ação da poeira.
— Querido, eu não consigo ver o Will.
— Fique preparada, quando essa cortina de fumaça passar veremos que nosso filho estará bem.
A cortina de fumaça se abaixa e novamente a arena se torna totalmente visível. Já sobre as condições dos competidores, Will estava sangrando e cheio de feridas pelo corpo, mas ainda continuava de pé.
— Eu não vou perder essa luta, você acha que não consigo fazer o mesmo que você?
— Vai usar aquela magia que você usou contra o Tyro?
— Não ache que só porque me estudou, você me conhece totalmente... Rain Sword.
Will ergue sua mão, logo centenas de espadas de água começam a ser invocadas e arremessadas na direção de Navi.
— Light Barrier.
Centenas de espadas acertam a barreira de luz, mas ainda se prova inútil contra a barreira. Colocando o que te restou de força e aumentando a frequência de ataques, Will finalmente consegue ultrapassar e centenas de espadas voam na direção de Navi, que, em reação, apenas diz:
— Você ainda tem a capacidade de surpreender, mas infelizmente não é o suficiente. Light Sword!
Navi pega com as duas mãos sua poderosa espada de luz e, com um leve oscilar de suas mãos, ela destrói todas as espadas de seu adversário.
— Merda, se ainda tivesse temp…
Will não consegue terminar sua fala, pois o tempo da magia havia acabado. O garoto começa a sentir uma imensa dor, como se seu corpo inteiro estivesse preste a quebrar no meio. A incessante dor faz com que o garoto caia no chão. Na arquibancada, Lett percebi o que havia acontecido.
— O tempo dele acabou. — Diz, sua mãe com um olhar triste em seu rosto.
— Will, você durou muito mais que eu imaginava e aquela garota é estranhamente poderosa.
Navi então começa a andar na direção do garoto enquanto dizia:
— O que houve? Você desistiu de vez? Eu sabia que você não era tão forte, mas fingir desmaio para encerrar a luta não era algo que eu esperava de você
Caído no chão sem conseguir se levantar Will pensava.
— É assim que vai acabar essa luta, não consegui nem encostar na Navi!?
Will, ao observar Navi avançando, compreende que não restava mais nada a fazer, nenhuma tentativa possível. Ela havia superado todas suas expectativas, levantar-se apenas colocaria sua vida ainda mais em risco. A única coisa que vinha a sua mente era que não conseguiria manter sua promessa com Leah, mas quando estava prestes a desistir, ele ouve uma voz vinda da arquibancada:
— O Will nunca desistiria, você consegue Will! — Gritava, com toda sua força.
Will então levanta seu rosto e vê uma elfa de cabelos roxos gritando por ele, era a sua amiga Leah.
— É isso mesmo meu filho, erga-se orgulho dos Voborns! Levante-se garoto.
— Filho, graças a você que estou aqui hoje, você consegue.
— Você ainda me deve pelas plantas Will! Não se esqueça!
Leah, Ricsa, seu pai, sua mãe… todas as pessoas pelas quais se importava estavam ali, torcendo por ele. Então, como último ato, levanta-se novamente e, mesmo com seu corpo à beira do colapso, estava determinado a encerrar aquela luta dando tudo de si...
— Hmm... então você ainda tem forças para lutar?
Todos na arquibancada estavam perplexos ao ver o garoto se levantando mesmo estando gravemente ferido.
— NAVI!! – exclama aos gritos – este será meu último e maior ataque, defenda-se se for capaz!!!
— É mesmo?
— Só tem um jeito de conseguir ser mais forte, vou ter de usar aquela magia, por mais que me proibiram de usá-la fora do território dos elfos e o jeito. — Pensou, enquanto preparava seu último ataque.
— Aqua Gladius!
— Então você quer um duelo de espadas no final? Que ideia perfeita Willian, essa luta não poderia acabar de um jeito melhor!
Navi então avança na direção de Willian, que se prepara para receber o golpe. Para poder usar o feitiço que ele queria, ele precisaria aguardar até o último segundo, garantindo que ninguém na arquibancada percebesse. A princesa finalmente se aproxima de Will, e no exato momento em que as espadas estavam prestes a se tocar…
— E agora! Magia de manipulação de terreno: benedictio aquarum!
Fortalecendo sua espada e reunindo toda a sua força, Will consegue bloquear o golpe de Navi. As lâminas se encontram, medindo forças. O jovem mago está determinado a vencer, pressionando com tudo o que tem. Ele desestabiliza a princesa, forçando-a a recuar. A abertura que o garoto esperava finalmente se apresenta; ele está prestes a acertar Navi. Porém, ao dar o primeiro passo em sua direção, seu corpo cede. A espada escorre de suas mãos e ele cai inerte na arena.
— Ele desmaiou?
O locutor chega perto do garoto e assim ele pôde confirmar Willian havia perdido a consciência e, em seguida, anuncia:
— Willian Voborn perdeu a consciência. Então a vitória vai para a princesa Navi Bridon!
A torcida vai ao delírio, muitos elogios e aplausos são direcionados a Navi. Com Will caído no chão e a torcida eufórica, restam aos seus pais e suas amigas o seu resgate:
— Aguenta firme meu filho, já vamos te levar para um lugar seguro!
— Querido, por favor leve nosso filho para casa e eu estarei logo atrás.
Em seguida, Leah e Ricsa chegam ao local aos prantos:
— Vocês precisam de algo? Viemos aqui para ajudar!
— Entre vocês, a Risca é a que está em melhores condições né? Me ajude a carregar o Will e você ajude minha esposa; apesar de tudo, ela não está totalmente recuperada e só por estar aqui já é um risco.
— Ok senhor, não precisa se preocupar que eu cuido dela, pode ir na na frente.
— Vamos então Ricsa, se cuidem hein.
Bartolomeu e Ricsa saem correndo carregando Will, enquanto Leah fica responsável por levar Lett ao retorno para casa.
— Vamos indo também Leah, não podemos demorar
— Tá bom! Vamos indo então, Lett.
Com isso, Lett e Leah começam andar de volta para casa. Enquanto elas andavam e para evitar o clima estranho, ambas começam a conversar:
— Leah pode me tirar uma dúvida.
— Pode sim senh… digo Lett
— Você pertence à família Phordel não é?
— Sim. — Respondeu, meio cabisbaixa.
— Eu já escutei algumas histórias em relação ao patriarca da família, você é filha dele ou ele te adotou?
— Infelizmente sou filha daquele bastardo.
— Leah, se precisar de qualquer coisa é só avisar. Nós da casa Voborn estamos de braços abertos para o que precisar....
— Obrigada, Lett.
— Não estou mentindo hein, caso precise estamos dispostos a te dar um local pra descansar a cabeça por algum tempo, então é só falar...
O papo acaba ali, as duas logo chegam na casa e, ao abrir a porta, veem Bart e Ricsa fazendo de tudo para cobrir todos os ferimentos de Will.
— Querida, você finalmente chegou! Fizemos o que deu.
— Ok, agora podem deixar comigo.
Leah, com seu amigo todo ferido a sua frente, tudo que vem em sua cabeça é a promessa que fizeram antes da última luta e, com remorso, pensa que não tinha sido forte o suficiente; se tivesse ganhado da Navi, o Will não estaria desse jeito.
Ricsa, vendo o rosto de sua amiga, já imagina o que poderia ser o motivo de sua chateação e, com poucos passos, ela se aproxima e diz:
— Você deve estar se culpando né, mas não se force demais, a Navi não era um oponente a se subestimar e era mais poderosa que você quanto o Will, creio que nem se estivessem juntos conseguiram vencê-la. Tudo que posso te dizer é aquilo que repito toda vez que falamos sobre o aprendiz do Deruzi, treine ainda mais e fique cada vez mais forte. Essa é a receita do sucesso e único meio de caminhar junto a ele.
— Você está certa, mas vamos deixar isso de lado. A senhora Lett deve se concentrar em tratar as feridas dele, quando ele melhorar nós voltamos. – diz enquanto cerrava o punho com raiva.
Ricsa e Leah vão embora enquanto Lett fica a noite inteira cuidando de seu filho, até sua condição estabilizar.
Dias depois, na casa do Phordel…
— Mãe, eu tenho que ir ver como o Will está.
— Filha, o senhor Phordel ainda está presente aqui. Ainda quer arriscar ser pega e ir visitar seu amigo?
— Eu tenho que ir mãe, ele arriscou a vida dele naquela luta, por mais que não posso fazer nada, quero ao menos saber se ele está bem .
— Se é o que você deseja minha filha, irei te apoiar no que for preciso.
Leah ainda estava com alguns machucados, mas já estava bem melhor. A elfa sai do seu quarto e desce as escadas principais, na esperança que seu pai não estaria na ala principal da casa. Entretanto, para seu azar, ao entrar na ala principal, ela depara-se com o patriarca de sua família sentado à mesa naquele cômodo. A jovem tenta passar despercebida, mas não obtém sucesso.
— Onde você acha que está indo?
— Tenho algumas coisas para resolver na academia...
O patriarca se levanta e vai em direção de Leah com uma garrafa de vinho em suas mãos...
— Acha mesmo que conseguiria mentir para mim?! — Questiona, gritando.
— Eu realmente preciso ir para academia, reportar como está sendo minha recuperação.
— Mentirosa! Você quer ver aquele moleque sem magia!
— Não é isso. — Diz, de forma acuada.
— Você acha que não sei que saiu para ver a luta dele?! Mesmo que tivéssemos combinado que você não o veria mais!
— Eu não combinei nada, você impôs isso em mim! – Exclamou, levantando um pouco a sua voz.
— Não levante a voz para mim, mestiça!
O patriarca levanta sua mão e acerta um grande tapa na cara de Leah.
— A sua sorte que nasceu com um quinto elemento, se não fosse por isso já teria vendido você e a inútil da sua mãe para algum bordel de escravos.
Leah, com um olhar feroz, sente algo novo; algo que não sentia desde sua última vinda à casa: Raiva, com uma vontade de mandar tudo aquilo aos ares; infelizmente, se algo acontecesse com seu pai, a culpa certamente cairia aos pés de sua mãe... algo que colocaria a vida dela em perigo imediato se acontecesse.
A fim de evitar um perigo maior, Leah apenas fecha o punho, ergue sua cabeça e torna novamente a caminhar para fora de casa. Percebendo o desafio, o patriarca apenas toca o ombro dela e diz:
— Você vai mesmo desobedecer a uma ordem direta do Patriarca, acha mesmo que consegue lidar com as consequências disso?
Uma voz surge vindo da escada da mansão.
— Ela não vai precisar lidar com nada, eu assumo a responsabilidade daqui para frente!
Uma elfa legítima! Tinha cerca de um metro e oitenta de altura com seus lindos e longos cabelos roxos e com sua beleza invejável... Dito isso, ela começa a descer calmamente a escada, com extrema elegância:
— Mãe…
— Olha só quem apareceu... minha escrava favorita. Desde quando você acha que tem voz para opinar em algum assunto meu?
— Leah, pode fazer o que você tem a fazer, a mamãe cuida das coisas aqui.
Leah então tira a mão do patriarca do seu ombro e vai até a porta de saída, mas, antes de sair, o patriarca olha para ela e diz:
— Não vai dar tchau para seu papai?
— Você nunca será meu pai. – diz Leah ardendo em raiva
Andando por um tempo ela logo chega na casa dos Voborn. Indo à porta, pronta para batê-la, ela logo se abre e de lá sai Ricsa:
— Leah? – diz surpresa pela presença da meia-elfa a sua frente.
— Ricsa, o que você está fazendo na casa do Will? — Questiona, com um olhar suspeito.
— A Lett está me ensinando algumas magias medicinais! Por não ser uma maga atacante, o que posso fazer é me especializar como suporte para vocês.
— Desde quando começou a se importar com lutas, e quanto às suas pesquisas, desistiu delas?
— Ainda não desisti! Ainda estou estudando as ferramentas mágicas, mas durante o torneio percebi que nem tudo se resume a meus sonhos e objetivos. Se eu não puder apoiar meus amigos nos momentos de necessidade, acabarei sendo apenas um peso e atrasando-os.
— Amiga, saiba que nunca será uma âncora! E fique tranquila, você é uma pesquisadora; suas lutas são completamente diferentes das nossas.
— Obrigado Leah, mas, mudando de assunto, não achei que te veria tão cedo. Sair da casa dos Phordel sempre foi complicado, então mais de uma vez em curto período de tempo na minha mente era algo impossível ou muito perigoso.
— Ainda é na verdade.
— Aquele cara fez algo com você?
— Não…
Ricsa olha com mais atenção o rosto da sua amiga e percebe que uma das bochechas dela estava vermelha.
— Isso é... — Questiona, se aproximando para ver melhor.
— Não é nada. — Diz, escondendo seu rosto.
— Eu sei que não gosta de falar disso, mas você sabe que estou aqui, né?
— Eu sei, mas fica tranquila que iremos investigar uma masmorra logo, logo! Lá eu vou conseguir itens raros e irei ter dinheiro suficiente para comprar a liberdade da minha mãe!
— Então tá bom, vou ficar na torcida! Mas agora tenho que ir; até logo Leah.
— Até.
Ricsa então sai andando em direção à academia mágica; suas feridas já haviam melhorado então já estava na hora de recomeçar seus estudos. Já Leah, aproveita a porta aberta e entra na casa dos Voborn e diz:
— Alguém em casa? – estranhando a casa silenciosa.
— Oh, Ricsa você voltou precisa de algo?
— Não é a Ricsa é a Leah, vim fazer uma visita ao Will.
Lett sai da cozinha, com o que ser um ensopado de carne e diz;
— Que surpresa te ver Leah! A Ricsa tinha falado que não apareceria por um tempo, mas vejo que não conseguiria ficar longe do seu amigo por tanto tempo.
— Dei uma escapadinha, como o Will está?
— Dormindo no momento. O pior já passou e agora ele já está estável, agora só o tempo será capaz de curar ele totalmente.
— Se ele está bem, já ajuda.
— Logo estarei de volta à academia, então vou conseguir fazer visitas mais frequentes.
— Suas feridas ainda não se curaram?
— Ainda não.
— Elas já deveriam estar curadas, só estariam assim caso não tivesse usado nada ou algum medicamento para cicatrização.
— Desde que cheguei na casa Phordel, não me deram nenhuma poção do tipo.
— Eu entendo que as poções são caras, mas os Phordel têm uma grande relevância no reino, imagino que eles deveriam ter dinheiro para algumas.
— Eles deveriam, mas isso não vem ao caso quando se trata de mim. Mudando de assunto, estou torcendo para ele se recuperar rápido.
— Acho que vai ficar uma semana de cama, mas depois disso nada vai pará-lo..
— Bom, como ele tá dormindo vou embora. Quando ele acordar, diga que deixei abraços.
— Não quer ficar para o jantar? Fiz um ensopado de carne maravilhoso.
— É uma proposta tentadora, mas preciso voltar e ver como minha mãe está.
— Fica para a próxima, espero que fique!
— Tá bom, obrigado Lett.
— Por nada, vá com cuidado e não se esqueça daquilo que te falei antes; qualquer coisa estamos aqui.
— Ok, obrigado!
Leah deixa a casa dos Voborn, mas, sentido uma presença das sombras, percebe que estava sendo observada. Ela olha para a janela do quarto de Will e vê uma sombra que desaparece rapidamente...
— Será que eu acordei o Will? Se for, ele nem veio falar comigo... agora magoei.
Dentro da casa dos Voborn…
Lett abre a porta do Will e vê seu filho acordado sentado na cama.
— Filho! Você não pode fazer tanto esforço.
— Estou bem mãe, mas preciso de uma ajuda sua; preciso escrever uma carta.
— Verdade, você não teve o aprendizado básico.
— Bom não foi de todo mal, pelo menos já sai daqui sabendo ler e da escrita eu sei o básico, mas quero escrever bastante coisas.
— Eu ajudo sim, para quem vai ser a carta?
— Para o meu Mestre.
— Ok, prezado mestre… Quem é o seu mestre mesmo?
— O Deruzi.
— Ah tá o Deruzi…
O silêncio predomina no quarto de Will por alguns segundos, mas ele rapidamente cessa por um grito:
— Queeeeeee?
Três semanas após a final...
— Filha, amanhã você volta para a academia, não é?
— Sim...
— Sei que ainda é de manhã, mas tem algo que você queira fazer hoje?
— Acho que não, pelo menos por enquanto.
— Você não quer ver a Ricsa ou o Will?
— Não... Lembro bem de como suas costas ficaram por causa da minha última visita.
— Filha, já te disse para não se preocupar comigo. Eu sou escrava, tenho que suportar essas coisas, mas você é livre.
— Eu sei, mãe. Mas prefiro que a senhora não se machuque por minha causa.
— Então tá bom, minha filha.
Na sala de estar da mansão dos Phordel...
— Onde está a minha comida? Estou há horas esperando!
— Já vai, senhor.
Uma empregada chega com um belo prato de peixe para o almoço. Porém, ao ver o prato, o patriarca se enfurece.
— Já disse mil vezes que não gosto de peixe no almoço! — gritou ele, batendo na mesa.
Ele arremessa o prato na empregada, que cai no chão. Rapidamente, a empregada-chefe chega para ajudá-la.
— Peço desculpas, senhor. Esta é uma das novas empregadas. Ela confundiu o prato do jantar com o do almoço. Vou trazer o prato certo imediatamente.
— Toda vez um erro diferente! Pare de contratar gente incompetente.
— Muito me desculpe.
A empregada-chefe da família Phordel era a, mãe de Leah. Depois de algum tempo, ela aparece com um belo ensopado de carne.
— Finalmente, algo que presta.
Com muita fome, o patriarca não faz cerimônia e logo pega um pouco do ensopado.
— Esse caldo está horrível!
Em um ataque de raiva, ele arremessa o prato no rosto da empregada-chefe, que cai desacordada no chão. O barulho da queda chama a atenção de todos na mansão. Leah, ao ouvir o som, corre até a cozinha e vê sua mãe caída, machucada, recobrando a consciência.
— Mãe, está tudo bem? — pergunta Leah, ajudando-a a se levantar.
— Estou sim, minha filha. — responde, ainda meio zonza.
O patriarca se levanta para sair da cozinha e, ao passar pelas duas, diz:
— Duas fracassadas. Vocês têm sorte de o reino precisar de usuários de quinta magia.
Ele sai da cozinha, enquanto Leah, com o punho cerrado, tenta conter sua raiva. Sua mãe, percebendo, diz:
— Acalme-se, minha filha. Você sabe que sua mãe é forte!
— Essa situação já passou dos limites há muito tempo.
— Filha, não se preocupe. Logo você se tornará uma grande maga, e não precisaremos mais viver aqui.
— Ainda falta muito tempo para isso, mãe. A senhora já aguenta isso há anos.
— Minha querida, você sabe que se não fosse por você, a situação seria bem pior! Elfos não são bem vistos neste reino. Ser maltratada por um nobre não é o pior dos destinos.
— Mas esse não é o seu destino, mãe. Não se preocupe, eu vou mudar isso.
— Tá bom, minha filha. Estarei torcendo por você!
Leah ajuda sua mãe a se levantar. Ela havia ferido a cabeça na queda, então Leah a enfaixa com algumas ataduras que encontrou na cozinha. Quando finalmente termina, ouve alguém batendo na porta da mansão. Uma das empregadas vai atender.
— Olá, quem seria o senhor?
A pessoa na porta fala em voz baixa, como se quisesse esconder algo. A empregada, ao ouvir o nome, se surpreende e, com um pouco de medo, diz:
— O senhor não é bem-vindo nesta casa!
Novamente, a pessoa diz algo, que apenas a empregada consegue ouvir. Ela responde:
— Eu já disse que você não pode entrar aqui.
O patriarca, ouvindo o alvoroço, decide investigar.
— Que diabos está acontecendo?
— Não se preocupe, senhor. É só um homem pedindo abrigo.
— Eu vou mandar esse mendigo para o inferno!
Ele abre a porta com força e se depara com alguém que nunca esperava ver em sua vida. Willian Voborn, o garoto que poderia usar magia, estava na sua porta.
— O que um lixo como você está fazendo aqui? — perguntou o patriarca, com um olhar de ódio.
— Ah, você deve ser o patriarca dos Phordel. Não tenho assuntos com você. Quero ver a Leah!
— Leah? Aquela inútil tem amizades com gente como você?
— Inútil?
— Isso mesmo, aquela inútil. E já bastava a pesquisadora, agora você também.
— Bem que a Ricsa disse que você era um homem desagradável.
— O que você disse, moleque? Vou chamar os guardas da cidade e eles vão te prender num instante.
— Você acha que consegue me assustar?
Will se aproxima do patriarca e diz:
— Chame quantos guardas quiser. Não me importo com nada neste reino.
O patriarca, irritado com a afronta, levanta a mão como se fosse dar um soco em Will. Mas, antes que pudesse fazer qualquer coisa, Leah entra no meio dos dois e os afasta.
— Leah, que bom te ver!
— O que você está fazendo aqui?
— Vim ver como você estava.
— Então vocês realmente se conhecem? Cada dia que passa me arrependo mais de ter comprado sua mãe, mestiça inútil.
Leah, ouvindo isso, sente a raiva tomando conta. Ela fecha o punho, pronta para golpear o patriarca, mas sua mãe aparece.
— Acalme-se, minha filha. Esse é o seu amigo de quem você sempre fala? Vá dar uma volta com ele. A mamãe cuida das coisas aqui.
— Não, mãe, de novo não!
— Amo quando você assume a responsabilidade pelas besteiras que sua filha faz. Agora vão logo, não quero ver sua cara hoje.
O patriarca empurra Leah para fora da mansão e tranca a porta rapidamente.
— Merda, merda, merda!
— Acho que não foi bom eu ter vindo aqui.
— Não é sua visita o problema. Ele é o problema!
— Aquela elfa é sua mãe?
— Sim, ela é minha mãe...
— Quando você estava ferida, eu tentei te visitar. Claro que na época eu não sabia da situação da sua família. Sua mãe me impediu na época.
— Quando eu perdi, foi um inferno em casa.
— Bom, eu chamei alguém que pode ajudar você, mas acho que vai demorar um pouco para essa pessoa chegar.
— Não precisava, mas tudo bem. Só de não ver minha mãe sofrer já é ótimo! Mas me diga, por que veio me visitar?
— Vou retornar para a academia amanhã, então queria aproveitar o último dia de folga para resolver uma pendência.
— Que pendência?
— Nós apostamos que ambos chegaríamos à final do torneio, mas só eu cumpri minha parte.
— Nem me lembre...
— Mas como você me ajudou no torneio inteiro, vou considerar que você cumpriu sua promessa.
— Então você vai me levar para um encontro?
— Mais ou menos. Você vai escolher o que faremos primeiro e eu escolherei o que faremos depois.
— Do jeito que você é, já imagino para onde vamos na sua vez de escolher.
— Bom, você vai descobrir depois. Agora é sua vez de escolher!
— Ir a um restaurante chique está fora de cogitação, mas tem um lugar que eu tenho certeza que será ótimo.
— Tá bom.
— Vamos indo então!
Eles caminham por alguns minutos até chegarem à porta de um estabelecimento.
— Chegamos!
— Nunca vim a este lugar, nem quando era plebeu.
Por fora, o estabelecimento parecia uma simples taverna velha.
— Confie em mim, por dentro você vai gostar!
— Se você diz... — responde ele, meio cético.
— Vamos entrar!
Leah agarra a mão de Will e o puxa para dentro do local. Lá dentro, ele percebe que era uma taverna com uma biblioteca.
— Uma taverna com uma biblioteca?
— Basicamente, sim. Mas esta taverna tem a melhor sopa de carne da região. E muitos magos peregrinos param aqui para escrever suas histórias ou experiências.
— Interessante!
— Chefe, duas sopas de carne para a gente!
— Duas sopas de carne saindo!
— Enquanto ele prepara, vamos procurar algo interessante para ler.
— Ok!
Os dois começam a explorar a grande biblioteca. Após algum tempo, Will percebe que a maioria dos livros são biografias de antigos magos. Leah, tentando pegar um livro no alto da prateleira, perde o equilíbrio, e Will rapidamente vai ajudá-la. Ao perceber a ajuda, Leah brinca:
— O herói veio me salvar! Que romântico.
Ela se deixa cair, e Will a pega, dizendo:
— Isso foi armado, né?
— Percebeu tão rápido... Que sem graça.
— Acho que o destino já ajudou você o suficiente por hoje.
— Destino?
— Isso mesmo!
Leah então se levanta e pega um livro no chão. Ao examinar a capa, comenta:
— Este aqui é de um pesquisador. Parece falar sobre magia em relação às raças, ou algo assim.
Will, curioso, pergunta:
— Posso lê-lo?
Leah sorri e responde:
— Claro que pode!
O chefe da taverna interrompe:
— Com licença, sua sopa está pronta!
Os dois sentam-se e começam a aproveitar a refeição
Os dois se sentam à mesa e começam a almoçar. Leah não encontrou nada realmente interessante para ler, enquanto Will está imerso no conteúdo do livro.
Um tempo se passa...
Leah já terminou sua refeição, mas Will mal começou a saborear sua sopa. Ela decide que é hora de perguntar o que ele encontrou de tão interessante no livro.
— Achou alguma informação interessante?
— Sim! O autor deste livro era um mago eremita que visitou as quatro grandes nações. Ele fez alguns registros muito interessantes sobre as raças.
— Qual foi o mais importante?
— Bem, ele fez cálculos sobre a chance de nascer com uma quinta magia entre as diferentes espécies.
— Ele deve ter demorado muito tempo para coletar esses dados.
— Parece que sim, uma vida inteira! De acordo com o livro, os humanos têm cerca de cinco por cento de chance de nascer com uma quinta magia.
— Não é muito, mas às vezes aparecem mais de um ou dois usuários!
— Os elfos têm noventa por cento de chance.
— Eu pensava que todos os elfos nasciam com uma quinta magia. Interessante saber que alguns podem nascer apenas com as quatro básicas.
— Todos os elfos que conheci têm quinta magia, então também pensava assim.
— Você conhece outros elfos além de mim?
— Sim, passei um tempo no reino dos elfos.
— Oh, depois você me conta mais! Mas continua... e os anões e demi-humanos?
— Bem, os anões e demi-humanos funcionam de maneira diferente. Os anões têm cinquenta por cento de chance de nascer com uma quinta magia, e, quando isso acontece, eles só têm acesso a duas magias primárias.
— E se nascerem sem a quinta magia?
— Aí eles têm acesso a todas as quatro primárias.
— Que estranho! E os demi-humanos?
— Eles têm cem por cento de chance de nascer com uma quinta magia, mas em compensação só podem usar uma magia primária.
— Espera... talvez você seja um demi-humano que ainda não descobriu sua quinta magia!
— Boa teoria, mas se fosse, o teste que fiz há alguns anos teria detectado.
— Ah, verdade!
— Deixa eu terminar de comer, porque precisamos chegar rápido ao lugar que quero te levar!
— Ok!
Will termina de comer. Leah se levanta para pagar a refeição, mas ele a impede, passando à frente e dizendo:
— Eu sei que não sou mais um nobre, mas um pouco de cavalheirismo não faz mal.
Will paga pela refeição dos dois, e logo saem do estabelecimento.
— Eu sei que essa pergunta é meio indelicada, mas como você tem dinheiro? Não acho que tenha pego dos seus pais.
— Embora nos últimos anos eu realmente não tenha feito nenhum trabalho, quando era mais novo fiz algumas missões, e acabei ganhando um pouco de dinheiro com isso.
— Oh! — exclamou Leah, lembrando-se de quando se conheceram, com Will em uma missão de resgate.
— Bom, vamos nos apressar, senão não vai dar tempo de chegar ao lugar que quero.
— Vamos correndo?
— Vamos!
Os dois correm até o portão de entrada do reino.
— É fora do reino?
— Sim, bem no meio da floresta!
— Vai ser a primeira vez que saio do reino para explorar! Estou animada!
— Então vamos!
Leah e Will andam por cerca de duas horas. Irritada com a demora, Leah resolve questionar:
— Já faz duas horas que estamos andando, esse lugar não chega nunca?
— Estamos quase lá!
— Ainda bem!
Após mais cinco minutos de caminhada, eles finalmente chegam ao destino. Leah vê uma grande clareira com um rio passando no meio. O lugar é magnífico, mas ela não entende por que Will a trouxe ali.
— Esse lugar... eu o encontrei quando estava fugindo do reino. Foi aqui que pensei que minha vida tinha recomeçado.
— O que aconteceu aqui?
— Foi aqui que conheci meu mestre, onde minha jornada começou.
Já é fim de tarde, o sol está se pondo e o céu toma um tom alaranjado.
— Esse lugar é lindo.
— Fico feliz que deu tempo de ver. Descobri essa beleza no dia em que resolvi voltar para ver se o lugar ainda era o mesmo de anos atrás.
— Este dia começou horrível, mas terminou da melhor forma possível. Obrigada, Will.
— De nada, mas agora tenho uma má notícia para você.
— Qual é?
— Vamos ter que voltar para o reino.
— Ahhh, que saco!
Finalmente Will estava de volta à academia e enfim sua rotina de treino intensivo estaria retornando. Enquanto estava fora nada demais aconteceu devido ao longo tempo que os antigos competidores estavam se recuperando... graças a isso, a exploração à masmorra foi atrasada ao máximo. Em uma rápida conversa com Ricsa, Will descobre que logo haveria uma reunião com os finalistas para estabelecer quem seriam os pioneiros à aquela missão, tudo que restava era a Leah retornar à academia.
Durante um dia de treino…
— Bom, a Leah voltará amanhã, logo a reunião também deve ser amanhã. Tenho que estar preparado para tudo que irá vir.
Diferente de Will e seu foco em se fortalecer, Navi teria um problema muito grande para lidar e logo esse problema a encontrava:
— Princesa, trago notícias. — Diz um mensageiro fazendo uma reverência.
Navi, olha e percebe que era uma de suas espiãs.
— O que aconteceu?
— Detectamos um esquadrão de desertores do exército demi-humano vindo em nossa direção.
— Quantos?
— Cerca de vinte deles.
— Quando eles chegarão em nossas fronteiras?
— Em cerca de três dias e meio.
— Bom trabalho, certifique-se que a informação não saia daqui, especialmente a algum Nobre ou muito menos para a MÆX.
— Ok!
A espiã se retira assim deixando Navi sozinha. Agora, deter aquele esquadrão seria sua missão e, por mais que fossem desertores, esse conflito poderia resultar em uma guerra e espalhar o medo por todo reino. O que lhe restava era pesquisar sobre táticas e habilidades que seu inimigo poderia ter e se preparar para o pior!
— O que posso fazer... apesar do 5° elemento, estarei em desvantagem numérica.... – diz pensativa – uma das opções seria chamar um dos participantes do torneio, apesar de perder a chance de explorar as masmorras, essa situação é prioridade. Tenho poucas opções, Tyro não é forte o suficiente, Marko não aceitaria e não suporto a ideia de pedir ajuda da Leah; me resta apenas uma pessoa, mas ele não aceitaria fazer algo assim por boa vontade e sorte a minha que sei exatamente o que ele quer…
Algumas horas depois…
Will estava treinando no seu local habitual, até que escuta alguém se aproximando. Como Leah ainda não tinha voltado, só havia uma possibilidade, talvez a Ricsa fazendo uma visita.
— Ricsa é você?
Will perguntava, mas não recebeu nenhum retorno e aquele som continuava se aproximando. Até que voz surge no meio do mato:
— Ainda treinando nesse lugar, William?
— O que você está fazendo aqui? — Questiona, estranhando a aparição de Navi.
— Tenho um problema a resolver e precisarei de sua ajuda.
— Pois então não conte comigo, não vou ajudar você ou qualquer outro nobre desse reino.
— Não vim aqui pensando que iria conseguir sua ajuda de bom grado, por isso trouxe algo que poderia te fazer mudar de ideia...
Navi se agacha e tira algo de dentro do vestido, era um livro estranhamente familiar e, ao encarar atentamente, percebe que aquele era o livro que ele havia tentado pegar na biblioteca real.
— Então você sabia que era eu.
— Só existe uma pessoa que teria a audácia de fazer aquilo.
— Dada a motivação, para o que você precisa de mim?
— Um grupo desertor do exército dos demi-humanos está vindo realizar um ataque, preciso de ajuda para dar um fim neles. Apenas quero fazer um trabalho rápido sem alarmar ninguém.
— Então você quer fazer um acordo né?
— Sim, e te darei o livro em troca da sua ajuda.
— Trabalhar com você vai ser um saco, mas temos um acordo! Quantos saímos?
— Você tem uma hora.
— Ok, então nos encontramos na floresta perto da entrada em uma hora.
— Combinado.
Como tinha apenas uma hora, Will correu para seu quarto e escreveu uma mensagem dizendo:
— Caso Leah ou Ricsa esteja lendo isso, infelizmente estarei longe por alguns dias, mas não se preocupem, eu volto logo.
Após isso Will, pega um conjunto de ervas medicinais que havia guardado em seu quarto. Usando sua magia Quimic e, em quarenta minutos, consegue fazer duas poções e rapidamente vai aonde Navi estava.
— Atrasado. – diz Navi impaciente para seu colega.
— Fiquei fazendo algumas poções de cura.
— Você consegue fazer as poções?
— Consigo sim, por mais que não deveria estar falando isso para você, não importa muito.
— Isso explica a recente melhora da sua mãe.
— Você sabia da situação da minha mãe?
— É claro que eu sabia, eu sou a princesa desse reino! É de se esperar que saberia de tudo que está acontecendo pelo reino, mas deixa de papo vamos andando que a caminhada será longa.
— Quanto tempo até a interceptação dos demi-humanos?
— Dois dias. Quanto mais ficar falando aí, a tendência é só aumentar.
Navi e Will partem em sua viagem, ao mesmo tempo em que a vice-diretora da escola estava finalizando os preparativos para a aventura dos alunos na masmorra.
Muitas horas depois…
A noite finalmente havia caído, viajar a noite era sempre algo perigoso. Will e Navi, cientes disso, decidiram armar acampamento. Para se aquecer, eles resolvem fazer uma fogueira. O jovem mago coletou galhos secos, enquanto Navi, com sua magia do fogo, acende aquela pilha recém formada, fazendo as chamas dançarem sob o céu estrelado.
— Antes de dormirmos tenho um questionamento a fazer.
— Diga Voborn.
— Por que uma princesa está fazendo uma missão como essa? Não deveria ter algum esquadrão do exército mobilizado para esse tipo de situação?
— O nosso exército não tem pessoal suficiente para uma mobilização, tivemos dois marcos históricos que diminuíram muito sua força...
— É a primeira vez que escuto isso.
— Não esperava menos, você não deve ter pegado em nenhum outro livro além daqueles que ensinam sobre magia.
— Não tive tempo para esses.
— Em resumo, cerca de sessenta anos atrás, perdemos uma guerra contra as outras raças, levando mais de setenta por cento de nossas forças militares e, para finalizar, a vinte anos atrás teve a batalha contra a besta elemental da terra
— Compreendi. Bom, boa sorte para gente então. Vamos descansar e focar em nosso próximo embate; consegue ficar com o primeiro turno?
— Fico sim, pode dormir.
Algumas horas depois, na academia real.
— Evelyn algum sinal da Navi?
— Não.
— Vou ter que ir para plano B, preciso que você chame uma pessoa.
Navi e Will estavam perto de interceptar os desertores. De longe, conseguiam escutar várias pessoas marchando.
— Voborn, prepare-se! Começaremos com um ataque pela lateral.
Cada um se move para um lado. Navi dá o comando, e eles começam o ataque.
— Light Sword!
— Rain Sword!
Uma chuva de espadas de luz e água começa a voar sobre o esquadrão desertor, que é pego de surpresa, gerando algumas baixas.
— Apenas cinco foram derrotados, precisamos eliminar mais alguns antes do combate corpo a corpo.
— Mizu no ya.
— Eles já sabem nossa posição. Se ainda não estão revidando, quer dizer que devem estar preparando algo! Voborn, prepare seu próximo ataque!
Navi cria um grande foco de luz que cega os remanescentes, enquanto Will dispara várias flechas, resultando em ferimentos graves e leves. Até que o líder daquele esquadrão, enfurecido, grita:
— Magia de assimilação, Draconis Incineratio!
A situação se desenrola rapidamente: em questão de segundos, a floresta ao redor deles é incinerada. Will não consegue se defender a tempo e sofre queimaduras pelo corpo. Navi, habilidosa com sua Light Barrier , se protege facilmente. Agora, não há mais como atacarem à distância; eles precisam sair do esconderijo.
— Dez dos meus homens morreram para dois míseros adolescentes humanos!
O líder do esquadrão parecia ser uma fusão quase perfeita de humano com dragão, furioso e pronto para matar qualquer um.
— Você é o líder, certo?
— Não costumo dizer meu nome para ninguém, muito menos para cadáveres ambulantes! Mas pelo seu esforço, farei uma exceção: prazer, Capitão Dacym.
— Vocês estão indo atacar o meu reino. Quais são suas intenções?
— Matar alguns humanos, saquear, tudo o que a sua espécie merece.
— Sinto muito, mas o que te espera é uma cova apertada! Light Sword!
— Aqua Gladius!
Um combate frenético é iniciado. Restavam cerca de dez pessoas além do líder, o que obriga os dois a se dividirem. Will lutaria contra os dez, enquanto Navi enfrentaria o líder. A princesa inicia com um ataque frontal.
— Draco Claws!
Dacym cria garras de dragão, mas aquilo não amedronta a princesa, que continua seu ataque. Para sua surpresa, o líder dos demi-humanos segura sua espada e a puxa para perto, desferindo em seguida um grande chute na barriga da garota.
— A princesa está perdendo?
Will estava cercado. Todos os inimigos usavam espadas, e ele, com duas espadas de água, só conseguia se defender. Dois o atacam ao mesmo tempo; ele se defende, mas outro desertor ataca por trás. O jovem mago gira e consegue desviar parcialmente do ataque, mas ainda assim sofre um leve corte.
— Até que você serve para passar o tempo, humana!
— Droga, preciso dar um jeito de acabar com ele!
Navi estava sendo pressionada. Ela então decide arriscar: olhando para Will, dá um sinal para que ele ataque.
— Ela deve ter um plano... o jeito é confiar!
Will faz um corte lateral, tentando acertar três desertores de uma vez, que contra-atacam.
— Light Barrier!
Navi cria uma barreira, impedindo os desertores de atacar. Contudo, isso a deixa indefesa, permitindo que Dacym acerte um golpe direto nela. Will aproveita a oportunidade; Navi desativa a barreira, e o jovem mago consegue derrotar três de uma só vez.
— Levei um golpe, mas pelo menos agora faltam apenas sete.
— Não, faltam seis!
Will arremessa uma das espadas, acertando o tórax de um desertor e derrubando-o na hora. O jovem mago corre na direção dos seis remanescentes. Navi, ferida, resolve que precisará acabar com o líder em um único golpe.
— Voborn, você consegue segurar todos por um minuto?
— Sim.
Will corre em direção ao líder, tentando atacá-lo, mas Dacym se defende facilmente. Os outros seis rapidamente se juntam para acabar com os dois humanos. Will não tinha nenhuma magia que pudesse causar dano, mas só precisava atrasá-los.
— *Rain Sword.*
Will cria uma chuva de espadas, e os demi-humanos, apesar da dificuldade, conseguem se defender de todas elas.
— *Purge!*
O plano de Navi é executado. Combates diretos não teriam a menor chance de dar certo, mas um ataque poderoso poderia resolver. Com Will juntando todos no mesmo lugar, tudo ficava mais fácil. Um grande raio de energia cai do céu, atingindo todos de uma só vez. Apenas Dacym permanece de pé.
— Todos os meus soldados caíram! Eu vou te matar!
Dacym avança contra Navi. Will tenta impedi-lo, mas o líder dos desertores usa **Draco Claws** e acerta um golpe que joga Will para longe. Ele continua avançando. A princesa havia acabado de usar uma magia que demandou muita energia, e por isso não conseguiu se recuperar a tempo para se defender. Dacym, pronto para atacar, diz:
— **Draconis Inc...**
— **Aqua Gladius!**
Antes que Dacym pudesse terminar, Will corta seu pescoço.
— Um grande adversário... pena que perdeu o controle.
— Voborn, esse golpe passou muito perto da minha cabeça. Não estava querendo me acertar, né?
— Talvez...
Na academia de magia...
— Me chamou aqui, vice-diretora?
— Sim, preciso que você liFinalmente Will estava de volta à academia e enfim sua rotina de treino intensivo estaria retornando. Enquanto estava fora nada demais aconteceu devido ao longo tempo que os antigos competidores estavam se recuperando... graças a isso, a exploração à masmorra foi atrasada ao máximo. Em uma rápida conversa com Ricsa, Will descobre que logo haveria uma reunião com os finalistas para estabelecer quem seriam os pioneiros à aquela missão, tudo que restava era a Leah retornar à academia.
Durante um dia de treino…
— Bom, a Leah voltará amanhã, logo a reunião também deve ser amanhã. Tenho que estar preparado para tudo que irá vir.
Diferente de Will e seu foco em se fortalecer, Navi teria um problema muito grande para lidar e logo esse problema a encontrava:
— Princesa, trago notícias. — Diz um mensageiro fazendo uma reverência.
Navi, olha e percebe que era uma de suas espiãs.
— O que aconteceu?
— Detectamos um esquadrão de desertores do exército demi-humano vindo em nossa direção.
— Quantos?
— Cerca de vinte deles.
— Quando eles chegarão em nossas fronteiras?
— Em cerca de três dias e meio.
— Bom trabalho, certifique-se que a informação não saia daqui, especialmente a algum Nobre ou muito menos para a MÆX.
— Ok!
A espiã se retira assim deixando Navi sozinha. Agora, deter aquele esquadrão seria sua missão e, por mais que fossem desertores, esse conflito poderia resultar em uma guerra e espalhar o medo por todo reino. O que lhe restava era pesquisar sobre táticas e habilidades que seu inimigo poderia ter e se preparar para o pior!
— O que posso fazer... apesar do 5° elemento, estarei em desvantagem numérica.... – diz pensativa – uma das opções seria chamar um dos participantes do torneio, apesar de perder a chance de explorar as masmorras, essa situação é prioridade. Tenho poucas opções, Tyro não é forte o suficiente, Marko não aceitaria e não suporto a ideia de pedir ajuda da Leah; me resta apenas uma pessoa, mas ele não aceitaria fazer algo assim por boa vontade e sorte a minha que sei exatamente o que ele quer…
Algumas horas depois…
Will estava treinando no seu local habitual, até que escuta alguém se aproximando. Como Leah ainda não tinha voltado, só havia uma possibilidade, talvez a Ricsa fazendo uma visita.
— Ricsa é você?
Will perguntava, mas não recebeu nenhum retorno e aquele som continuava se aproximando. Até que voz surge no meio do mato:
— Ainda treinando nesse lugar, William?
— O que você está fazendo aqui? — Questiona, estranhando a aparição de Navi.
— Tenho um problema a resolver e precisarei de sua ajuda.
— Pois então não conte comigo, não vou ajudar você ou qualquer outro nobre desse reino.
— Não vim aqui pensando que iria conseguir sua ajuda de bom grado, por isso trouxe algo que poderia te fazer mudar de ideia...
Navi se agacha e tira algo de dentro do vestido, era um livro estranhamente familiar e, ao encarar atentamente, percebe que aquele era o livro que ele havia tentado pegar na biblioteca real.
— Então você sabia que era eu.
— Só existe uma pessoa que teria a audácia de fazer aquilo.
— Dada a motivação, para o que você precisa de mim?
— Um grupo desertor do exército dos demi-humanos está vindo realizar um ataque, preciso de ajuda para dar um fim neles. Apenas quero fazer um trabalho rápido sem alarmar ninguém.
— Então você quer fazer um acordo né?
— Sim, e te darei o livro em troca da sua ajuda.
— Trabalhar com você vai ser um saco, mas temos um acordo! Quantos saímos?
— Você tem uma hora.
— Ok, então nos encontramos na floresta perto da entrada em uma hora.
— Combinado.
Como tinha apenas uma hora, Will correu para seu quarto e escreveu uma mensagem dizendo:
— Caso Leah ou Ricsa esteja lendo isso, infelizmente estarei longe por alguns dias, mas não se preocupem, eu volto logo.
Após isso Will, pega um conjunto de ervas medicinais que havia guardado em seu quarto. Usando sua magia Quimic e, em quarenta minutos, consegue fazer duas poções e rapidamente vai aonde Navi estava.
— Atrasado. – diz Navi impaciente para seu colega.
— Fiquei fazendo algumas poções de cura.
— Você consegue fazer as poções?
— Consigo sim, por mais que não deveria estar falando isso para você, não importa muito.
— Isso explica a recente melhora da sua mãe.
— Você sabia da situação da minha mãe?
— É claro que eu sabia, eu sou a princesa desse reino! É de se esperar que saberia de tudo que está acontecendo pelo reino, mas deixa de papo vamos andando que a caminhada será longa.
— Quanto tempo até a interceptação dos demi-humanos?
— Dois dias. Quanto mais ficar falando aí, a tendência é só aumentar.
Navi e Will partem em sua viagem, ao mesmo tempo em que a vice-diretora da escola estava finalizando os preparativos para a aventura dos alunos na masmorra.
Muitas horas depois…
A noite finalmente havia caído, viajar a noite era sempre algo perigoso. Will e Navi, cientes disso, decidiram armar acampamento. Para se aquecer, eles resolvem fazer uma fogueira. O jovem mago coletou galhos secos, enquanto Navi, com sua magia do fogo, acende aquela pilha recém formada, fazendo as chamas dançarem sob o céu estrelado.
— Antes de dormirmos tenho um questionamento a fazer.
— Diga Voborn.
— Por que uma princesa está fazendo uma missão como essa? Não deveria ter algum esquadrão do exército mobilizado para esse tipo de situação?
— O nosso exército não tem pessoal suficiente para uma mobilização, tivemos dois marcos históricos que diminuíram muito sua força...
— É a primeira vez que escuto isso.
— Não esperava menos, você não deve ter pegado em nenhum outro livro além daqueles que ensinam sobre magia.
— Não tive tempo para esses.
— Em resumo, cerca de sessenta anos atrás, perdemos uma guerra contra as outras raças, levando mais de setenta por cento de nossas forças militares e, para finalizar, a vinte anos atrás teve a batalha contra a besta elemental da terra
— Compreendi. Bom, boa sorte para gente então. Vamos descansar e focar em nosso próximo embate; consegue ficar com o primeiro turno?
— Fico sim, pode dormir.
Algumas horas depois, na academia real.
— Evelyn algum sinal da Navi?
— Não.
— Vou ter que ir para plano B, preciso que você chame uma pessoa.
Navi e Will estavam perto de interceptar os desertores. De longe, conseguiam escutar várias pessoas marchando.
— Voborn, prepare-se! Começaremos com um ataque pela lateral.
Cada um se move para um lado. Navi dá o comando, e eles começam o ataque.
— Light Sword!
— Rain Sword!
Uma chuva de espadas de luz e água começa a voar sobre o esquadrão desertor, que é pego de surpresa, gerando algumas baixas.
— Apenas cinco foram derrotados, precisamos eliminar mais alguns antes do combate corpo a corpo.
— Mizu no ya.
— Eles já sabem nossa posição. Se ainda não estão revidando, quer dizer que devem estar preparando algo! Voborn, prepare seu próximo ataque!
Navi cria um grande foco de luz que cega os remanescentes, enquanto Will dispara várias flechas, resultando em ferimentos graves e leves. Até que o líder daquele esquadrão, enfurecido, grita:
— Magia de assimilação, Draconis Incineratio!
A situação se desenrola rapidamente: em questão de segundos, a floresta ao redor deles é incinerada. Will não consegue se defender a tempo e sofre queimaduras pelo corpo. Navi, habilidosa com sua Light Barrier , se protege facilmente. Agora, não há mais como atacarem à distância; eles precisam sair do esconderijo.
— Dez dos meus homens morreram para dois míseros adolescentes humanos!
O líder do esquadrão parecia ser uma fusão quase perfeita de humano com dragão, furioso e pronto para matar qualquer um.
— Você é o líder, certo?
— Não costumo dizer meu nome para ninguém, muito menos para cadáveres ambulantes! Mas pelo seu esforço, farei uma exceção: prazer, Capitão Dacym.
— Vocês estão indo atacar o meu reino. Quais são suas intenções?
— Matar alguns humanos, saquear, tudo o que a sua espécie merece.
— Sinto muito, mas o que te espera é uma cova apertada! Light Sword!
— Aqua Gladius!
Um combate frenético é iniciado. Restavam cerca de dez pessoas além do líder, o que obriga os dois a se dividirem. Will lutaria contra os dez, enquanto Navi enfrentaria o líder. A princesa inicia com um ataque frontal.
— Draco Claws!
Dacym cria garras de dragão, mas aquilo não amedronta a princesa, que continua seu ataque. Para sua surpresa, o líder dos demi-humanos segura sua espada e a puxa para perto, desferindo em seguida um grande chute na barriga da garota.
— A princesa está perdendo?
Will estava cercado. Todos os inimigos usavam espadas, e ele, com duas espadas de água, só conseguia se defender. Dois o atacam ao mesmo tempo; ele se defende, mas outro desertor ataca por trás. O jovem mago gira e consegue desviar parcialmente do ataque, mas ainda assim sofre um leve corte.
— Até que você serve para passar o tempo, humana!
— Droga, preciso dar um jeito de acabar com ele!
Navi estava sendo pressionada. Ela então decide arriscar: olhando para Will, dá um sinal para que ele ataque.
— Ela deve ter um plano... o jeito é confiar!
Will faz um corte lateral, tentando acertar três desertores de uma vez, que contra-atacam.
— Light Barrier!
Navi cria uma barreira, impedindo os desertores de atacar. Contudo, isso a deixa indefesa, permitindo que Dacym acerte um golpe direto nela. Will aproveita a oportunidade; Navi desativa a barreira, e o jovem mago consegue derrotar três de uma só vez.
— Levei um golpe, mas pelo menos agora faltam apenas sete.
— Não, faltam seis!
Will arremessa uma das espadas, acertando o tórax de um desertor e derrubando-o na hora. O jovem mago corre na direção dos seis remanescentes. Navi, ferida, resolve que precisará acabar com o líder em um único golpe.
— Voborn, você consegue segurar todos por um minuto?
— Sim.
Will corre em direção ao líder, tentando atacá-lo, mas Dacym se defende facilmente. Os outros seis rapidamente se juntam para acabar com os dois humanos. Will não tinha nenhuma magia que pudesse causar dano, mas só precisava atrasá-los.
— *Rain Sword.*
Will cria uma chuva de espadas, e os demi-humanos, apesar da dificuldade, conseguem se defender de todas elas.
— *Purge!*
O plano de Navi é executado. Combates diretos não teriam a menor chance de dar certo, mas um ataque poderoso poderia resolver. Com Will juntando todos no mesmo lugar, tudo ficava mais fácil. Um grande raio de energia cai do céu, atingindo todos de uma só vez. Apenas Dacym permanece de pé.
— Todos os meus soldados caíram! Eu vou te matar!
Dacym avança contra Navi. Will tenta impedi-lo, mas o líder dos desertores usa **Draco Claws** e acerta um golpe que joga Will para longe. Ele continua avançando. A princesa havia acabado de usar uma magia que demandou muita energia, e por isso não conseguiu se recuperar a tempo para se defender. Dacym, pronto para atacar, diz:
— **Draconis Inc...**
— **Aqua Gladius!**
Antes que Dacym pudesse terminar, Will corta seu pescoço.
— Um grande adversário... pena que perdeu o controle.
— Voborn, esse golpe passou muito perto da minha cabeça. Não estava querendo me acertar, né?
— Talvez...
Na academia de magia...
— Me chamou aqui, vice-diretora?
— Sim, preciso que você lidere uma equipe de estudantes para explorar uma masmorra.
— Certo, quando devo sair?
— Daqui a cinco horas.
— Ok!dere uma equipe de estudantes para explorar uma masmorra.
— Certo, quando devo sair?
— Daqui a cinco horas.
— Ok!
Leah, vice-diretora, e Evelyn estavam na sala da direção.
— Quem são as pessoas que vão comigo?
— Willian Voborn, Marko Glorwolf, Tyro Royred, Ricsa Ranme e Evelyn Eheart.
— Preciso apenas que você verifique se a Ricsa e o Willian estão na academia.
— Ok, onde é o ponto de encontro?
— Todos estarão em frente ao portão de entrada do reino.
— Então nos encontramos em cinco horas.
Leah sai da sala da diretoria e vai direto ao quarto de Will no dormitório masculino. Ela bate na porta, mas logo percebe que não havia ninguém. No entanto, a porta estava aberta. Por curiosidade, ela entra, pensando que poderia encontrar algo constrangedor. Já no quarto, depara-se com uma carta deixada em cima da mesa, que dizia:
— Caso Leah ou Ricsa esteja lendo isso, infelizmente estarei longe por alguns dias, mas não se preocupem, eu volto logo.
— Merda, Will, de todos os dias possíveis para estar fora, você escolheu logo agora?
Leah sai do quarto de Will e vai até a área de pesquisa. Para falar com Ricsa, ela precisava interagir com uma espécie de guarda invisível. Para ativá-lo, ela aperta um botão que parecia ser uma campainha. Ao apertá-lo, escuta:
— Boa tarde, a senhora poderia chamar a Ricsa?
— A senhora deseja falar com a estudante e estagiária Ricsa Ranme?
— Sim!
— Ok, me diga o motivo da visita e o seu nome, por favor.
— Lembro que a Ricsa me disse uma vez: "Nunca conte o real motivo de vir aqui, sempre diga que são assuntos pessoais". Sou Leah Phordel, vim por assuntos pessoais.
— Ok, entraremos em contato com Ricsa Ranme.
Depois de dez minutos...
— Olha só quem voltou para a academia.
— Estou finalizando o retorno!
— Mas me diga, qual é o motivo dessa visita inesperada? E cadê o seu namorado?
— O Will não é meu namorado, pelo menos não ainda! A vice-diretora da academia está te convocando para uma missão.
— Uma missão? Espera, não me diga que é a exploração da masmorra 4TR?
— 4TR? É uma masmorra, mas ela não me disse nada sobre essas siglas.
— Provavelmente é! Todos na MÆX estão falando sobre isso.
— Tem algo de especial nessa masmorra?
— Tem sim, mas não posso te contar aqui.
— Ok, vamos para a entrada do reino, e depois você me conta.
— Tá bom!
Depois de algum tempo...
— Acho que já estamos longe o suficiente. Vou resumir o máximo possível: dizem que essa masmorra tem um item mágico único.
— Mas a MÆX não tem vários itens únicos no laboratório de pesquisa?
— Sim, mas este é especial, é um inibidor de poder mágico.
— Um inibidor?
— Bom, temos que ver como será o item, mas imaginamos que ele possa temporariamente remover todo o poder mágico de uma pessoa.
— Isso pode ser decisivo em qualquer combate.
— Exatamente.
Depois de algumas horas, no portão do reino...
— Imagino que todos estão aqui. Leah, está faltando alguém?
— Apenas o Willian Voborn.
— Os dois melhores estão indisponíveis — pensou a vice-diretora. — Não podemos esperar, então prestem atenção: a missão é a seguinte, vocês terão que explorar uma masmorra recém-descoberta. A líder da missão será Leah Phordel, mas ela será auxiliada pelo professor Glenfield.
— O Glenfield é da MÆX, imagino que eles pressionaram para colocar um deles na missão. Além dele, tem a Evelyn e a Ricsa, mas não acho que nenhuma delas será um problema.
— Vocês partirão agora. Será pelo menos um dia de viagem. Sigam as ordens do professor e da capitã.
— Entendido! — exclamam todos ao mesmo tempo.
O grupo saiu do reino em direção à masmorra. Will e Navi estavam logo atrás, mas, mesmo correndo o tempo todo, não conseguiram alcançá-los. Depois de algum tempo, uma pessoa aparece na frente dos dois aventureiros.
— Princesa, trago notícias.
— Um espião informante?
— Apenas mais um da minha rede de informação. Fique à vontade para falar.
— O grupo responsável por lidar com a masmorra já saiu do reino.
— Já estamos atrasados. Obrigada pelo informativo, pode se retirar agora.
— Sim, senhora!
O espião logo desaparece, assim como chegou.
— Vamos depressa, talvez ainda consigamos chegar a tempo.
— Tá bom.
No dia seguinte...
O grupo de estudantes havia chegado à masmorra. Para a maioria, era a primeira vez em uma, mas todos sabiam que uma masmorra poderia tomar qualquer forma. Eles se deparam com um castelo.
— Espera, a masmorra é um castelo?
— Sim, masmorras geralmente são alimentadas pelo núcleo mágico que existe dentro delas, podendo tomar a forma que quiserem.
— Ah, obrigada pela explicação, professor Glenfield.
— Sem problemas, Evelyn.
— Vamos arrumar nossos equipamentos e depois vamos.
— Leah, não seria importante descansarmos antes de entrarmos na masmorra?
— Não, alguém da MÆX pode tentar fazer algo, temos que ficar de olho.
— Ok, vou ficar de olho neles.
Depois de todos estarem prontos, o grupo entra na masmorra. Logo de cara, eles se encontram no pátio do castelo. Lá, havia diversos soldados zumbis, que, ao verem os invasores, começaram a atacar.
— Foquem na defesa, deixem o ataque comigo! *Muri ferrei!*
Várias paredes de ferro aparecem, bloqueando o caminho dos soldados. O grupo sobe nas paredes e começa o ataque. Em questão de minutos, conseguem acabar com todos os soldados e continuam a exploração. O grupo abre o portão principal do castelo e percebe dois corredores: um à direita e outro à esquerda.
— Vamos ter que nos dividir.
— Não estou afim de explorar com ninguém me acompanhando.
— Marko, isso não é algo que você possa decidir.
— É? Então tente me impedir!
Marko começa a caminhar pelo corredor da esquerda.
— Evelyn, vá com ele.
— Não posso me afastar do professor!
— Faça o que ela mandou, Evelyn. Se ele achar algo, você sabe o que fazer.
— Entendido.
Assim, eles se separam em dois grupos: Marko e Evelyn de um lado, e Leah, Glenfield e Ricsa do outro. Indo para a direita, o grupo se depara com um longo corredor com apenas uma porta no final, acompanhada de dois guardas zumbis.
— Dois alvos, Leah. O que vamos fazer?
— Vamos atacar com tudo! *Double Iron Gauntlets!*
Leah invoca suas duas manoplas e, em um ataque frontal, soca os dois guardas de uma única vez! Eles são arremessados com tanta força que quebram as paredes. O grupo avança e chega a uma sala de jantar com cinco soldados e um monstro que ainda não tinham visto.
— Leah, aquele monstro é diferente.
— Talvez ele seja um chefe intermediário.
O monstro se levanta, revelando ser o príncipe daquele castelo. Puxando sua espada, a batalha se inicia.
— Ricsa, cuide dos guardas. Eu cuido do príncipe!
— Tá bom! *Aqua terebro!*
Ricsa cria uma broca de água e parte para o ataque. Leah, com suas manoplas ativadas, começa a trocar inúmeros golpes com o príncipe.
— Para um morto-vivo, você é até que forte, mas não o suficiente! Vamos ver se isso dá certo!
Leah dá um grande salto e se posiciona para dar um cascudo.
— *Chirotheca ferrea malleus!*
Concentrando todo o ferro em apenas uma manopla, ela a aumenta em pelo menos vinte vezes. O príncipe tenta se defender com sua espada, mas o golpe é tão forte que a espada se quebra ao meio, deixando o príncipe desarmado.
— *Double Iron Gauntlets!*
Invocando novamente suas manoplas, Leah continua o ataque frontal. O príncipe se defende até que Leah escuta:
— *Lancia di ghiaccio!*
Uma lança de gelo vai em direção ao príncipe, que tenta se defender, mas é atingido no peito.
— Acabe logo com ele, mestiça.
— Receber ajuda do Glenfield é humilhante!
Leah corre para cima do príncipe, que tenta revidar, mas, com um único golpe, ele é derrotado. Ao mesmo tempo, Ricsa termina de derrotar os outros soldados. Eles avançam e, ao abrir a porta, encontram uma escadaria.
— Bom, só temos um caminho disponível.
Os três avançam e, no meio da escadaria, começam a escutar vozes conhecidas.
— Deixa de ser babaca, Marko!
— Sai de perto de mim, sua rata da MÆX.
— É a
voz do Marko e da Evelyn! Vamos logo, podemos alcançá-los.
Os três sobem rapidamente a escada e, no final, encontram um corredor que se liga a outra escada. Marko e Evelyn chegam ao mesmo tempo.
— Já não bastava uma, agora encontro vocês!
— Professor! Estou muito feliz de vê-lo de volta.
— Marko, o que você encontrou do seu lado?
— Nada importante, um chefe, alguns soldados, nada demais...
— A mesma coisa do nosso lado.
— Chega de papo, agora só temos um caminho à frente.
Todos olham para frente e percebem que só havia um corredor com uma porta no final. Aquela era a sala do chefe.
— Estamos perto da masmorra, princesa?
— Estamos nos aproximando dela ainda, logo chegaremos lá...
Dentro da masmorra…
O grupo abre a porta e deparam com algo semelhante a um salão de reuniões. No fundo daquele local havia três tronos aparentemente vazios.
— Estranho... onde está o chefe?
— Se preparem, sinto que algo está vindo.
Marko começa a escutar passos vindo em sua direção e assume uma posição de defesa, preparando seu próximo ataque:
— Stalagmiet kristalle!
Uma estalagmite de cristal sai do chão na direção aonde escutava o som, mas, para surpresa de todos, a estalagmite é rebatida para uma parede.
— Se revele!
Do nada dois seres se revelam: um zumbi gigante com uma espada e outra que parecia ser uma maga.
— Esses devem ser o rei e a rainha!
— Quem liga para quem eles são! Kristal vuis!
Cristais se formam sobre punho, assim deixando ele pronto para atacar.
— Marko, calma, precisamos analisar melhor do que são capazes!
Marko ignora Leah e parte ao ataque. Em contrapartida, o Rei se defende usando sua espada; já a Rainha contra ataca usando um feitiço de terra acertando Marko em cheio.
— Merda, Ricsa me dá cobertura!
— Tá bom! Double Iron Gauntlets!
— Garbe!
Leah cria suas manoplas e parte para o ataque junto ao Marko. Ricsa, por outro lado, usa uma Rajada de fogo na direção do rei, mas é protegido pela Rainha e anulando o ataque com um feitiço de água. Enquanto Ricsa se recuperava de sua tentativa, Leah começa a desferir vários golpes, não dando espaço algum para o Rei reagir.
— Evelyn, Ricsa! Ataque juntas.
— Garbe!
— Odeio ter que me aliar a você, mas não acho que tenha outra opção ignis anguis!
Ricsa lança outra rajada de fogo e Evelyn conjura uma serpente flamejante, ambas direcionadas ao monarca, mas ambas são novamente bloqueadas pela barreira da outra monarca, ou assim ela pensou... no entanto, o feitiço da jovem cientista continua avançando em direção ao rei.
— Desvia Leah!
Ao ouvir, Leah dá alguns passos para trás. O rei bloqueia o golpe com facilidade e, logo depois, crava sua espada no chão. Imediatamente, vários soldados zumbis começam a emergir do solo, como se estivessem sendo invocados.
— Perdemos a vantagem numérica, isso é um problema.
— Kristaldoring!
Vários cristais são arremessados nos soldados, com apenas um feitiço Marko havia conseguido derrotar metade deles.
— Sinceramente quando eu vi, pensei que você era um rei forte e imponente, mas vejo que ainda depende de seus subordinados para vencer.
Apesar de ser um zumbi, o rei fica furioso com as palavras de Marko e ordena que seus subordinados ajam. Ele parte para o ataque, indo em direção a Marko, mas Leah tenta distraí-lo. No mesmo instante, Leah se coloca no caminho do monarca, mas três soldados se intrometem em sua frente. Evelyn, na tentativa de deter o rei, utiliza seu feitiço ignis flagellum, criando um chicote de fogo para prender o monarca. Contudo, a Rainha interfere novamente e usa uma magia de vento para cortar o chicote antes que toque o rei.
— Merda, essa rainha é um problema!
Ricsa estava cercada por soldados prontos para atacar e, no momento, todos estavam ocupados com algum inimigo.
— Alguém me ajuda!
Sem opções, tudo que restava era recorrer ao professor Glenfield, mas ele estava ali como um observador e apenas balançou a cabeça em negação. Leah percebendo que ninguém a ajudaria, se prepara para ajudar sua companheira:
— Jernkuppel! – Diz Leah conjurando uma pequena redoma de ferro e protegendo sua amiga. Porém, ao invés de atacar a redoma, Leah acaba recebendo os golpes dos soldados.
— Acho que finalmente estamos no cenário ideal! – diz com um sorriso – Prigione di Ghiaccio!
Glenfield usa um feitiço extremamente poderoso que congela todos os inimigos no salão e, com isso, tudo que restava era reagrupar e preparar outro plano de ataque aos monarcas... já Leah retrai a redoma e parte em segurança a uma área segura.
— Ricsa, continue atacando a rainha; Evelyn cuide dos soldados que restaram; Marko, você vem comigo, temos que lidar com aquele cara juntos. Marko insatisfeito em obedecer Leah diz:
— Eu consigo acabar com ele sozinho!
— Eu sou a líder desse grupo, então obedeça às minhas ordens.
— Que saco, tá bom.
— Já acabaram com a conversinha? O efeito de congelamento já está acabando. – Apressa Glenfield aos alunos que discutiam a liderança.
— Vamos acabar com isso: Double Iron Gauntlets!
— Stalagmiet kristalle!
Antes mesmo do efeito de congelamento acabar, Marko e Leah atacam o Rei e aplicando uma sequência de golpes. O efeito do congelamento passa e, vendo o Rei sendo atacado, a Rainha começa a preparar um feitiço defensivo, mas logo é impedida de terminá-lo; Ricsa cria uma broca de água e mira bem no feitiço da rainha, assim destruindo-o completamente.
Já o Rei continuava levando os golpes de ambos alunos; ele até tenta cravar sua espada no chão, mas é impedido por estalagmites acertando-o diretamente. Vendo suas alternativas se reduzindo a nenhuma, tudo que restava a criatura era recuar... outra tentativa falha visto que Leah já esperava por isso:
— Não há para onde ir, maceria lapidea!
Leah cria uma parede de terra atrás da criatura fazendo com que estivesse encurralado.
— Tá na hora de acabar com isso! Stalagmiet kristalle.
Com seus punhos de cristal ele acerta um soco no crânio do rei zumbi, sendo derrotado na mesma hora. A rainha ao ver isso enlouquece e começa a lançar várias magias. Leah coordenando o ataque diz:
— Ricsa, Marko e Evelyn atacam juntos.
— Kristaldorings.
— Garbe
— ignis anguis!
Com todas as magias sendo lançadas ao mesmo tempo, a rainha não consegue se defender assim sendo derrotada. Sem seus Monarcas, os soldados caem um por um até não restar nenhum.
— Finalmente acabou....
Mas Ricsa lembroi que faltava algo, para a masmorra ser finalizada eles tinham que pegar os prêmios.
— Não ainda falta procurar o baú com as recompensas.
— Realmente, vamos procurar.
Perto daquele local…
— Navi, já que não fomos na missão, que alunos foram para lá?
— Imagino que Marko, Leah, Tyro e Evelyn.
— A Ricsa e o Tyro não saíram na mesma fase do torneio, por que ele iria ao invés dela?
— É apenas uma suposição... a vice-diretora deve ter escolhido o Marko como capitão.
— E se ela tiver escolhido a Leah?
— Aí teremos um problema...
— Por que? A Ricsa não é um perigo.
— Todos associados à MÆX são um perigo. Quando recrutam alguém…
Na masmorra…
— Achei! — Disse Leah aliviada, pois estava muito preocupada se a Evelyn ou Glenfield achasse.
— Onde está Leah?
— Estava atrás do trono. Como eu encontrei, esse tesouro é meu?
Marko que estava próximo diz:
— Por mim tanto faz, como se precisasse de algo que está aí.
Ricsa por outro lado estava muito interessada em ver que item era…
— É um item? Deixe-me abrir o baú com você.
— Deixo sim, vem aqui Ricsa.
Ricsa corre em direção ao baú e, ao passar pelo professor, ele sussurra algo que apenas ela pode ouvir: Mind. Ricsa se aproxima de Leah, a elfa cheia de entusiasmo. Ao abrir o baú, ela encontra apenas um recipiente cheio de água com uma luva submersa dentro.
— Uma Luva? Pra que serve isso, Ricsa…
No momento que ela se vira, Ricsa, com um semblante sombrio e sua mão apontada ao peito de sua amiga, apenas diz:
— Flammende Explosion.
Uma grande explosão acerta Leah em cheio, sendo arremessada para longe, batendo contra a parede e caindo no chão logo em seguida. Sangrando, o que consegue soltar é apenas:
— Ricsa, por que está fazendo isso…
Capítulo 28: Ressurgimento da Besta elemental
Ao mesmo tempo que Leah era apunhalada pelas costas, Glenfield colocava seu plano em ação.
— infernalis frigore.
Marko é atingido por uma onda de ar e logo é congelado, restando observar o desenrolar da situação. Atingida, Leah desmaia e Ricsa corre até seu professor com aquele novo aparato mágico em mãos.
— Muito bem Ricsa, você fez um trabalho como minha pequena lacaia infiltrada...
Perto daquele local…
— A MÆX, ao recrutar alguém para seus laboratórios, usa uma magia proibida de controle mental secreta de forma que muitas das vezes a pessoa nem percebe que está sendo controlado.
— Controle Mental... Como eles fazem isso? - Diz Will sem saber se poderia confiar em tudo que Navi dizia.
— Imagino que graças a algum item mágico que encontraram em masmorras anteriores...
— Finalmente chegamos! Sem tempo para descanso, vamos adentro à masmorra.
Will e Navi entram na masmorra, logo de cara a princesa reconhece a arquitetura daquela local.
— Willian, precisamos ir logo! Todos estamos em perigo, precisamos sair daqui o quanto antes
— O pessoal da MÆX é tão perigoso assim?
— Não tem nada a ver com eles, essa masmorra tomou a forma do Castelo WestLock! Esse reino foi destruído por causa da besta elemental de água, isso antes do reino cair em ruína. Por ser uma besta poderosa, não conseguiram matá-la e, em seu último sopro, a rainha selou a criatura nesse castelo!
— Merda, vamos logo!
Dentro da masmorra...
— Finalmente temos um item mágico que neutraliza a magia. Finalmente podemos dar início à nossa verdadeira batalha contra aquele mago maldito! – diz Glenfield em soberba.
— Professor, tem algo estranho aqui. Desde que tiramos a luva do baú a água não para de jorrar de lá.
— Mau sinal, quer dizer que a masmorra começou a ceder… Evelyn e Ricsa afastem-se, vou tentar congelar…
— É muita água, professor! Se continuar assim estará desperdiçando sua magia. O que iremos fazer?
A água já tinha tomado uma boa parte local e já começava a cobrir a perna de Glenfield. Até que uma parte daquela água começa a se reunir e começa a formar uma serpente gigante.
—Ricsa e Evelyn se preparem…
No momento que ele iria completar a frase, a serpente com o seu rabo golpeia, assim mandando-o contra a parede.
— Isso é uma besta elemental? Merda vamos todos morrer!
A serpente ataca as duas, no momento que ela iria conseguir abocanhar as duas, um escudo de metal aparece.
— Esse escudo! Como ela ainda está acordada.
— Não posso deixar vocês morrerem aqui! A Ricsa é minha melhor amiga, ela nunca faria isso comigo ou com nenhuma outra pessoa...
A criatura se volta e vê Leah gravemente ferida, tornando-a o alvo mais fácil. Com grande velocidade, ela avança em direção à elfa, mas antes de ser atingida, Leah cria uma pequena redoma de ferro na esperança de se proteger. A serpente colide com a redoma e, inicialmente, encontra dificuldade para ultrapassá-la com força bruta. A criatura então se enrola na redoma e começa a expelir uma rajada de água fervente. A serpente continua soltando a rajada de água, que aos poucos destrói a redoma. Com seu rabo, ela agarra Leah e a levanta, como se estivesse intimidando sua presa antes de comê-la.
— Acho que esse meu fim, não pude ajudar a mamãe e muito menos falar o que sinto para o Will...
A serpente começa a levá-la até a boca e, quando ela iria finalizá-la, um clarão de luz é lançado contra a serpente:
— Light Sword!
Uma espada de Luz acerta a serpente com tudo, fazendo que largasse a Leah.
— Uma espada de luz... A Navi está aqui?
— Will vá ver como a Leah está, irei segurar a besta por um tempo.
Will corre até onde ela estava caída…
— Leah, você está bem?
—Tô meio machucada, mas acho que ainda consigo me levantar.
— Vou te levar para um lugar seguro...
— Antes disso, onde vocês estavam e por que a Navi chegou aqui junto com você?
— Há muitas coisas para se explicar e pouco tempo para isso.
— Willian, acabe aí logo! Estou precisando de ajuda aqui. – diz Navi, impaciente.
Navi segurando duas espadas de luz, estava se defendendo de uma rajada de água.
— Mizu no ya!
Will invoca seu arco de água e dispara uma flecha na besta, interrompendo aquela rajada.
— Pensei que meus ataques não iriam funcionar contra essa criatura. Pelo visto, sua pele deve ter um corpo por debaixo de tanta água. Leah, você consegue lutar?
— Preciso de um tempo, mas acho que consigo.
Navi estava prestes a atacar a Besta, ela corre em direção dela.
— Navi, não chegue tão perto dela!
A Besta usando a cauda, bate com tudo no chão perto de Navi, que faz a mesma ir para cima junto com o chão quebrado. A serpente tinha condições perfeitas para acabar com sua presa, ela dá um bote na direção da menina, que não conseguia fazer nada além de observar.
— Aqua Gladius!
A serpente escancara sua imensa e aterrorizante boca, pronta para devorar sua presa Navi. No momento exato em que iria conseguir, Will chega a tempo e, com sua espada de água, impede a boca da serpente de fechar. A ira da besta só aumenta e, com um golpe certeiro de sua cauda, atinge Will, lançando-o na direção de Navi, impossibilitado de reagir. Will e Navi batem com tudo na parede, tornando-se presas fáceis para a serpente. Com a perda de foco do garoto, a espada na boca da besta começa a se desfazer, transformando em apenas em um palito de dentes. Quando a serpente finalmente iria atacar, algo a segurava:
— Aquele maldito do Glenfield me fez perder a diversão. - Marko tinha conseguido se descongelar e segurava a serpente com tudo que podia.
— As cachorrinhas já terminaram de ver como o traidor está?
Tanto Evelyn quanto Ricsa estavam tratando os ferimentos do Glenfield, pronto para voltar ao combate.
— Parem de perder tempo, ataque a besta!
— Garbe!
— Flammende Explosion.
As duas usam poderosos feitiços de fogo, acertando em cheio a besta que, em fúria, vai na direção dos três. Marko tentou impedir, mas a força da serpente era grande, sendo levado junto. Chegando perto das meninas, Glenfield se levanta:
— infernalis frigore!
Um poderoso sopro de gelo congelada a besta, mas um esforço em vão; em a questão de segundos a Besta usando uma rajada de água para quebrar aquele gelo.
— Mizu no ya
— Purge!
Uma flecha de água e uma rajada de luz que vai na direção da besta, que não consegue se defender.
— Se continuar assim, talvez venceremos!
A serpente, cada vez mais enfurecida, agora tinha um brilho púrpuro em seus olhos; ela começa a acumular uma grande quantidade de poder, a fim de atacar com uma poderosa rajada de água.
— Temos que impedir o ataque dela. Ataquem todos juntos!
— Garbe.
— Aqua terebro.
— Infernalis frigore.
— Light Sword.
— Same no kōgeki!
Todos atacam ao mesmo tempo, na esperança que a besta não conseguisse usar todo o poder que ela estava acumulando. Entretanto, a criatura ainda continuava acumular energia.
— Se protejam!
A criatura solta sua poderosa rajada de energia, acertando Marko e indo em direção a Glenfield.
— Glacies murus!
Glenfield cria uma muralha de gelo, mas outro esforço em vão e sendo facilmente superado e resultando nele e umas lacaias sendo atingidas.
— Purge!
Navi tenta deter o golpe, canalizando todas as suas forças no feitiço para combater a rajada de água. Infelizmente, a princesa não possui poder suficiente para enfrentar uma magia desse nível de frente, sendo assim atingida pelo golpe.
— Merda esse ataque está derrotando todos! E para melhorar ainda não tenho nenhuma magia defensiva.
Uma pessoa surge na frente de Will, ela olha para o garoto e diz:
— Wielka Żelazna Tarcza.
Depois disso, um grande escudo de metal foi erguido, sinalizando o retorno de Leah ao campo de batalha. A rajada de água era extremamente poderosa, e a elfa lutava para suportar tamanha ataque. Felizmente, a besta já havia gasto boa parte de sua energia, e pouco tempo após, o ataque cessou...
— Fico te devendo essa Leah.
— Pode ter certeza que vou te cobrar.
Will olha em volta Marko, Navi estavam derrubados, e Glenfield, Evelyn e Ricsa pareciam ter desmaiado.
— Não sei como venceremos essa batalha, mas teremos que dar um jeito.
Alguns passos são escutados se aproximando rapidamente, tanto Will quanto Leah olham para trás, até que uma voz misteriosa surge.
— Para sorte de vocês, será nós três…
Capítulo 29: Eu vencerei
Will finalmente quem era a voz atrás dele: seu mestre Deruzi acabara de chegar. A besta elemental volta atacar os dois jovens magos, mas dessa vez o maior mago da história estava ali para ajuda-los...
— Teleport!
Will e Leah são rapidamente teleportados para o lado de Deruzi.
— Mestre, o que está fazendo aqui?
— Foi você que me mandou uma carta, esqueceu? Não lembro de ela citar algum problema com bestas elementais, e sim com algum nobre qualquer...
— Oh e você pequena elfa? Me lembro que a última vez que nos vimos foram alguns anos atrás... Se ainda está acompanhando meu pupilo quer dizer atualmente são amigos próximos!
— Esse não é o melhor momento para colocar o papo em dia!
A serpente começa a carregar uma poderosa magia de água, Deruzi toma a frente e diz:
— Meu querido aluno, você conhece quais são minhas duas únicas magias?
— Uma é Teleportar, qual seria a outra? O senhor nunca me mostrou
— Teleportar é uma magia mais do tipo suporte, mas a magia que me fez ser o mago mais poderoso é…
A besta elemental termina de carregar seu poder e dispara uma rajada de água na direção dos três magos.
— Solar flare!
Um pequeno sol aparece nas mãos de Deruzi e, em seguida, o lança já direção da rajada, superando facilmente o ataque e atingindo a besta elemental com um golpe direto. Leah maravilhada com o poder do Poderoso Mago diz:
— Esse é o poder do maior mago da história? Deruzi o portador do Sol!
— De fato, garotinha! Meu título não é atoa né.
A besta elemental rapidamente se recupera e prepara seu outro ataque ao lançar várias esferas de água consecutivamente; algo facilmente evitado por Will ao conjurar um escudo e defendendo-os da cobra e, em seguida, Leah conjura suas manoplas e parte ao ataque!
Leah, recue! – diz Deruzi - pule e soque o chão com toda força!
Leah entende o plano do Deruzi e dá um grande salto. Com o Teleport, Leah aparece em cima da criatura e com o auxílio da gravidade, acerta um golpe poderoso derrubando o monstro ao chão.
— Vocês dois, preciso que vocês cuidem de algo para mim! – Diz Deruzi transportando ambos para perto dele. - Essa é uma missão importante, meu jovem. Quando derrotamos essa criatura a masmorra irá desmoronar sobre a nossas cabeças.
— Certo, o que precisamos fazer?
— Preciso que tragam seus colegas para onde estamos agora para que eu possa teleportá-las para fora da masmorra.
— Ok! Vamos lá Leah!
— Vamos!
Leah e Will vão em busca de resgatar todos ali feridos, enquanto isso Deruzi enfrentaria a serpente
— Solar Destruction!
Will logo de cara vai aonde Navi estava e chegando lá a princesa estava caída, mas não inconsciente.
— Qual é a situação?
— Meu mestre vai cuidar da serpente, consegue se levantar? Temos que sair daqui.
— Deruzi está aqui? Isso pode se tornar um grande problema… Por que você veio me resgatar? Pensei que me odiasse.
— Você tem uma dívida comigo, e só morrerá quando pagá-la.
Navi dá um sorriso de canto de boca e Will ajuda a garota a se levantar, levando-a ao local combinado. Por outro lado, Leah havia achado Ricsa que estava desmaiada.
— Olha só quem eu achei! Bom, quando você acordar espero algumas explicações…
Leah pega Ricsa e coloca em seus ombros; por ser pequena, a elfa conseguia facilmente carregá-la. Chegando ao ponto de encontro, uma explosão acontece: Acima deles estavam Deruzi e a besta estavam colidindo suas magias. A garota começa correr, mas a serpente percebe a presença das meninas e às ataca com seu rabo.
— Merda! Jernkuppel.
Leah cria um domo de metal para se defender, a domo aguenta cerca de três pancadas da serpente, mas logo o impacto cessa. A besta elemental havia novamente perdido, e tomado um golpe direto.
— Pensei que a besta elemental de água seria mais poderosa... para quem já derrotou duas outras bestas, você não é grande coisa.
A serpente enfurecida, começa a carregar outra grande rajada de água, Deruzi olha para isso e diz:
— O mesmo golpe? Seus golpes não funcionam comigo duas vezes!
A serpente dessa vez não esperou Deruzi usar algum feitiço, apenas disparando uma rajada o mais rápido que conseguia. Para surpresa do mago, o ataque não foi dirigido a ele, mas ao domo. Leah resistiu o quanto pôde, mas em poucos segundos começou a perder as forças. O domo se desfaz e Leah havia chegado ao seu limite. A rajada foi na direção das duas garotas, mas Deruzi intervém teleportando rapidamente Leah e Ricsa para fora da masmorra. A besta elemental aproveita o mesmo ataque e direciona-o para Deruzi e sendo acertado em cheio e arremessado contra parede.
— Mizu no ya!
Will usando toda sua força dispara uma flecha acerta com tudo a serpente, o garoto volta tomar a frente.
— Mestre, tire a Navi e os outros daqui, vou segurá-la o quanto precisar.
— Ok Will, mas não morra.
— Pode deixar…
Will sai em disparada e, com seu arco, dispara várias flechas. Apesar das tentativas da criatura reagir com diversos golpes de cauda, o garoto desvia de todos, mas quebrando chão à sua volta. Utilizando as pedras como apoio e empunhando sua espada, ele avança até a criatura, preparado para o confronto. Com sua espada, ele tenta golpear, mas a serpente reage rapidamente, mordendo e quebrando-a. Com sua espada destruída, o garoto só tinha um plano em mente:
— Same no kōgeki!
A queima roupa, Will utiliza sua magia mais poderosa, acertando em cheio a besta. Porém Will também leva um impacto e voa para longe. Will bate com tudo na parede e ficando incapacitado logo em seguida e, tendo como última imagem do campo de batalha, Deruzi teletransportando uns dos últimos feridos.
— Todos os ataques que lançamos contra ela finalmente fizeram algum efeito…- Diz Deruzi à serpente muito ferida a sua frente.
— Teleport!
Will aparece do lado do seu mestre que olha e diz:
— Você ficou realmente forte meu jovem aluno, mas agora deixa que eu terminarei com isso.
Deruzi avança lentamente em direção à criatura enquanto carregava mais um ataque solar. Apesar de quase derrotada, a besta não desiste e parte para seu ataque final. Com seu ataque carregado, o grande mago dispara esse canhão de energia desintegrando a serpente, restando apenas um orbe que parecia conter água. Ali era o fim de mais uma Besta Mágica pelas mãos do grande mago do reino. A caminho de pegar os espólios de sua batalha, lá de fundo ele escuta uma voz pouco familiar:
— Finalmente eu te encontrei... agora vou poder me vingar! – diz uma voz em meio aos escombros.
— É você, jovem Glenfield? Eu pensei que você tinha morrido…
— Tolice!!! Não partirei daqui antes que te leve junto comigo!
As paredes e o chão começam a tremer, com o guardião derrotado não havia nada que manteria aquela estrutura inteira.
— Preciso salvar o Will!
Deruzi se vira para usar a magia de Teleport em seu aluno, mas é interrompido por Glenfield disparando um laser misterioso originado da luva que Leah havia encontrado no baú. Não sentindo nenhum efeito momentâneo, ele continua a tentar teleporta seu aluno para fora da masmorra, mas, ao tentar usar sua magia, ele percebe a situação em que se encontrava…
— Aquilo…. É um inibidor de magia! Preciso sair do alcance desse laser…
— Não tão rápido! prigione di ghiaccio.
Glenfield prende Deruzi em uma prisão de gelo, deixando apenas sua cabeça descongelada. Enquanto isso, a masmorra finalmente desmorona.
— Eu preciso ajudar o meu Mestre!
Will tenta com todas suas forças se levantar, mas seu corpo já estava no limite. Ele olha seu Mestre e diz:
— Mestre! O que eu faço?!
Deruzi que só conseguia observar a situação começou a pensar…
— Como o Glenfield está vivo? Eu realmente vou deixar meu aluno morrer? Não… Eu sou o mago mais poderoso da história! Não posso perder mais ninguém!
Mesmo com inibidor mágico, uma grande quantidade de magia começa a transbordar de Deruzi.
— Poder mágico em estado físico? Isso é possível?
Glenfield que observava de longe diz:
— Como isso é possível, nem mesmo essa ferramenta mágica não é capaz de conter o imenso poder Deruzi…
Uma segunda pessoa surge ao lado de Glenfield.
— Professor, não seria melhor eliminarmos eles?
— Precisamos do Deruzi vivo Evelyn, o aprendiz podemos matar, mas permaneça alerta até segundas ordens!
Deruzi reunindo todo seu poder, diz a suas últimas palavras:
— Will, sinceramente essa não é uma luta que eu consiga ganhar, vou te mandar o mais longe possível, mas não tenho a mínima ideia de onde então por favor sobreviva! — Diz, com tom de despedida.
Will, sinceramente, não acho que essa seja uma batalha que eu consiga vencer. Tudo que posso fazer é te mandar para outro lugar, mas não consigo controlar pra onde seria devido ao disparo daquela luva. Tudo que peço é que sobreviva e seja feliz! Essa será minha última lição à você — disse ele, em tom de despedida.
— Mestre, não! — Grita, desesperado!
— Adeus Will. Teleport!
Arc do passado de Deruzi
Em algum lugar depois de alguns dias depois da exploração da masmorra….
— Preparem o prisioneiro! Ele em alguns minutos receberá uma visita!
— Ok!
Alguns cavaleiros pegam um balde de água e arremessam no rosto do prisioneiro.
— Acorde, você tem uma visita…
— Quem iria visitar um velho como eu…
O prisioneiro começa a escutar o passo de duas pessoas se aproximando, ao olhar para frente ele vê rosto conhecidos! A princesa do reino é a Elfa amiga de Will estavam na sua frente…
— Deruzi… Como eles tiveram a coragem de te deixar desse jeito.
— O maior mago da humanidade reduzido a mero prisioneiro. — Afirma, com frieza em seu lugar.
— Sou um criminoso jovem elfa, não acho que meu tratamento seria diferente disso… Mas por que vieram aqui, vocês sabem que no momento é impossível me resgatar né?
— Sabem muito bem disso, mas agora precisamos saber onde está o Will?
— Sendo sincero, eu não sei.
— Como assim você não sabe! O Glenfield disse que você havia ajudado ele a escapar usando sua magia de Teleport! — Grita, com raiva em suas palavras!
— Eu realmente não sei, naquele momento usei todo poder mágico que tinha para tirar ele da masmorra. Mas eu estava sem nenhum controle então o Teleport foi aleatório.
— Como assim aleatório, a sua quinta magia de Teleport é tão poderosa ao ponto que agrega o mundo inteiro!
— Não, ela só consegue Teleportar pessoas e eu mesmo em lugares que já fui uma vez… Mas nesses muitos anos visitei o mundo inteiro praticamente.
— Merda, voltamos à estaca zero, o Will pode estar em qualquer lugar do mundo.
— Se acalma, como não conseguimos nenhuma informação relevante sobre o paradeiro do Willian. Acho válido tentarmos saber de outra.
— O Will me disse que quando vocês eram menores, você já era uma garota astuta, vejo que não mudou tanto desde então.
— Não temos a perder, preciso que me conte sobre o que aconteceu no passado.
— Eu conto, não tenho mais nada a perder, o que você quer saber?
— Primeiramente sobre o incidente com a besta elemental de pedra, e como você conhece o Glenfield.
— Posso te dar todas as respostas que quiser, mas para isso preciso te contar uma história.
— Preferia que fosse um resumo, mas imagino que quanto mais ficarmos aqui melhor para você né.
— Exatamente, então deixem eu te contar algo que aconteceu a vinte e cinco anos atrás… Naquela época eu era uma pessoa diferente, não era Deruzi o criminoso e sim o General do exército da humanidade Deruzi…
Deruzi estava em sua sala, ajeitando alguns documentos, até que ele começa escuta passar vindo em direção a sua sala, em seguida ele escuta uma batida na porta.
— Pode entrar! Lett.
Uma jovem garota entra no escritório de Deruzi, com uma pilha de papéis.
— Comandante, tenho novidades interessantes.
— Não é nada relacionado a seus encontros com o capitão Bartolomeu, né?
— Claro que não! — Exclama, envergonhada por Deruzi falar tão abertamente disso.
— Então me diga qual é a novidade.
— Como o senhor havia me ordenado a algum tempo, venho procurando aprendizes para serem seus aprendizes.
— Finalmente achou alguém interessante?
— Sim, tem um garoto que é usuário de quinta magia.
— Oh, ao entardecer irei pessoalmente conhecê-lo, além disso mais alguma novidade?
— Não sei se o senhor precisa se preocupar, mas está surgindo uma facção entre os militares e os cientista, chamada MÆX.
— Mais uma? Não é a décima desde que acabou a guerra! Me diga o que eles estão buscando?
— Pelo o que conseguimos descobrir, eles estão pesquisando artefatos antigos, por que eles acreditam que a única maneira da humanidade se reger seja trazendo de volta os Urgats.
— Os Urgats? Sério que eles acreditam em história para dormir de criança?
— Eles acreditam fielmente que eles foram uma raça que dominou todos os continentes no passado.
— Isso é apenas uma lorota.
— Tá bom, mas ficarei de olho neles.
Lett se retira da sala, Deruzi fica na sala até o entardecer, até um certo momento que ele levanta e vai ao campo de treinamento.
— Vejamos quem é o garoto que a Lett viu potencial.
Deruzi vê vários jovens recruta treinando, nenhum estava parecendo realmente interessante. Até que ele vê um garoto com cerca de dezesseis anos lutando contra vários adversários de uma vez.
— Temos alguém interessante…
Uma pessoa misteriosa se aproxima de Deruzi e diz:
— Observando alguém em específico mestre Deruzi?
Deruzi olha para trás e vê um jovem conhecido, o cavaleiro Bartolomeu estava ao seu lado.
— Oh meu jovem Bart, você está aqui.
— Trouxe algumas notícias sobre o comandante para o senhor.
— Pois me diga.
— Bom, temos uma missão em breve, o ranking da missão e diamante.
— Então é de extrema urgência, deixe o arquivo com os detalhes da missão na minha mesa.
— Ok, irei fazer isso! Mas o senhor tem que tomar logo a decisão se vai testá-lo.
— Se até você está me incentivando, vou fazer um teste, Teleport!
Deruzi se teleporta para a arena onde o garoto estava.
— Você, e o mestre Deruzi — Diz, surpreso com aquilo!
— Sem conversas, vamos ver o que você pode fazer! Solar flare!
Uma explosão solar vai na direção do garoto, o mesmo não se amedronta.
— muro di ghiaccio!
O garoto cria uma parede de gelo, assim conseguindo se defender da explosão solar.
— Essa é sua quinta magia! Interessante.
— Grande Mestre Deruzi, porque você me atacou?
— Eu queria testá-lo!
— Mas por que! — Exclama, insatisfeito com a resposta de Deruzi.
— Estou procurando um aprendiz, meu jovem rapaz.
— Não, pode ser! Você acha que tenho potencial?
— Sim, você tem meu! Por isso agora farei o convite formal.
— Eu aceito!
— Não precisa ter tanta pressa, antes preciso saber do mais importante qual é o seu nome?
— Glenfield, senhor! Esse é meu nome e vai ser uma honra ser seu pupilo.
Leah, interrompe a história contada pelo Deruzi e diz:
— Espera, você foi mestre do Glenfield?
— Por um curto período de tempo, mas fui.
— Como ele começou a te odiar?
— Bom tudo começou…
Depois de receber a missão urgente…
Deruzi junto a dois subordinados estavam entrando no salão do castelo que, ao ver o rei, rapidamente ajoelham em sinal de respeito.
— Meu rei, o senhor me convocou aqui; do que necessita de mim?
— Tanta formalidade não é necessária, ergam suas cabeças! Vocês têm uma missão de extrema urgência: Um reino inimigo está nos atacando!
— Mas a guerra não foi encerrada há pelo menos dez anos?
— Sim, mas esse ataque não é no esquema de guerrilhas como estão acostumados! Dessa vez estão usando uma besta elemental!
— Há alguma maneira de controlar uma besta elemental? Mais alguma informação sobre suas táticas?
— Não sabemos muito, apenas que a besta está avançando ao norte. Preciso que você e suas tropas lidem com aquela fera!
— Pelo Norte? Ok, pensarei em algo!
Deruzi e seus dois subordinados saem do salão rumo à saída do castelo. Após saírem, ele vira a seus subordinados e diz:
— Lett e Bartolomeu, tenho uma tarefa para vocês. As orientações são um tanto estranhas, mas preciso que prestem bastante atenção: preciso que investiguem melhor a aparição repentina dessa bes...
— Mestre! Estava te procurando o dia inteiro. – diz outro de seus alunos que acabara de chegar.
— Oh jovem Glenfield, o que você deseja?
— Estava treinando minha magia como o senhor me disse e queria falar sobre meus avanços; acho que estou quase dominando o meu elemento, mas me surgiu uma dúvida: Sempre vejo os jovens focados em aprender magias poderosas! Não seria mais prudente dominar primeiro seus fundamentos antes de praticá-las por aí? Tipo em uma escola ou coisa parecida?
— Eles fazem isso porque não sabem nada em relação aos fundamentos e motivações da magia. A magia não é só sobre lançar feitiços poderosos, Entender os conceitos da magia e seus próprios limitadores e esforço que a longo prazo é mais interessante!
— Ohhh! — Diz, impressionado com o que havia escutado.
— Mas agora me dê a sua licença, tenho um pronunciamento importante para fazer.
— Ok, mestre!
Deruzi vai até o auditório, onde todos estavam e diz:
— Por ordem do Rei, recebemos uma missão de extrema urgência. Uma besta elemental, controlada por um inimigo misterioso, está se aproximando de nossas terras! Precisamos unir nossas forças e defender nosso reino. Partiremos em dois dias, preparem-se para a guerra!
Glenfield corre para falar com seu mestre.
— Mestre, isso é sério? Sobre que besta estamos falando?
— Ainda não sabemos do que se trata, mas devemos nos preparar para o pior!!
Dois dias depois, em algum bar na periferia do reino. Um homem encapuzado senta em uma mesa no canto do local e se levanta chamando o garçom.
— O que o senhor precisa?
— Quatro copos da sua melhor bebida.
— Quatro?
— Eu não vou repetir.
O garçom rapidamente se retira, depois de um tempo ele volta com uma garrafa e quatro copos. O homem encapuzado abre a garrafa e se serve e logo outra pessoa se junta:
— Seus dois subordinados vieram atrás de mim…
— Mas você não era a melhor no que faz?
— Me bajulando? Você não mudou nada...
— Conseguiu algo?
—É claro que eu consegui...
Outras duas pessoas se aproximam da mesa.
— Estamos todos aqui?
— Sim.
— Teleport!
Os quatro são teleportados para o meio da floresta e tiram o capuz, revelando quem eram. Entre eles estavam Lett, Deruzi, uma jovem mulher de cabelos rosas e, com várias cicatrizes pelo corpo, o quarto era um brutamonte careca com várias tatuagens.
— Não achei que seria tão rápido assim, Ruby.
— Lett, somos amigas há tempo suficiente para você saber que eu sou a melhor informante do continente. Aos que estranharem, esse é meu guarda costa pessoal, podem ignorar ele.
— Eu sei que vocês duas tem muita a conversar, mas preciso saber o que a Ruby descobriu.
— Certo, infelizmente não descobri muito. Entretanto tem algo que posso afirmar com toda a certeza: nenhum reino está envolvido com esse ataque da besta
— Espera, como assim? Então quem está controlando a besta elemental?
— Isso eu já não sei ao certo, mas tudo indica que foi algo feito por humanos.
— Mas quem faria isso?
— Tenho algumas suspeitas.
Deruzi se levanta e diz:
— Precisamos agir o mais rápido possível! Lett investigue um pouco mais com Ruby.
— Entendido, senhor!
— Ruby, depois conversamos sobre pagamento!
— Pode deixar, não esquecerei.
— Teleport!
Deruzi teleporta os três de volta para o bar e, após isso, retorna ao quartel do reino. Chegando lá todo o exército estava pronto, o comandante então grita.
— Pelo nosso povo! Vamos ganhar mais essa batalha!
Montados a cavalos, o exército avança rumo à besta elemental. Após a partida de muitos, Bartolomeu surge cavalgando, conduzindo um cavalo adicional para seu comandante.
— Comandante aqui está o seu cavalo.
— Obrigado, você viu o capitão Glenfield?
— O seu aprendiz?
— Ele mesmo.
— Até onde eu sei, ele foi junto à linha de frente!
— Ok, então vamos!
Os dois partiram a cavalo, sabendo que a besta estava a aproximadamente uma hora e meia de distância. Após cavalgarem por um tempo, algo estranho ocorreu; avistaram um corpo flutuando em direção ao vazio.
— Comandante, o que é aquilo?
— Um corpo dos nossos aliados.
Eles cavalgam por mais um tempo até finalmente enxergarem onde a besta estava. Em cima do cavalo, Deruzi já inicia o combate:
— Solar Destruction! – Uma grande rajada de energia solar atinge a criatura em cheio, mas de nada serve visto que ela continua a se mover.
— Ele é muito resistente!
— Vou tentar atacar, Spina di ghiaccio! – Glenfield cria um espinho de gelo e arremessa na direção da besta elemental, que ao ser atingida continua a atacar os cavaleiros.
— Jovem Glenfield, vamos atacar juntos!
— Tá bom mestre!
— Solar Destruction!
— Spina di ghiaccio!
Unindo todas as suas forças, ambos atacaram a criatura simultaneamente. Ainda subestimando-os, a besta recebeu o golpe e, para sua surpresa, finalmente foi ferida. Com um olhar de ódio, ela os encarava intensamente.
— Mestre, acho que chamamos atenção dele.
— Se prepare para a batalha, meu jovem aprendiz.
Capítulo 32: Riscos
A Besta elemental começa a reunir vários pedaços de rochas e logo em seguida dispara-os em direção aos dois. Para se defender, Glenfield resolve usar um dos seus feitiços:
— Muro di ghiaccio!
O garoto cria um grande muro feito de gelo para barrar o golpe daquela criatura, mas não foi o suficiente para pará-la...
— Essa besta até pode ser forte, mas não o suficiente para nos acertar! Teleport!
Rapidamente Deruzi teleporta a fim de desviar do golpe, e assim continuam avançando na direção da Besta; era a primeira vez que via uma criatura tão grande e tão única, se parecia com um grande dragão de Komodo com gigantescas rochas nas costas.
— Glenfield continue atacando a criatura! Vou ver como o resto do meu esquadrão está.
— Tá bom mestre! Spina di ghiaccio! – diz enquanto continuava a atacar a Besta
Chegando no acampamento do esquadrão, ele encontra Bartolomeu junto a alguns outros soldados:
— Pessoal, como estamos por aqui?
— Finalmente você chegou, comandante! Nosso batalhão não vai nada bem, perdemos cerca de 30% de nossas tropas.
— E a Besta, algum dano significativo?
— Não, o couro dela é muito duro!
Enquanto os dois conversavam, a besta lançou mais uma daquela gigantesca rocha. Mesmo de longe, dava pra ver que o Glenfield estava dando tudo de si com aquelas várias rajadas de gelo, mas nada estava sendo tão efetivo. Finalmente estava na hora de Deruzi agir!
— Teleport!
Ao piscar de um olho, lá estavam ambos em meio ao céu logo acima da besta. Apesar do susto da mudança repentina de lugar, todos seus medos logo passam quando viu seu mestre ao seu lado e, com uma troca de olhares, a estratégia era óbvia: Atacar a besta por cima com o feitiço mais poderoso que tivesse!
— Spina di ghiaccio! – Recita, Gleinfield lançando uma grande estaca de gelo
— Solar Destruction! – lançando um grande raio solar.
Atacando simultaneamente, finalmente a besta recebe seu primeiro dano significativo, resultando em um urro agudo de dor e preparando seu próximo ataque. Vendo o cansaço de seu aprendiz, a única coisa que poderia fazer é recuar para uma área fora do alcance do ataque da besta, e assim Deruzi o faz e retorna ao acampamento onde Bartolomeu estava.
— Usamos toda nossa energia e só conseguimos deixá-lo mais irritado.
— Mestre, não se consigo atacar novamente com a mesma potência.
— Comandante, nossas tropas estão rapidamente sendo derrotadas! Precisamos acabar com isso o mais rápido possível.
— Com o Glenfield esgotado, não temos muitas alternativas.
— Comandante, o senhor é o único capaz de derrotar essa besta! Faça o que for necessário! Acho que ainda consigo fazer um último ataque...
— Você não consegue! Por mais que você tenha ficado um pouco mais forte, não completamos seu treinamento e seu corpo não irá aguentar mais um ataque.
— Mas mestre....
— Qual é o plano, comandante?
— Temos que realizar um ataque em conjunto! Enquanto todos distraem a besta, irei repetir um ataque naquela mesma ferida e se tudo der certo mataremos esse monstro!
— Ok, mas a criatura não está usando magia para atacar, está usando para juntar a rocha, então mesmo derrotada o ataque dela continuará, pelo fato das pedras não serem feito de magia.
— Caso algo dê errado tirarei todos daqui para um lugar seguro com meu Teleport.
— Mestre, isso é um ataque suicida! Por mais que você seja poderoso, teleportar tanta gente assim é impossível.
— É isso ou o futuro desse reino será as ruínas, é um risco que temos que correr!
— Mestre, isso está totalmente fora do seu escopo... quando nós dois atacamos mal conseguimos feri-la, para lançar um ataque forte o suficiente você não terá energia o suficiente para teleporta todos nós.
— Não tem outra opção, já tentamos várias coisas e um ataque combinado é a única que surtiu algum efeito. Soldados!! Comecem suas preparações, começaremos agora!!!
— O senhor está com a vida de muita gente em mãos, um ataque tão arriscado...
— GLENFIELD, JÁ ESTÁ DECIDIDO! Bartolomeu envie a mensagem ao resto das tropas, iniciamos agora!
— Entendido comandante! fire message!
Usando uma magia de fogo, Bartolomeu consegue escrever algumas coisas no céu. Assim sinalizando a ordem para o restante do exército.
— Chefe todos já estão em posição.
— Começar contrataque! Soldados, ataquem com tudo que vocês têm!
A criatura lança a rocha na direção dos soldados, que usando diversas magias para distrair a criatura enquanto Deruzi se preparava para lançar seu ataque final. Ele se teleporta para as costas da criatura, com todo seu poder ela ataca lançando uma rajada de energia solar contra a área já ferida anteriormente. Em dor, tudo que restava à criatura era balançar, mas Deruzi se esforçava para se segurar enquanto ainda lançava seu feitiço.
Do outro lado do campo de batalha, Bartolomeu observava de longe e, repentidamente, um pombo mensageiro chega com uma carta e que, ao prontamente abri-la, ficou perplexo com o conteúdo:
— Glenfield, fique aí, preciso fazer alguma coisa! — Diz, extremamente preocupado com a situação – Depois te informo os detalhes.
Deruzi continua atacando com todas suas forças, derrotar aquela criatura era sua prioridade! Então, em seu último pico de energia, ele ataca com tudo finalmente perfurar a criatura, desabando no chão e, sem forças, Deruzi cai logo em seguida.
— Eu preciso teleportar os soldados…
Antes que Deruzi conseguisse utilizar sua magia, ele perde a consciência. Glenfield sem saber onde estava seu mestre diz:
— Ele derrotou a criatura! Agora só falta ele teleportar!
A pedra, como não era um ataque feito por magia, continua indo na direção dos soldados que sem poder de fogo suficiente os soldados não conseguem não conseguem parar, mesmo se esforçando o máximo com conseguiam sendo esmagados vivos. Glenfield que estava observando de longe, fica perplexo, ele se levanta e vai correndo dizendo:
— Não pode ser! Não pode ser! — Corre, enquanto chorava.
A Besta finalmente cai ao chão completamente derrotada e, ao seu redor, começa a se formar uma cortina de fumaça resultado do impacto e, em parte, pelo corpo dela a se desfazer. Glenfield não conseguia ver nada, mas ele continuava correndo na esperança de achar alguém vivo.
Em outro lugar no campo de batalha…
— Comandante, acorda!
Deruzi estava desmaiado, mas Bartolomeu o achou e o levou para um longe da cortina de fumaça.
— Comandante, você precisa acordar…
Deruzi, com os gritos de seu subordinado, começa a retomar sua consciência.
— Bartolomeu, o que aconteceu?
— Deruzi não temos muito tempo, a Lett me mandou uma carta... a besta elemental foi um plano da MÆX!
— Aquela organização que surgiu recentemente?
— Não tenho muito tempo, mas ela não surgiu recentemente! Ela já se infiltrou em boa parte do reino, mas esse assunto para depois, a missão falhou e o senhor precisa fugir!
— A besta não foi derrotada?
— Ela foi derrotada, mas a custo de todo nosso exército. Se o senhor voltar ao reino tenho certeza que será dado como responsável dessas mortes e será executado por isso.
— Sou amigo pessoal do rei, ele nunca faria isso!
— A MÆX já chegou nele…
— A situação é pior do que eu pensava!
— Sim, por isso o Senhor deve fugir. Sobreviva, pois alguém precisa para essa organização.
— Venha comigo então, Bartolomeu!
— O senhor precisa de alguém dentro do reino para atuar como informante.
— Cuide das coisas por aqui.
— Pode deixar que vou!
Mesmo exausto, Deruzi vai para longe do campo de batalha!
De volta à prisão aonde Leah, Navi e Deruzi estavam…
— Então você fugiu?
— Sim…
— Meu pai, ele está envolvido com MÆX a muito tempo…
— Sim, princesa, infelizmente percebemos tarde demais.
— A questão é que isso ainda não explica o ódio que Glenfield tem de você…
— Isso eu já fiquei sabendo por uma carta da Lett! Depois que saí do campo de batalha…
Glenfield estava próximo à grande rocha, após encontrá-la que o aterrissou e nunca mais sairia da sua cabeça: Os corpos mortos de centenas de pessoas, esmagadas por uma pedra! Vendo isso, jovem mago começa a vomitar, sem saber o que fazer começa a dizer:
— Se fosse mais forte! O Deruzi não precisaria fazer um ataque suicida assim. Todos morreram porque eu sou fraco — Gritava, batendo no chão e chorando.
Glenfield chorava, mas do nada uma mão toca seu ombro; ao se virar, tudo que encontra é uma pessoa encapuzada e logo diz:
— Quem é você?
— Sou apenas um observador… tudo que eu vi foi um jovem mago disposto a dar a vida pelo exército da sua nação! Junto a um mago egoísta que matou centenas por achar ser o mais poderoso.
— Então a culpa não foi minha? A culpa não foi minha?!?! Eu avisei que era um plano suicida, mas ele insistiu que seria a única opção! A culpa é dele daquele maldito do Deruzi!
— É isso mesmo, criança. A culpa é daquele mago.
— Mas quem é você?
— Geralmente não faço isso, mas pega meu cartão de visitas e venha me procure quando estiver mais calmo…
O homem encapuzado seguiu seu caminho, enquanto Glenfield examinava o cartão, onde havia impresso o logotipo da MÆX e o nome Anhaloc Linles. Bartolomeu, que estava atrás de Glenfield a fim de explicar o acontecido, observa a cena.
De volta à prisão…
— Então é tudo culpa da MÆX?
— Não tudo, parte da culpa ainda é minha. Por conta da minha arrogância, muitos morreram naquele plano para matar a besta…
— A besta nem era para estar ali Deruzi, a verdadeira responsável foi a MÆX. Bom, já descobrimos tudo que queríamos, vamos embora Leah?
— Vamos Navi, infelizmente não conseguimos te tirá-lo daqui, mas encontraremos uma maneira.
— Meninas, posso fazer mais uma pergunta? Agora que me perguntaram sobre meu passado, o que farão com essa informação?
— Não é óbvio? Eu vou atrás do Will! Preciso impedir de MÆX domine todo meu reino…
— As duas já têm um objetivo em mente… Desejo boa sorte as duas.
— Eu te libertarei, ex-comandante Deruzi.
— E eu trarei seu precioso aluno de volta!
Algumas horas após a batalha contra a besta mágica…
Will se levanta e percebe que estava em lugar desconhecido, ele parecia estar em uma floresta, entretanto não parecia ser algo próximo ao reino dos humanos. Sem rumo, o garoto começa a andar por aí a fim de encontrar algo que remetesse a uma região do reino, mas se depara com diversas bestas mágicas, como se aquele local fosse abençoado pela magia.
— Tenho que ficar alerta, não estou vendo nenhuma besta mágica agressiva por aqui, mas nunca se sabe o que pode estar escondido por aí à espera de uma presa!
Dando continuidade à sua nova jornada, o garoto começa a escutar alguns sons vindo em sua direção e, antes que pudesse reagir, uma besta mágica de fogo o ataca! Will, extremamente cansado e ferido, com muita dificuldade desvia da investida do que parecia ser um lobo de fogo.
— Finalmente apareceu uma besta agressiva! Será que ainda tenho energia para lançar algum feitiço?
O lobo de fogo avança novamente contra o rapaz. Suas presas, envoltas em chamas intensas, cortam o ar com velocidade impressionante.
— Não vai ter jeito, Aqua Gladius!
Uma grande quantidade de água começa a vir na direção do rapaz e, por ser uma região agraciada pela magia, essa se tornou uma tarefa muito fácil. Will, com seu feitiço, usa sua espada para bloquear a investida do lobo, que logo retorna para um novo ataque. Reunindo o que restava de sua energia, Will contra-ataca, dando apenas um um golpe superficial na criatura.
De repente, ambos ouvem passos se aproximando. O lobo interrompe o ataque de forma abrupta, parecendo confuso. Sem baixar a guarda, o jovem mago mantém sua espada firme, pronto para enfrentar o que viesse.
— Ele veio por aqui, acho que estamos perto.
Will ouve vozes próximas e, exausto demais para enfrentar várias pessoas, decide fugir. Contudo, para seu azar, o lobo ataca novamente. Incapaz de desviar a tempo, a fera crava os dentes em seu tornozelo. A dor o faz desabar no chão, indefeso, sem forças para reagir.
— Merda, deveria ter matado esse bicho na primeira oportunidade!
Após ter derrubado o garoto, o lobo começa a latir como se chamasse alguém. Poucos segundos depois, uma pessoa sai do meio dos arbustos! Um rapaz sai de lá com cabelo avermelhado e roupas diferentes das que tinha visto antes.
O garoto faz um carinho na cabeça do lobo, abanando o rabo em resposta.
— Ei menino ao chão, quem é você?
— Apenas um viajante.
— Duvido muito, os mercadores costumam carregar grandes bolsas nas costas, algo que não vejo próximo a você. O que você está fazendo na floresta das almas nessa hora?
— Ele não percebeu que não sou daqui. — Pensou WIll enquanto preparava um plano para escapar. — Ah, eu estava… estava…
Sem ideias, ele olha para a pessoa que estava sem sua frente e percebe que ele parecia um ser humano que nem ele, apesar das roupas serem muito estranhas.
— Eu estava aproveitando a paisagem.
— Na floresta das almas?
— Existe um lugar melhor?
A pessoa olha confusa para o Will, logo outras duas pessoas se aproximam.
— Hiada! Cadê você?
— Por que esse garoto saiu correndo do nada.
O rapaz desconhecido reconhece aquelas vozes, para que as pessoas pudessem encontrá-lo ele grita.
— A Ardma e o Bakon, estão perto! Ei eu estou aqui!
— Merda, tenho que fugir! Esse rapaz é burro, mas não acho que esses dois vão ser assim!
Em meio à gritaria, Will começa a se arrastar lentamente para longe daquele lugar. Enquanto isso, o outro garoto ainda gritava tentando orientar seus amigos até onde estava.
— Estou aqui! Venham logo!
— Calma, já estamos chegando.
— Venham rápido! Eu achei uma coisa interessante.
— Finalmente chegaram! – diz aos dois outros companheiros meio suados pela corrida até o local.
— O que você achou interessante Hiada?
— Vocês não vão acreditar, o Rix achou simplesmente isso!
O rapaz sai da frente como se estivesse escondendo uma surpresa, entretanto não havia nada atrás dele.
— Está alucinando, Hiada? Não tem nada aí.
— Como assim?
O rapaz olha para trás e percebe que a sua presa tinha escapado, ele olha para o lobo de fogo e diz:
— Eu até posso perder a uma caça ou outra, mas você? Você é um lobo de caça! Como o perdeu de vista?
O lobo apenas olhava o rapaz, como se não estivesse ligando para o que ele falava.
— Tudo sempre sobra para mim, vou ter que resolver sozinho... Phoenix Pluma! – Recita enquanto seu corpo começa a ficar cheio de penas flamejantes, ele com muita agilidade, atira uma das penas que, em alta velocidade, acerta Will que não estava muito longe do local.
— Acho que agora ele não vai fugir! Vamos…
Os dois vão até onde Hiada tinha atirado a suas penas e, chegando lá, havia um garoto caído.
— Quem deles arremessou essa pena? Merda, estou perdendo a consciência. – diz Will vendo aqueles 3 estranhos chegarem à sua frente.
— Eita, ele desmaiou?
— Creio que sim, Hiada. Como encontrou ele?
— Bom, depois que saímos da sala de aula o Rix começou a farejar algo, aí fomos atrás e nos deparamos com ele.
— Ele é um humano? – Diz Ardma cutucando o garoto caído com um graveto.
— Ardma! Não encoste nele!
— Por que não Bakon?
— Ele pode ser perigoso, nossa função como estudante da academia é entregá-lo às autoridades.
— Eu sei nosso dever, mas um humano? Isso é algo tão raro de se ver, acho que devíamos ficar um tempo com ele.
— Ardma! Você sabe o quanto os humanos fizeram mal a nosso povo!
— Esse rapaz parece ter a nossa idade! Você acha que ele deve pagar pelas atitudes dos antepassados deles?
— Não, mas mesmo assim ele ainda é um humano!
— O que você acha, Hiada?
— Não acho que podemos confiar nele, mas ele também não parece ser perigoso.
— Viu Bakon, o Hiada concorda comigo!
— Merda, quando vocês dois tem uma ideia na cabeça é impossível tirar!
— Mas então Hiada, o que faremos com ele.
— Antes temos que saber quem ele é! E para isso eu tenho um plano.
Depois de algumas horas, Will finalmente mostrava algum sinal de consciência..
— Fica esperto, ele finalmente está acordando!
— Ok, ok, sigam o plano!
Will abre seus olhos e vê que estava em um local diferente; era um quarto escuro e haviam três pessoas de máscara na sua frente. Ele estava sentado em uma cadeira com suas mãos e pés amarrados.
— Nós te capturamos, precisamos que diga tudo que sabe!
— Tudo que eu sei sobre o que?
— Ah… sobre.. sobre o reino dos humanos!
Will então reconhece a voz de uma das pessoas mascaradas a sua frente: era a mesma do garoto que ele havia encontrado na floresta. Os dois mascarados do seu lado provavelmente eram seus companheiros.
— Por que vocês estão de máscaras, eu já vi os seus rostos!
— Sabia que essa ideia de máscara não ia funcionar, Hiada.
— Não adianta ficarmos com elas, vamos tirá-la de uma vez!
Os três removem a máscara. Hiada é um rapaz com pele morena e cabelo espetado; a garota também era morena, mas tinha longos cabelos loiros e o outro rapaz era alto, pele branca e de cabelo negros.
— Vocês querem saber sobre o reino dos humanos, né?
— Podemos começar com isso. então nos conte tudo que sabe sobre.
— Não sei muito sobre, até porque não faz muito tempo que moro lá. Em geral, as pessoas são nojentas, asquerosas que só pensam no poder e em si mesmos.
— E o que mais você sabe?
— Só isso! — Exclamou, com confiança, para acreditarem na palavra dele. Se falasse mais alguma coisa era bem capaz que a Navi o matasse à primeira vista.
Ardma toma a frente do interrogatório e, com muita inteligência, pergunta:
— Os humanos estão mal vistos nos dois continentes. Se não estava no SEU reino, por onde andava? Ou melhor, por que você não estava no reino?
— Bom, isso eu posso responder com facilidade, eu não estava lá por que fui praticamente exilado.
— Exilado? Quais crimes você cometeu para ter uma sentença como essa?
— Eu não acho que seja um crime, mas devido a razões que nem eu sei, só consigo usar um dos quatro elementos primordiais.
Bakon ao escutar aquilo toma a frente dizendo:
— Impossível! Os humanos conseguem usar quatro elementos: água, fogo, terra e ar! E você ainda tem a possibilidade de ter um quinto elemento, ou até um sexto, como o mago Deruzi.
— Vocês conhecem o Deruzi?
— Claro que conhecemos! Depois que saiu do exército, ele virou um aventureiro e saiu ajudando a todos os reinos que passasse. Aqui mesmo ele fez várias missões a pedido do nosso rei e até nos ajudou a apreender a linguagem dos humanos.
— Você tem uma língua nativa então?
— Acho que todas as raças têm… o Deruzi ensinou aos mais nobres de cada reino a falar sua língua, creio que em poucas décadas ela poderá se tornar uma espécie de linguagem universal. Voltando ao assunto, como assim você consegue usar apenas um elemento?
— Como eu disse, não sei o porquê de isso acontecer e nunca dei muita importância para isso, mas sempre estudei a magia procurando uma “cura” pra isso.
— Interessante!
— Acho que todos nós perguntamos o que queríamos né?
— Eu perguntei!
— Também já tive a maior parte dos meus questionamentos respondidos.
— Reunião de grupo para decidir o que iremos fazer?
— Concordo! — Responde, os dois ao mesmo tempo.
Os três saem do quarto, e Will percebe que aquela sala escura era apenas um quarto normal. Do lado de fora, eles começam a conversar sobre o que fazer a seguir:
— Vocês confiam na palavra dele?
— Não acho que ele estaria mentindo.
— Ele também não parece ser uma ameaça real, ainda mais com essa restrição elemental.
— Mas como ele veio parar aqui?
— Acho que se ele começar a confiar na gente pode ser que compartilhe mais alguma coisa.
— Certo, como faremos ele confiar na gente? Alguma sugestão, Ardma?
— Acho que libertar ele já é um bom começo.
— Estudá-lo vai ser muito interessante, mas como escondemos ele?
— Acho que não precisamos quando não usamos nossa forma bestial parecemos muito com ele.
— Verdade, as vezes você até é inteligente hein Hiada!
— Quase nunca na verdade.
— Ei parem de me zoar, mas agora uma dúvida: onde ele ficará?
— Podemos falar para a academia que ele é um primo distante da sua família Hiada. Como mora no dormitório ele fica com morando com você por um tempo.
— Pode ser.
Os três retornam ao quarto, olham bem para o garoto e logo contam a nova novidade:
— Temos uma proposta para você! — Diz, os três ao mesmo tempo…
— Uma proposta? Como assim?
— Nós três temos um motivo para querer ter você por perto, queremos fazer uma proposta para que você não seja preso pelas autoridades.
— Irei escutar a proposta se vocês me falarem o motivo.
— Eu gostei de você, por isso não quero te entregar para as autoridades.
— Eu quero saber mais sobre o reino dos humanos.
— Eu quero estudar um pouco sobre você.
— Motivos totalmente diferentes, motivos egoístas, mas não maldosos. Vou escutar a proposta.
— Certo, vamos dizer que você é primo do Hiada, assim terá uma certa liberdade. Mas como ainda não confiamos totalmente em você, sempre um de nós estará com você.
— Ok, não planejo ficar nesse reino por muito tempo, mas acho que até me recuperar 100%.
— Temos um acordo?
— Temos!
— Vamos te inscrever na academia como um estudante temporário...
— Tá bom!
— Por mais que estudar a sua magia seja meu maior interesse, evite usá-la na academia. Os meio-besta usam a magia de uma forma diferente.
— Certo, mas até lá eu ficarei onde?
— Exatamente onde está.
— Aqui é como se fosse um dormitório estudantil?
— Basicamente. O seu companheiro de quarto será eu, o grande Hiada!
— Que merda.
Alguns dias depois, na sala de aula…
— Bom dia, turma! Hoje apresentamos um aluno novo, por favor, se apresente!
Will então vai até a frente da sala e diz:
— Prazer, eu sou Willian Big Eagle.
Alguns sussurros começam a ser ouvidos, com toda certeza algo diferente estava acontecendo. Will, se esforçando um pouco, consegue ouvir o que um dos alunos estava dizendo:
— Willian? O mesmo nome de um dos heróis do reino de Asoni.
— Reino de Asoni?
A professora, percebendo os sussurros, toma a frente e diz:
— Para surpresa de todos, ele é primo distante do nosso aluno Hiada Phoenix! Ele está aqui de passagem e ficará por um tempo com a gente. Pode ir para o seu lugar.
Hiada, sem perder tempo, levanta a mão e diz:
— Primo aqui!
Will, sem opções, se senta ao lado de Hiada.
— Tenho duas perguntas.
— Pode perguntar, primo!
— Primeiro, por que os nossos sobrenomes estão relacionados a bestas mágicas?
— Nós, os meio-besta, quando nascemos, somos escolhidos por uma besta mágica e somos ligados a ela em espírito. Graças a isso, usamos seus nomes como nosso sobrenome, em sua homenagem.
— Qual raça vive no Reino de Asoni?
— Os elfos. Lá onde você viveu, não te falaram o nome do reino?
— Eu meio que nunca tive um estudo além de magia. Sempre falei "Reino dos Humanos", "Reino dos Elfos".
— Acho que ninguém te corrigiu, porque, em geral, os quatro reinos são dominados por uma única raça.
— Ok, só para completar, quem é esse Willian, um dos heróis que salvou o reino?
— Você só pode estar brincando! Você tem o mesmo nome que ele e não conhece a história?
— Para ser sincero, não.
— Bom, há alguns anos atrás, a princesa do reino de Asoni foi atacada. Sua magia era extremamente poderosa, e ao usá-la, atraía uma besta primordial. O reino quase foi destruído, mas foi salvo porque Deruzi, o lendário mago, estava lá.
— Certo, mas o que esse rapaz tem a ver com essa história?
— Supostamente, ele era o aprendiz de Deruzi, e enquanto seu mestre enfrentava a besta primordial, ele defendeu a vida da princesa com a sua própria vida.
— Eu não sabia que era famoso no exterior… — Pensou, enquanto ouvia atentamente o que Hiada falava.
— Infelizmente, não sabemos muito sobre o aprendiz de Deruzi. O reino de Asoni não está disposto a falar o que sabe dele. A única coisa que sabemos é que ele possuía uma magia de espadas de água.
— Interessante.
Os dois rapazes estavam conversando enquanto a aula seguia. A professora não se incomodou por ser um aluno novo tirando dúvidas com seu familiar, mas aquilo tinha que acabar.
— Hiada, sei que faz muito tempo que você não vê seu primo, mas já chega de conversa.
— Ah, desculpa, professora. Mais tarde conversamos!
— Bom, vamos voltar à aula sobre magia predial.
Duas horas depois…
— Com isso, vamos finalizar nossa aula de hoje.
— Finalmente! Gosto bastante de aprender sobre magia, mas praticá-la é bem mais legal.
— Os dois são igualmente divertidos na minha visão.
— Você gosta de aprender sobre a teoria? Acho que vai se dar bem com o Bakon.
— O Bakon, o rapaz, né?
— Sim. A menina se chama Ardma. Vamos encontrar eles no pátio.
— Ok!
Will e Hiada saem da sala de aula. Nos corredores, o jovem mago vê uma boa quantidade de alunos, todos acompanhados por uma besta mágica. Ao olhar para Hiada, ele percebe que só ele não tinha uma besta mágica ao seu lado.
— Hiada, onde está sua besta mágica?
— Bom, acho que alguma hora você iria perguntar isso.
— Eu não tenho uma besta mágica.
— Por que?
Bem na hora em que Hiada iria responder, Ardma e Bakon os encontram.
— Aqui! Guardamos um espaço para vocês.
Os dois estavam sentados em uma mesa no pátio. Hiada e Will se sentam para conversar com os outros dois.
— Como foi a aula, Willian?
— Foi interessante, embora eu não tenha conseguido aprender quase nada.
— Ficou com dúvida em algo? Se quiser, eu e o Bakon podemos te ajudar.
— Imagino que o aprendizado em um local diferente pode ser um pouco complicado. Se precisar, te darei umas dicas.
— Eu não tive grandes dúvidas. Vocês nascem com apenas uma magia, igual a mim, mas, ao mesmo tempo, vocês nascem já fazendo contrato com uma besta mágica. Isso permite que usem dois elementos…
— Você deve ter pensado na possibilidade de ser um meio-besta, não é?
— Se eu não fosse a cara do meu pai, eu teria essa dúvida, mas imagino que alguém teria percebido logo no meu nascimento.
— Certo, teve algo que você não entendeu sobre isso?
— Todos vocês têm um contrato com uma besta mágica, né?
— Exato!
— Quais são as de vocês?
— Lembra daquele lobo que te capturou?
— Lembro.
— Ele é a minha besta mágica, por isso meu nome é Ardma Wolf.
— O meu você não viu, mas é um touro, logo meu nome é Bakon Bull.
— Então a do Hiada é uma fênix? Uma besta mágica rara no nosso mundo. Você consegue convocá-la ou algo do tipo?
— Então a besta do Hiada é diferente das normais.
— Ardma, deixe que conto. Normalmente, a besta com a qual nosso povo tem contrato vive em um santuário escondido, e, através da nossa magia, conseguimos convocá-las. Entretanto, a minha é diferente.
— Como assim diferente?
— A minha não existe fisicamente, ela está diretamente ligada à minha alma.
— Ela tem essa condição por ser uma fênix?
— Não, isso aconteceu porque minha gestação não foi normal. Minha mãe lutou na guerra e, com o tempo, o corpo dela ficou fraco. Nossos sacerdotes disseram que ela nunca poderia ter um filho, mas o amor cega as pessoas. Um dia, ela conheceu meu pai e, como você pode imaginar, ele a engravidou. A gestação foi muito difícil, ao ponto de que o canalha a abandonou! Mas minha mãe não desistiu e tentou se manter bem até o dia do parto, que, como você pode imaginar, não foi nada fácil, e infelizmente ela perdeu a vida no processo. Eu também quase morri, mas no momento em que estava perdendo a vida, a fênix se manifestou e fez o contrato comigo. Para me salvar, ela uniu nossas almas como uma só, mas o preço disso foi o seu corpo físico.
— Dizem que a fênix tem propriedades regenerativas, ela fez isso para que você se recuperasse?
— Exatamente.
— Imagino que sua vida não tenha sido fácil, Hiada… — diz, meio mal pelo o que aconteceu com o rapaz.
— Claro que foi, graças a esses dois aqui!
Hiada abraça Bakon e Ardma, com um grande sorriso no rosto, e diz:
— Esses dois foram a família que nunca pedi, mas com toda certeza a família que eu precisava!
— Assim você me deixa envergonhada! — diz Ardma, sem jeito com as palavras de seu amigo.
— Já disse para não falar essas besteiras por aí. — diz Bakon, escondendo o rosto, com um sorriso bobo, pelas palavras de seu amigo.
— Mas agora chega de falar de mim! Willian, você precisa de uma besta mágica!
— Eu preciso?
— Sim, como você vai fingir ser um meio-besta sem uma besta mágica?
— Boa pergunta.
— Então vamos atrás da sua besta!
— Só pra saber: como posso ter uma besta mágica, mesmo não sendo um meio besta?
— O que vamos te mostrar é algo meio sigiloso, mas existe um modo de contornar esse requisito e você conseguir formar um contrato com uma besta. Vamos sair em uma hora, Ardma e Bakon conseguem pegar alguns equipamentos antes de partirmos?
— Sim, nos encontramos em uma hora no portão?
— Nos vemos lá!
Bakon e Ardma saem para buscar suprimentos enquanto Will e Hiada voltam para o dormitório…
— Certo Willian, te trouxe de volta para nosso quarto porque te mostrar a técnica em público pode ser meio problemático. Para iniciar o contrato, você deve primeiramente derrotar a besta. Com o seu sangue e o feitiço "Sanguis Contractus", você conseguirá formar um contrato temporário com a besta.
— Temporário? Quanto tempo dura o contrato?
— Normalmente o contratante decide isso. Até nós usamos esse tipo de contrato às vezes, mas existe outro contrato vitalício que não ousamos fazer por dois motivos; primeiramente, é desrespeitoso firmar contrato com uma besta qualquer quando já temos uma “besta da alma“ ligado a gente .... a divisão de atenção é algo que estabelecer um desequilíbrio entre a relação besta e contratante. Esse tipo de cerimônia de reconhecimento deve ser algo partindo da besta mágica, assim te reconhecendo como parceiro para a vida.
— Certo, os dois motivos são plausíveis.
— Agora vamos treinar esse feitiço, apesar de conseguir usar apenas o elemento água, acho que conseguirá usá-lo sem problemas.
— Bom... já fazia um tempo que não treino magia, bateu até saudade da sensação.
Uma hora se passa…
— Vamos Willian, estamos atrasados! A Ardma e o Bakon vão nos matar!
Will e Hiada correm o mais rápido possível para a entrada do reino, mas, obviamente, lá estava Ardma claramente irritada e Bakon com uma expressão de desapontamento aguardando a chegada dos dois atrasados, quando o dois chegam, Bakon logo diz:
— Sempre atrasado! — Diz, irritado com o rapaz.
— Você não muda hein, Hiada.
— Não foi minha culpa! Foi culpa do Willia…
— Não jogue a culpa no Willian! Todas as vezes você chega atrasado!
— Jogando a culpa no novato?! Cada vez me decepcionando ainda mais.
— William me defende!
— A culpa foi completamente sua.
— Até você! Não foi você que demorou demais para dominar a magia?!
— Deixa de enrolação vamos logo para caçar uma águia para o William!
Os quatro andavam pela floresta na caça da besta mágica para seu novo amigo. Deixando se levar por seus pensamentos, uma coisa que não parava de observar era o quanto as três meio-bestas eram amigos uns dos outros, algo que a um bom tempo não via desde que foi separado de Leah e seu mestre... o teleporte para essa nação desconhecida só lhe dava saudade dos poucos companheiros que tinha na academia.
— William, tá tudo bem? Você parece meio magoado!
— Não é nada Ardma, só estou lembrando o tempo que passei com algumas pessoas importantes para mim.
— Você tem muitos amigos onde você vive?
— Na verdade, eu tenho poucos, mas com toda certeza valem por mais de mil.
— Vejo que eles são muito especiais para você!
— Com toda certeza são!
Enquanto Will estava conversando, eles escutam um som estridente logo adiante, como se fosse de uma águia não muito longe dali.
— Nossa besta mágica está logo adiante!
Os quatro saem correndo e logo encontram uma grande águia com cerca de três metros de altura voando pelos céus.
— Precisa de ajuda para derrubá-la?
— É claro que não! Mizu no ya!
Will invoca seu arco e flecha de água e, para não a matar, resolve não por muita força nesse ataque, o suficiente para derrubar o animal. Com um disparo preciso ele acerta a asa da águia e ela começa a cair.
— Você não é tão fraco quanto eu imaginei.
— Vamos atrás dele!
Seguindo a trajetória de queda, os quatro correm até onde eles achavam que cairia. Chegando lá a águia estava ferida, mas não derrotada. Apenas restando seus instintos pra se proteger, a besta avança com tudo.
— Mizu no ya!
Will começa a disparar flechas enquanto a besta avança. Surpreendentemente, mesmo atingida por várias flechas, a águia continua avançando até se aproximar do rapaz. Com um salto ágil, ela tenta agarrá-lo com suas enormes garras. O jovem mago, ainda se recuperando, consegue se jogar para o lado, desviando do ataque. A besta rapidamente se vira e, usando seu bico, volta a atacar o rapaz! Caído no chão, Will rola para desviar dos ataques. Mas a besta não desiste e continua a perseguir o garoto.
— Merda, preciso acabar logo com essa batalha!
O rapaz, com muita agilidade, para de rolar e vira seu corpo em direção a besta e diz:
— Sinta-se agradecida! Eu raramente tenho que usar um ataque assim, benedictio aquarum!
O rapaz ativa seu feitiço de fortalecimento e, ainda deitado, ele invoca seu arco de água e com um disparo rápido e preciso o garoto acerta a outra asa da águia que recua em seguida. Já Will se levanta e diz:
— Mesmo em total desvantagem você ainda vai lutar? — Diz, em tom de deboche, como se estivesse desafiando a besta.
Hiada que vigiava de longe diz:
— Ele é claramente mais forte que a águia, porque não a derrotar de uma vez?
— Essa luta está realmente estranha, normalmente as bestas mágicas nos testam para saber se podemos ser um mestre adequados a elas...
— Você está certa Ardma, normalmente as bestas nos testam, mas acho que estamos testemunhando o contrário.
— Bakon, quer dizer que quem está sendo testado é a besta e não o Willian?
— Exatamente!
Will e a besta se encaravam como se estivessem se preparando para dar um golpe final. Apesar de estar gravemente ferida, a águia não tinha intenção para desistir!
— Mizu no ya!
Will, empunhando seu arco de água, concentra todas as suas forças na flecha. A besta avança rapidamente, enquanto o jovem mago dispara a flecha que atinge em cheio a águia. Para a surpresa do rapaz, ela continua a avançar, mesmo com mais uma nova grave ferida.
— Você tem espírito! Eu respeito isso…
A águia se aproxima rapidamente de Will, que permanece imóvel. Em um movimento, a besta atinge o ombro do garoto com toda a força de seu bico.
— Seria injusto se você não me acertasse ao menos uma vez nessa batalha.
A besta então para seu ataque e olha fixamente para o rapaz. Em resposta, Will encara de volta e diz:
— Se tiver que fazer um contrato com uma besta, tenho que, ao menos, escolher aquela que me será mais útil! Para mim, você é a escolha ideal; então Grande Águia, deseja fazer um contrato comigo?
A águia que encarava fixamente o rapaz, se curva em sinal de respeito ao jovem mago e, com sangue escorrendo dos dedos, diz:
— Sanguis contractus!
Assim o contrato foi firmado e com isso a besta, anteriormente extremamente ferida, começa lentamente a se curar.
— Um contrato vitalício? Logo na primeira tentativa! Eu tinha certeza que iríamos passar mais de um dia na floresta.
— Hiada, eu ainda não demonstrei tudo que posso fazer.
— Willian sei que você deve estar preocupado com o estado da sua águia, mas com a ligação entre vocês, parte da sua energia será transmitida pra ela automaticamente para que ela possa se curar.
— Muito bom saber! Obrigado pela informação Bakon.
— Com isso estamos quase prontos para o Thaeisen.
— Thaeisen? O que é isso?
Capítulo 36: Encarando o seus medos
— Thaeisen é um teste que acontece na academia. Neste teste, nossos medos e pesadelos são usados contra nós mesmos e, para sermos aprovados, devemos superá-los. Como é um exame importante, todos os alunos devem participar... mas têm suas exceções, como o Hiada que não pode participar.
— Ardma! Não precisa relembrar o que aconteceu no passado!
— Claro que precisamos, você vem dizendo desde o ano passado que iria participar esse ano.
— Até você, Bakon?
— Por que isso seria algo preocupante, aconteceu algo no passado?
— Bom, meio que eu perdi o controle.
— Perdeu o controle? Como assim?
— Meio que fui consumido pelos meus medos e perdi o controle dos meus poderes, boa parte da área de exame foi destruída. Se não fosse pelos professores o estrago poderia ter sido um pouco pior... mas agora tenho certeza que conseguirei passar nesse exame sem muitos problemas! Espero.... – Sussurrando logo em seguida.
— Isso nós veremos!
Desanimado com as falas de seus amigos, Hiada olha para Will e se esconde atrás dele dizendo:
— Se eu perder o controle você precisa me parar!
— Tá bom!
— Vamos descansar um pouco, o Thaeisen é daqui dois dias então precisamos estar em nossas melhores condições.
Os quatro começam a ir para casa, a águia de Will como estava machucada se prepara para ir ao santuário de descanso das bestas. Entretanto antes dos dois se separassem, o jovem mago se vira e diz:
— Eu ainda não te dei um nome, né? Que tal Wine?
A águia olhando para o rapaz apenas balançou sua cabeça de cima para baixo. Ele havia aceitado aquele nome…
2 Dias depois…
O pátio da escola era o local onde aconteceria o Thaeisen, os quatros já estavam esperando serem chamados.
— Ardma Wolf, um passo à frente!
Ardma fica um tempo na sala e logo sai. O próximo era Bakon que de forma parecida, fica pouco tempo.
— Vocês foram rápidos!
— Depois que você se acostuma o teste não fica tão complicado. O difícil é enfrentar pela primeira vez.
— Vamos ver se esse teste será realmente um desafio.
O professor que era responsável pelo teste grita:
— Willian Big Eagle! Venha por favor.
— Bom, creio que é minha vez.
— Boa sorte Willian. — Diz tanto Ardma quanto Bakon.
— Não bagunça a sala, sou o próximo.
— Obrigado Ardma e Bakon e pode deixar Hiada, tudo vai estar perfeito para uso.
Will segue para sala, mas antes de entrar o professor começa a dar as instruções:
— Pela sua cara, parece que é sua primeira vez realizando esse teste... O objetivo dele é superação dos seus medos, ao entrar na sala você vai vê-los manifestados em sua frente. Para passar no teste você precisa só precisa aprender a lidar com eles.
— Se não conseguir, o que faço?
— Grite.
— Tá bom!
Will entra na sala e de cara depara com uma imensa escuridão, a sala parecia estar vazia, mas logo ele escuta uma voz:
— Por que você sempre foge?
Will percebe que a voz estava vindo de trás e aquela voz era de alguém conhecido, o garoto se vira e vê sua irmã. Perplexo o rapaz olha e fala:
— Irmã? O que você está fazendo aqui?
— Willian Voborn, por que você sempre foge?
— Como assim sempre fujo?
— Sempre quando enfrenta grandes adversidades você escolhe fugir... quando descobriu seu elemento, na luta entre você e Deruzi conta a besta primordial tudo que fez foi fugir e se esconder.
— Eu não fugi! Eu quis evitar que vocês sofressem.
— Tudo que vejo são mentiras! Você nem pensou em como íamos nos sentir depois da sua partida do reino e só acaba piorando tudo! — Grita, com ódio em seu olhar.
— Eu achei que estava ajudando!
— Pois errou, você não passa de um medroso.
— Você está mentindo! Eu não fugi, quando eu lutei contra a besta eu não me escondi pois não achei que conseguiria ajudar em nada, então eu treinei o máximo possível para ser forte!
Will rapidamente pisca e percebe que a sua irmã tinha sumido, Deruzi tinha aparecido no lugar.
— E você se tornou forte? Desde que voltou você perdeu para Navi e me tive que me sacrificar para te salvar.
— Você não se sacrificou! Você está vivo! — Grita, com ódio e lágrimas em seus olhos.
— Nem aceitar a verdade você consegue, não imaginava que você teria virado um ser tão inútil.
Deruzi se vira e começa a andar em direção à imensa escuridão. Will começa a ter um flashback em sua mente: ele se lembra da sua derrota para Navi e também de não ter conseguido salvar seu mestre. Todas aquelas memórias, todas aquelas falhas, já corroíam o garoto por dentro. Entretanto, tudo o que foi dito por sua irmã não era novidade; ele já sabia de tudo. O jovem mago olha para a figura de seu mestre e diz:
— Você está certo, eu fugi! Não fui forte o suficiente para ficar com a minha família. Também falhei em te salvar e fui derrotado pela Navi. Mas quer saber de uma coisa? Não importa quantas vezes eu perder, eu vou me levantar. Até eu destruir a magia, Willian Voborn não morrerá.
— Se você quer continuar sendo um inútil, quem sou eu para questionar?
— Você não é ninguém, não é o meu mestre nem minha irmãzinha, com a idade dela, ela está no internato dos jovens magos!
— Você realmente acha que sabe de algo em relação a sua irmã e seu mestre?
— Na verdade não, a MÆX já deve ter tomado do internato, igual fez com a academia principal e não tenho a minima ideia de onde meu mestre está.
— Nem sua irmãzinha e nem seu mestre você salvou.
Will olha para cima e, vendo a imensa escuridão, pensa que ainda havia muito a ser feito. O jovem mago volta a olhar para o ser à sua frente, que desta vez não tinha mais a forma de sua irmã nem de seu mestre, mas sim de uma sombra arrepiante.
— Quer saber, obrigado por me lembrar que não me resta tempo a perder; preciso encontrar o Deruzi, ainda tenho fé que está vivo!
— Se acredita nisso, boa sorte.
— Antes de partir, obrigado por me mostrar minha irmã novamente. Se isso era o meu pior medo, não serviu nada mais do que motivação pra minha jornada.
A sombra desaparece e com isso uma o exame foi finalizado. Will, mentalmente cansado, anda até fora da sala e lá se depara com o trio de novos companheiros. Impressionada com seu desempenho, Ardma pergunta:
— De primeira? Isso sim é um recorde.
— Realmente é impressionante! Eu só consegui, após a minha terceira tentativa.
— Eu só consegui depois da quinta!
Hiada, pega o braço do garoto e puxa para longe de seus amigos, até uma distância onde eles não iriam escutar.
— Como conseguiu de primeira, têm algum segredo?
— Não tem nenhum segredo...
— Então tem alguma dica que possa me dar?
— Tudo que posso falar é…
Antes que Will possa dar a dica o professor interrompe:
— Hiada, sua vez por favor venha!
— E não tem muito o que fazer, vou lá Willian. Desejo sorte!
— Boa sorte, Hiada.
Hiada vai até a sala, mas antes de entrar o professor resolve ver se ele tem certeza daquela decisão.
— Hiada, você tem certeza que não vai perder o controle?
— Claro que tenho, não sou mais uma criança.
— Então tá bom, boa sorte lá.
— Obrigado!
Hiada entra na sala, enquanto Will volta para onde Ardma e Bakon estava e questiona:
— Será que ele vai conseguir?
— Não tenho certeza.
— Normalmente eu discordo das decisões dele, mas temos que admitir que hoje ele é uma pessoa mais madura. Não acho que ele vá perder o controle tão facilmente.
— Normalmente você está certo, mas dessa vez você errou.
— Como assim errei?
— Olhe para trás.
Bakon então vê que pelas frestas da porta uma grande quantidade de fogo podia ser vista. Depois de um minuto, a porta sai voando e uma pessoa emerge daquela pequena sala, com chamas e penas cobrindo todo o corpo. Não era preciso ser um gênio para entender que Hiada havia perdido o controle.
Hiada estava com uma expressão séria, como se estivesse prestes a atacar. O professor que supervisionava o teste agiu rapidamente, usando magia para sinalizar uma emergência. Com um único soco, Hiada lançou o professor para longe. Bakon e Ardma prontamente começaram a se preparar
— Bakon, chame as bestas! Eu e os professores vamos segurar o Hiada.
— William, aqui é muito perigoso... venha comigo.
— Não se preocupe Bakon, eu consigo me virar.
— Por ser usuário de água você deve ficar bem, mas tome cuidado.
— Tá bom!
Bakon parte para onde as bestas mágicas repousavam, Ardma já estava pronta para lutar, mas antes de ir para combate ela vai até Will e diz:
— Sei que você também é um especialista em magia de água, mas não precisa se preocupar, venho me preparando para isso a anos, vou te mostrar que estudar o herói que salvou o reino de Asoni, não foi perda de tempo!
— Essa luta é sua então.
— Fique só vendo como uma especialista do elemento água luta!
Ardma avança em direção a Hiada, que estava lutando contra dois professores que haviam chegado para detê-lo. Com um único golpe, Hiada lança um dos professores para longe, enquanto o outro tenta atacá-lo.
— Stone leg
O professor tenta dar um chute no garoto, mas ele com muita facilidade segura sua perna, com um sorriso, torce a perna do professor até quebrá-la; ainda com o professor em uma de suas mãos, ele usa a sua outra mão para segurar o rosto do professor e em seguida conjura chamas, assim queimando o rosto de seu instrutor
— Se afaste dele! Aqua tormentis!
Ardma dispara um poderoso canhão de água que atinge Hiada em cheio. Hiada não se move, mas solta o professor, revelando que seu interesse havia mudado. Ardma, agora próximo de seu amigo, pula e conjura sua magia:
— Aqua malleo!
A garota cria um martelo de água que parecia medir cerca de dois metros e em seguida ataca Hiada com tudo, mas de nada serve e com um soco consegue parar o ataque de Ardma.
— Merda!
Hiada, ao aplicar mais força, quebra o martelo, liberando-se para um golpe direto. Com um chute na barriga de Ardma, ele a lança para longe. No entanto, isso não seria o suficiente para derrotá-la. Ardma se levanta rapidamente, mas o ataque do portador da fênix ainda não havia terminado. Ele ergue uma das mãos e diz:
— Phoenix purificationis!
Com uma das mãos o garoto solta uma poderosa rajada de fogo, e Ardma logo reage.
— Duplex fluctus obice!
Duas paredes de água aparecem na frente da garota para que ela possa se defender! O choque entre as duas magias faz surgir uma grande nuvem de vapor, mas o ataque da fênix é negado e somente o vapor e as paredes restaram.
— Precisamos acabar com ele o mais rápido possível! É só tem um jeito de fazer isso, Aqua flagelli. – diz Ardma enquanto invocava um chicote de água.
Com muita destreza, ela golpeia seu amigo, mas ainda era mais um ataque que provou ineficaz resultando em um mísero corte do rosto.
— Merda! Ele está bem mais poderoso que da última vez.
Ardma tentou recuar, mas Hiada era mais rápido e se moveu à frente dela. A queima roupa, Hiada lançou uma grande explosão de fogo. Sem chance de se defender, Ardma foi atingida com força e arremessada para dentro de uma sala. Ao ver a garota sendo derrotada, Will corre em sua direção socorrer sua companheira ferida:
— Ardma, ele realmente está fora de controle?
— Eu não sei dizer, quando ele perdeu o controle anos atrás ele parecia uma besta sem controle.
— Ele parece estar sendo controlado, mas pode deixar que cuido dele.
Will se virou para ir enfrentar o seu amigo, mas antes de ir Ardma agarra sua mão e diz:
— William, nem eu consegui feri-lo! Se você enfrentar Hiada sozinho, não terá chance! – diz, enquanto tenta se levantar, mas o golpe do amigo a machucara mais do que ela imaginava, deixando-a sem forças para se manter em pé.
— Fique aqui e observe a minha verdadeira força!
Will volta ao campo de batalha, onde seu adversário estava derrotando mais dois professores que haviam acabado de chegar. Com um soco, Hiada lançou os dois na direção do jovem mago, mas facilmente desviou de ambos corpos.
— Hiada! Eu sei que está aí vendo tudo que está acontecendo e não consegue reagir. Alguém está te controlando, não é?
Ao escutar aquilo o garoto parecia ter se irritado, com isso ele já tinha um alvo, rapidamente ele usa:
— Phoenix explosio!
Hiada invoca uma potente rajada de fogo na direção de Will. Sem hesitar, Will ergue sua mão direita e invoca seu tubarão, que colide com a rajada de fogo. As duas magias, igualmente poderosas, se anulam com o choque. Enquanto os dois se preparavam para o próximo ataque, começaram a ouvir o som de vários passos se aproximando e junto aos passos vem o grito:
— Os reforços chegaram!
Bakon havia chegado com cerca de três lobos, dois touros e um tigre. As bestas mágicas rapidamente cercam o garoto, mas ele apenas ergueu uma de suas mãos e diz:
— Fenix imperium.
Hiada lançou uma magia aparentemente sem efeito, até que, de repente, todas as bestas se voltaram contra Will e Bakon.
— O que tá acontecendo?
Will olha e percebe que a bestas estavam com um olhar diferente, eles estavam com os olhos pegando fogo.
— Bakon, corre! O Hiada está controlando as bestas!
Capítulo 38: A fênix contra o mago de água
Hiada, tinha envolta do corpo uma plumagem flamejante, parecido com as asas de uma fênix, ele e as bestas andam lentamente na direção dos garotos, e Bakon seguindo as ordens de Will corre. Rapidamente duas bestas tentam ir atrás do meio-besta, mas Will se coloca em frente às bestas impedindo-as de alcançá-lo.
— Com isso posso dizer adeus à minha nova identidade, mas agora não é o momento de pensar nisso! – diz enquanto invocava duas espadas de água.
Hiada, com simples gestos, ordena que as bestas ataquem seu amigo. Todas as criaturas investem contra Will ao mesmo tempo, mas o jovem mago mantém a calma. Com um salto ágil, ele se esquiva dos touros enfurecidos. Os lobos tentam morder o garoto, mas ele bloqueia suas investidas com a espada e, com chutes precisos, consegue afastá-los. No entanto, um tigre, com um avanço veloz, consegue derrubá-lo. Com suas garras afiadas, o felino começa a arranhar o rapaz ferozmente. Usando sua espada, Will se defende, desviando de vários golpes fatais, mas sabia que precisava encontrar uma maneira de escapar daquela situação.
— Espere só mais um pouco Willian! Já irei te ajudar!
Desobedecendo a orientação, em vez de correr, Bakon resolve se esconder em um lugar próximo, aguardando o momento certo para ajudar Will, e assim o faz. Ele recita um feitiço e uma bola de fogo surge acima dele, disparando para o alto com o intuito de chamar a atenção das criaturas, o que consegue. Hiada apenas olha para a besta e aponta na direção do seu amigo. Bakon começa a correr, sendo perseguido por um tigre de vento, um lobo de água, um touro de terra e a sua própria besta, um touro de fogo.
Com o caminho livre, Will avança na direção do seu amigo, mas dois lobos surgem para impedi-lo. Com um movimento rápido, ele arremessa suas duas espadas nas bestas e em seguida invoca outras espadas e continua o ataque, mas este se defende facilmente.
— Fenix praesidium!
A espada de Will estava prestes a perfurar Hiada, mas, no último instante, o fogo ao redor de Hiada se expande violentamente. As ondas de calor intenso evaporam as lâminas de Will, deixando-o desarmado e vulnerável e, ainda sendo controlado, ataca seu amigo com tudo.
— Fenix est alis!
Hiada junta suas chamas em seu punho e ataca Will, mas o jovem mago rapidamente se defende.
— Aqua Gladius!
Will, rapidamente cria uma espada que consegue bloquear a maior parte do impacto, ainda sendo arremessado para dentro de uma sala. Recuperando-se rapidamente, ele levanta e sai daquele daquela sala. Os lobos também já tinham se erguido e começaram a correr para cima do garoto. Entretanto, o jovem mago escuta o grito de sua companheira Wine e logo grita em retorno:
— Wine, me ajuda!
Wine arremessa suas penas e acertam os lobos, distraindo-os o suficiente para que Will corresse na direção de Hiada e retornasse à batalha.
— Phoenix explosio! – Hiada gera uma grande explosão de fogo.
— Same no kōgeki! – Diz Will invocando uma parede de água para anular a explosão de fogo.
Vendo que seu ataque foi defendido, uma sombra surge ao lado de Hiada e dispara um feitiço de canhão de água, atacando o garoto em cheio, com uma parte da sua plumagem tendo desaparecido, Hiada olha para o lado vê Ardma, com muitas queimaduras, mas em pé tentando ajudar Will.
— Acaba com ele Will.
O garoto estava prestes a atacar seu amigo, mas Hiada já se preparava para se defender novamente. Antes que pudesse reagir, porém, Wine lançou suas penas de água, obrigando o garoto a desviar. A distração abriu a oportunidade perfeita para Will, que, com um golpe rápido, fez um corte profundo na barriga de Hiada. Sangue jorrou, mas Hiada não deixaria isso impune. Com seu adversário tão próximo, ele conjurou uma magia poderosa:
— Phoenix explosio!
Sem opções, Will tenta se defender, usando sua espada para bloquear o fogo que o cercava. No entanto, o ataque era avassalador, e o jovem mago acabou sendo atingido. Ao ver seu mestre sofrer o impacto do ataque, Wine não hesitou. Ele mergulhou com força e em alta velocidade, envolto por uma redoma de água que se formava ao seu redor. Como um verdadeiro míssil aquático, Wine investiu diretamente contra Hiada
— Fenix est alis!
Com suas chamas em sua mão, ele segura o ataque de Wine e, ao mesmo tempo, disparava suas chamas contra Will.
— Não se esqueça de mim! Aqua malleo! - diz Ardma atacando com seu martelo de água as costas de Hiada.
— Fenix praesidium! – Usando sua plumagem ele começa a emitir uma onda de calor, que consegue empurrar o martelo de Ardma. Will percebe que a explosão de chamas havia ficado mais fraca.
— Conjurar três magias simultaneamente é algo que não está preparado ainda, essa é a chance que estávamos esperando para derrotá-lo! Agora é tudo ou nada! – diz Ardma à Will.
— Benedictio aquarum!
O local onde Will estava é modificado, a magia do terreno estava ativa.
— Essa magia é uma especialidade do elfos, você é cheio de surpresas hein, Willian! – diz enquanto conjurava uma poderosa rajada de vento, intensificando o impacto que martelo viria a ter e forçando Hiada a aumentar a quantidade de chamas cobrindo suas costas para se proteger.
Aproveitando a brecha tão esperada, Will, com sua espada fortalecida, rompe a rajada de fogo e avança determinado em direção a Hiada. Percebendo o perigo iminente, Hiada concentra seu poder na mão e neutraliza Wine, desativando a redoma de proteção da águia e posicionando o pássaro à sua frente, transformando-o em um escudo improvisado para conter o ataque de Will.
— Não se esqueça de mim!
Ardma usa toda a energia que ainda tinha e destrói a plumagem de Hiada, acertando o garoto com força total. Sem forças, o mago deixa a águia cair enquanto desaba no chão. Mesmo assim, ele tenta se levantar e, com dificuldade, levanta a mão para atacar Will, que já estava bem perto. Mas ele não é rápido o bastante. Se controlando para não acabar com a vida de seu amigo, o jovem mago enfia a espada no estômago de Hiada rezando que não fosse algo fatal e, com isso, todo aquele fogo em sua volta se desfaz e logo perde a consciência.
Capítulo 39: O infiltrado.
— Você é bem forte, Hiada.
— Willian, ele está bem?
— Acho que sim.
A grande águia se levanta e Will acaricia as penas dela, agradecendo-a pela ajuda.
— Wine, você pode fazer um pequeno para mim?
Wine, acena com sua cabeça assim estando pronta para ajudar seu mestre mais uma vez.
— Dê uma olhada pela redondeza, tenho quase certeza que o Hiada estava sendo controlado. É bem capaz que essa pessoa esteja por perto.
Wine, rapidamente se levanta e começa a voar pela área. Ardma, mesmo muito machucada, se senta ao lado do Hiada e, olhando para Willian, diz:
— Mesmo sendo especialista em magia de água, acho que você me supera em força bruta.
— Ainda me falta muito treino.
— Eu não diria isso para o grande herói do reino de Asoni... Você poderia ter me dito que era o aprendiz do Deruzi.
— Vocês iriam acreditar?
— Provavelmente não.
Bakon, montado no seu touro flamejante, aproxima-se de seu amigo e diz:
— Vocês conseguiram derrotá-lo! Eu sabia que a Ardma tinha se tornado especialista em magia de água, mas não esperava que o Willian fosse igualmente poderoso!
— É claro que é poderoso, estamos em frente ao herói do reino de Asoni!
— O aprendiz do Deruzi?
— Ele mesmo!
— Ok então... Willian tenho muitas perguntas que necessitam de respostas sobre o Deruzi, teremos muito a conversar nas próximas horas...
Wine que estava voando pelos céus, avista uma pessoa encapuzada tentando sair do local. A águia dá um grande grito e Will rapidamente corre na direção da águia.
— Willian? Aonde você vai!
— Ardma, Bakon cuidem do Hiada!
Will corre até Wine e, ao chegar, avista uma figura tentando escapar do local. Sem hesitar, o jovem mago começa a correr atrás da pessoa encapuzada. Wine, a grande águia, lança suas penas, que rapidamente se transformam em flechas de água. O encapuzado, com agilidade, desvia dos ataques com facilidade, mas logo percebe que uma besta mágica estava o seguindo.
— Que saco, fui descoberto! Mas uma águia não vai conseguir vencer! venenum ictibus exactis occidentes!
O encapuzado dispara uma rajada de um líquido estranho. Wine tenta desviar, mas acaba sendo atingida. Apesar de seus esforços para continuar a perseguição, suas forças falham, e ela é obrigada a pousar. Preocupado, Will corre em direção à águia para ajudá-la. Olhando mais de perto, Will soube que aquilo era veneno e diz para a besta que procurasse Bakon que ele saberia o que fazer.
Will volta a perseguir a pessoa encapuzada, os dois logo saem do reino e entram na floresta; correndo em direção à entrada de um templo abandonado.
— Encontrei a base do inimigo. Entrar sozinho lá é burrice, mas não me resta outra opção.
Will entrou no templo abandonado, avançando apressado pelos corredores escuros e empoeirados. Enquanto corria, reparou em várias pinturas nas paredes, evidências de que os antigos membros daquele templo reverenciavam algum tipo de Deus. Depois de explorar por mais alguns minutos, chegou ao centro do templo, onde encontrou o homem encapuzado. Ele estava em um laboratório improvisado, andando de um lado para o outro enquanto murmurava:
— Merda, por que aquele aprendiz do Deruzi está aqui? Se tivesse mais tempo... o Hiada poderia ter destruído até metade do reino!
— Ele conhece meu mestre?
O homem retirou seu capuz, revelando seu rosto. Sua pele era pálida, marcada por cicatrizes e seu longo cabelo preto caía sobre os ombros. Com calma, ele vestiu um jaleco branco, e foi então que Will notou um detalhe perturbador: o símbolo da MÆX estampado no jaleco.
— Merda, a MÆX está em todo lugar que vou! Preciso ir avisar a o Hiada!
Will se virou para retornar ao reino, mas seu instinto o alertou: algo estava se aproximando rapidamente. Em um movimento reflexivo, ele desviou do que parecia ser um ataque surpresa. Ao olhar para trás, seus olhos se depararam com o cientista, que agora o encarava fixamente:
— Você acha que vai descobrir meus planos e sair daqui vivo?
— Sendo sincero? Sim!
— Você é aquele maldito aprendiz do Deruzi! Você já estragou meus planos uma vez e não vai estragar de novo!
O Cientista corre na direção do garoto, Will rapidamente se prepara para contra atacar,
— Aqua Gladius!
— Venenum Claws! Will cria sua espada de água, enquanto o cientista cria garras feitas de um líquido que parecia ser veneno. Assim começa a batalha: O cientista ataca sem parar, mas Will bloqueia cada golpe com agilidade. Aproveitando uma brecha, o jovem mago esquiva e acerta um chute na barriga do adversário, empurrando-o para trás.
— Pelo jeito você não é tão fraco quanto eu imaginei.
— Cala boca, eu tenho algumas perguntas que você precisa responder!
— Não irei falar nada para você! Serpens acus!
Várias agulhas dispararam na direção de Will, que conseguiu desviar da maioria com habilidade. Ainda assim, uma delas passou de raspão, atingindo seu ombro.
— Merda! Fui acertado... mas por que não doeu? — murmurou ele, confuso.
Sem hesitar, Will avançou contra o cientista, desferindo uma série de golpes com sua espada. Apesar da resistência do oponente, ele conseguiu causar alguns cortes precisos.
— Você ousa tocar em mim?
— Minha intenção não é te tocar e sim te matar!
— Venenum Claws! Vamos ver se você é tão forte como dizem nos relatórios!
Novamente o Cientista corre para atacar com golpes consecutivos novamente, mas Will consegue se defender, dessa vez com muita dificuldade!
— Merda ele ficou mais forte?
O cientista continua seu ataque, enquanto Will bloqueava golpe após golpe ainda com dificuldade. Percebendo que precisava criar distância, o jovem mago aproveitou uma brecha e deu um passo para trás, preparando-se para afastar daquele homem.
— Mizu no ya!
Will troca sua espada por seu arco e atira diversas flechas no cientista, obrigando-o a recuar. O jovem mago, observa a situação e pensa no repentino fortalecimento de seu inimigo.
— Está se sentindo mais fraco, aprendiz? Naquele momento que meu veneno te acertou seu destino já estava selado, moleque! — Diz, enquanto dava risada.
— Naquele momento que ele me acertou, aquela agulha estava envenenada? Tudo que usou foi aquela magia... essa é a sua quinta magia?
— Grande descoberta, detetive... vamos ao que interessa e ao reencontro com o seu mestre!
— O que você disse? — Questiona, com a voz trêmula.
— Não escutou direito? Vou te mandar para o mesmo buraco que seu mestre!
O ódio começa a crescer no coração de Will, com isso o garoto, agora furioso, corre na direção do cientista!
— Aqua Gladius!
— Serpens acus!
Várias agulhas feitas de puro veneno voam na direção do rapaz, Will não podia ser acertado, então resolve que deveria acabar com elas com um único golpe!
— Benedictio aquarum!
Com um único golpe Will corta todas as agulhas, o cientista rapidamente se prepara para se defender!
— Venenata fumus!
Uma nuvem venenosa se espalha por toda aquela sala, Will rapidamente cobre sua boca para não inalar aquele gás.
— Agora é só questão de tempo para você morrer, vamos ver quanto tempo aguenta!
Will tenta encontrar o cientista pelo som da voz e ataca na direção onde acha que ele está, mas não acerta nada.
— Você é bem forte, até a especialidade do elfos você sabe usar! Seu falecido mestre te treinou bem!
Will repete sua ação e tenta atacar onde ele acha que o homem misterioso estava, mas novamente erra.
— Hoje você atrapalhou bastante meus planos! Eu faria aquele garoto destruir metade do reino! Depois, apareceria como o herói, o derrotando e oferecendo os recursos da MÆX para ajudar na reconstrução. Com isso, ganharíamos a confiança do povo e, finalmente, nosso lugar dentro dos quatro reinos seria garantido!
Will finalmente encontra o cientista no meio da névoa e avança sem hesitar, tentando golpeá-lo com sua espada. No entanto, o homem reage rapidamente e, segurando sua lâmina e o chuta em seu peito, jogando-o ao chão. Enquanto o cientista emerge lentamente da nuvem, ele fala:
—Quem diria que o aprendiz iria morrer de forma tão patética! Scintilla ignis!
Com uma pequena fagulha de fogo, o cientista transforma a nuvem em uma explosão flamejante. Will é atingido em cheio, caindo no chão com queimaduras espalhadas pelo corpo, incapaz de se levantar. O cientista se aproxima lentamente, olhando para o garoto caído, e diz com frieza:
— Nem isso te matou? Você realmente é um garoto resistente... Te matar dará uma bela recompensa!
— Phoenix explosio!
Uma rajada de fogo atinge o cientista em cheio antes que ele tivesse conseguido reagir. O impacto o lança para trás, deixando seu peito gravemente queimado. Com dificuldade, ele murmura:
— Quem está me atrapalhando agora?
Do corredor uma pessoa envolta por fogo aparece.
— Então foi você que me controlava, não é? Me obrigou a machucar a Ardma e feriu o Will! Pelo jeito você não tem amor à sua vida!
Hiada aparece no campo de combate!
Capítulo 40: As chama da Fênix
— Como você está aqui? Eu vi você sendo derrotado!
— Você me controlou e não percebeu que eu sou e merda da Fênix? Qualquer ferida que tiver vai se curar! – enquanto caminha em direção a Will - Desculpa te dar tanto trabalho, amigo!
—Não se distraia, eu posso te matar na hora que quiser! – diz invocando suas garras venenosas e em seguida, partindo ao ataque.
— Não me atrapalhe! Fenix est alis!
Com sua mão coberta com suas chamas, Hiada rapidamente se levanta e acerta um soco na barriga do cientista, arremessando-o para a parede do templo. Hiada se abaixa e diz:
— Obrigado por me parar! Dessa vez deixe comigo, Amplexus a phoenice!
Uma chama começa a curar Will. Mesmo ferido, o garoto alerta a Hiada que para que tomasse cuidado com a quinta magia de seu inimigo e em seguida desmaia de cansaço.
— Veneno? Isso não será um problema pra mim!
— Serpens acus! – Várias agulhas venenosas são disparadas na direção de Will, mas Hiada coloca seu corpo na frente da trajetória e recebe o ataque no lugar de seu colega.
— Protegendo seu amigo! Agora o mesmo destino de seu amigo o aguarda. — Diz, gargalhando.
— Vamos ver se você consegue me matar! Fenix est alis!
Hiada, com os punhos pegando fogo, parte pra cima do cientista. Ele tenta se defender com suas garras, mas logo começa a ser dominado pela chuva de socos do garoto. Apesar de conseguir se proteger no início, o homem tem sua defesa quebrada rapidamente. Após vários golpes, ele acaba caindo no chão, derrotado.
— Meu veneno, não está fazendo efeito?
— Você acha que um simples veneno vai me vencer? Independente da potência desse veneno, meu fator de cura é mais rápido.
— Merda! Venenata fumus! - Uma nuvem de veneno novamente começa a se formar e se espalhar!
— Vamos ver se consegue curar isso! Scintilla ignis!
A nuvem de fumaça se transforma em uma grande explosão que acerta Hiada com tudo!
— Morra, seu merda!
A explosão cria uma pequena cortina de fumaça em volta de Hiada. Ao se dissipar, ele ainda estava em pé, mas com várias queimaduras pelo corpo e ainda não tinha sido derrotado.
— Então foi isso que derrotou o Will, admito que uma explosão a queima roupa assim pode ser fatal, mas não para mim! – diz enquanto as queimaduras começavam lentamente a se curar. Vendo isso, o cientista começa a se desesperar!
— Merda, essa sua cura é uma anomalia!
— Eu te disse, eu sou a fênix!
Aquele misterioso homem sem escolhas resolve usar o seu último recurso, mirando para teto ele diz:
— Acidum pluvia!
Uma nuvem de veneno aparece sobre o teto do templo e começa a chover gotas de veneno.
— Mais veneno! Preciso derrotar esse cara o mais rápido possível! Agora é só questão de tempo.
Disposto a acabar de vez com aquela luta, Hiada avança na direção do cientista, preparado para não receber mais um golpe.
— Phoenix explosio!
A queima roupa Hiada dispara uma rajada de fogo, o cientista se jogando para o lado consegue desviar do golpe.
— Fique parado seu merda!
— Merda, esse veneno parece ácido!
— Não me subestime! Venenum Claws.
O cientista parte para o ataque, mas Hiada reage com ondas de fogo. O calor intenso faz com que as garras de veneno derretam, deixando o cientista completamente indefeso diante do garoto.
— Fenix est alis!
Com seu punho envolto por chamas, Hiada finalmente acerta o rosto do cientista e arremessa novamente na parede.
— Não adianta, você não vai conseguir me ferir!
— Esse nunca foi meu objetivo, só precisava te atrasar! Só olhar a sua volta.
Hiada começa a olhar para paredes e teto do templo, ele começa a ver várias rachaduras se formando; algo que não estavam ali quando tinha chegado.
— Merda, então seu objetivo era soterrar eu e o Will?
— Quem sabe?
O cientista aponta para a nuvem de veneno que está no teto do templo e diz:
— Adeus seus vermes! Scintilla ignis!
A nuvem explode e o teto já desgastado começa desmoronar. Hiada rapidamente reage e coloca Will em suas costas e parte em direção a saída. Enquanto o teto continua desabando, o garoto desvia habilmente de todas as pedras pelo caminho. De repente, Will olha para cima e vê uma pedra enorme caindo em sua direção e grita:
— Em cima!
— Fenix est alis!
Hiada, com o punho envolto em chamas, destrói a rocha prestes a cair sobre sua cabeça e continua correndo sem hesitar. Ao longe, eles avistam a entrada do templo, onde Ardma, Wine e Bakon estavam à espera dos garotos, prontos para ajudar.
— Corram!
Hiada corre o máximo que ele conseguia, mas ele percebe que a entrada estava prestes a ceder, próximo da saída, o garoto olha seu amigo diz:
— Vai você primeiro, Já te alcanço!
— O que você vai fazer?
— Você vai ver, Bakon fica esperto!
Hiada segura o braço de Will e, com um movimento estranho, arremessa seu amigo em direção à saída. Bakon rapidamente usa seu corpo para amortecer a queda de Will, garantindo sua segurança. Sem perder tempo, Hiada continua correndo, mas o teto da entrada finalmente desaba. Enquanto os escombros começam a cair, Ardma grita, desesperado, chamando por seu amigo.
— Hiada! — Grita, desesperada para que seu amigo fuja!
Hiada tenta, mas a entrada fica coberta por rochas. Ardma começa chorar de preocupação, mas Bakon rapidamente diz:
— Às vezes acho que não conheço o Hiada.
De dentro do templo o algo pode ser escutado:
— Fenix est alis!
As pedras que cobriam a entrada são destruídas, liberando a saída para Hiada e seus punhos envoltos por suas chamas.
— Merda, estou exausto!
— Hiada!
Ardma corre até Hiada, enquanto Bakon e Will assistem em silêncio. As chamas ao redor de Hiada começam a apagar lentamente, e ele respira com dificuldade, completamente exausto. Ardma o envolve em um abraço apertado e diz:
— Eu estava tão preocupada! — Diz, enquanto soluçava de chorar
— Você sabe que eu nunca vou te deixar!
Chorando Ardma beija Hiada, Will que estava apenas observando diz:
— Nossa, que declaração de amor! Nunca nem imaginei os dois juntos!
— Como assim? Esses dois são um casal faz uns bons anos, nunca reparou?
— Não! — diz, inconformado por descobrir isso só agora
— Sério? Nunca percebeu o quanto a Ardma se importa com ele?
— Eu achava que era uma preocupação normal de amigos.
— Ela te falou que dedicou uma parte da vida dela para, caso o Hiada descontrole, ela o parasse.
— Parando para pensar, acho que eu não sou muito bom com romance.
Hiada e Ardma, vão até os dois, Bakon inicia a conversa dizendo:
— O que aconteceu lá dentro?
— Boa pergunta, quando eu cheguei lá, não consegui entender quase nada. — Respondeu, Hiada muito confuso com a atual situação
— Eu consigo explicar, mas para isso preciso contar a minha história…
— Bom, todos estamos exaustos e cansados, podemos conversar e descansar um pouco...
Will conta meio dolorido algum tempo depois…
Com a história finalmente contada, Will olha para seus amigos. Bakon estava claramente impressionado, enquanto Ardma e Hiada não conseguiam conter as lágrimas que escorriam por seus rostos.
Então, depois de anos, você finalmente reencontrou sua família. Mas, por causa da MÆX, Deruzi se sacrificou por você, e todo esse tempo você esteve distante de sua família e amigos?
— De forma resumida, acho que sim!
Ardma abraça Will e diz:
— Você poderia ter falado isso para a gente! Somos seus amigos!
— Essa MÆX... eu quero acabar com todos com a minhas mãos! — Exclama Hiada, enquanto seus punhos começam a pegar fogo.
— Então esse cientista era um dos membros da MÆX?
— Sim!
— Mas o que ele queria?
— O plano era manipular Hiada para destruir grande parte do reino, criando uma crise que colocaria todos em desespero. Depois disso, ele apareceria como o salvador, derrotando Hiada e oferecendo os recursos da MÆX para ajudar na reconstrução. Com isso, ele garantiria a confiança do reino e criaria uma dívida estratégica com a corporação.
— Certo, mas qual é o objetivo dessa organização?
— Eu ainda não sei, mas o reino dos humanos está completamente dominado por eles.
— O reino de Sylard?
— Sim, mas agora qual é o próximo passo?
— Creio que avisar a família real daqui.
— Então isso é com o Hiada e com a Ardma.
— Vocês dois são príncipes?
— Não exatamente!
— No nosso sistema democrático, o comandante é escolhido com base na força. Atualmente, como você deve ter percebido, Hiada é o mais forte do reino e, por isso, é considerado o próximo na linha de sucessão.
— Aqui é a lei do mais forte então?
— Exatamente!
— Então você dois conseguem impedir que a MÆX se instaure nesse reino.
— Creio que sim, podemos falar com os atuais reis para que não entrem em contato com a organização.
— Bom pessoal, acho que todo mundo já descansou, vamos indo para o reino?
— Vamos! — Respondem Will, Hiada e Bakon ao mesmo tempo.
Wine voa na frente, enquanto os outros seguem caminhando rumo ao reino. No meio do caminho, Will começa a lembrar das imagens nas paredes do templo e, curioso, pergunta para Bakon:
— Bakon, eu vi algumas imagens diferentes naquele templo, parecia que eles cultuavam algum deus.
— Não sabemos muito sobre isso, mas me lembro que em um passado muito distante cultuavam um deus dos elementos.
— Deus dos elementos…
Os quatro continuam caminhando até finalmente chegarem ao reino. Com a noite já avançada, eles decidem descansar. Will e Hiada entram no quarto, e Hiada, exausto, cai no sono quase imediatamente. Enquanto isso, o jovem mago fica acordado, perdido em seus pensamentos, refletindo sobre algo que Bakon havia dito e qual seria seu próximo passo.
— Aquele cara disse que o Deruzi morreu, mas eu não consigo acreditar nisso. Meu mestre é forte demais pra cair tão fácil. Eu preciso encontrá-lo. A MÆX tá tentando se espalhar por todos os reinos, e com certeza tem um plano que envolve os quatro. Eu preciso parar eles. Acho que agora já sei o que fazer..
No dia seguinte…
Mesmo com a cura de Hiada, Will e Ardma decidiram ir até a enfermaria da academia para acelerar a recuperação. Bakon e Hiada resolvem acompanhar eles.
— Ardma, Bakon e Hiada, eu tomei uma decisão.
— Pode falar Willian!
— Eu resolvi que vou partir!
— Como assim partir, para onde vai, William?
— Eu sei que meu mestre está vivo em algum lugar e preciso achá-lo, nem que seja a última coisa que faço.
— Certo, já que essa é sua decisão, o mínimo que podemos é apoiar.
— Que tal treinarmos um pouco, antes de partir, Will? Por mais que seja mais forte, talvez tenha algo que posso te ajudar.
— Pode ser, Ardma!
— Enquanto vocês se recuperam eu irei tentar resolver sobre MÆX.
— Vou ajeitar algumas pesquisas que você vai ter interesse William!
— Obrigado pessoal!
Bakon e Hiada começam a ir embora da enfermaria, mas Will interrompe eles dizendo:
— Galera, quase esqueço! Podem me chamar de Will, é assim que meus amigos me chamam.
— Ainda prefiro William, mas sem problemas.
— Até mais tarde Will!
Duas semanas depois…
Will já estava praticamente recuperado. Com a ajuda de sua magia Quimic e das chamas do Hiada, a recuperação foi rápida. Depois de se despedir de seus companheiros, ele começou a caminhar rumo à saída do reino. Mas, de repente, ele escuta uma voz atrás dele:
— Will! Espera a gente!
Will olha para trás e vê Hiada, Ardma e Bakon indo atrás dele.
— Pessoal? Mas a gente já se despediu.
Os três alcançam Will e, enquanto ainda recupera o fôlego, Hiada olha diretamente para o amigo e diz:
— Você acha que deixaríamos você explorar o mundo sozinho? — Questiona, enquanto sorria.
— Vamos juntos com você Will e não aceitamos não como resposta!
— Mas aqui é a casa de vocês, não posso pedir para abandonarem tudo e ir comigo.
— O nosso monarca já está sabendo da MÆX, não vamos abandonar nada!
— Mas e se a MÆX atacar?
— O Bakon ficará aqui! Ele é o melhor em controlar as bestas!
— Pode ficar tranquilo Willi...
— Ardma, mas é sua besta mágica? Ficar longe dela por muito tempo não seria um problema?
— Para de arranjar desculpas! Ela vai ficar bem!
— Vocês não precisam fazer isso por mim.
— Não vamos deixar nosso amigo sozinho novamente.
— Se vocês insistem... Tudo bem. Mas saibam que o caminho à frente está cheio de perigos, e alguns podem ser mortais!
— Nem o aprendiz do lendário mago Deruzi conseguiu me matar, por que acha que teria medo de algo?
— Não sou tão forte quanto vocês dois, mas qualquer coisa eu corro e me escondo atrás de algo.
Will, ao observar a atitude de seus amigos, sente uma onda de felicidade. A certeza de que não estaria mais sozinho aquece seu coração. Com um sorriso discreto, ele ajeitou sua bolsa repleta de itens e se preparou para a jornada que o aguardava.
— Então vamos!
— Will, antes que se vá pegue esses documentos, pesquisei um pouco sobre sua magia e também sobre aquela entidade que os antigos meio-besta cultuavam.
— Obrigado Bakon, logo logo devolvo seus amigos.
— Cuide dos dois por mim, principalmente do Hiada esse daí dá muito trabalho.
— Vocês pegam muito no meu pé.
Os três riem juntos da situação, e com isso Bakon, Ardma e Hiada se abraçam em despedida, marcando o fim de um capítulo e o começo de uma jornada. Um novo grupo foi formado, determinado a explorar o mundo, salvar Deruzi e derrotar a MÆX. Quando saem do reino, ouvem um som inesperado – o grito de uma águia gigante.
— Será que?
— Duvido muito que ela ficaria aqui!
— Wine! — Grita, com todas as suas forças!
Wine aparece no seus voando, ela logo pousa na frente de Will.
— Você vai nos acompanhar nessa jornada?
Wine com raiva em seus olhos, bica a cabeça de Will.
— Acho que ela não gostou de você deixá-la aqui.
— Desculpa Wine, nomeio você como nosso apoio aéreo!
Wine acena com a cabeça, concordando com a missão, enquanto a grande águia retorna aos céus e desaparece no horizonte. Os três seguem viagem por cerca de um mês até chegarem ao reino mais próximo, aproveitando o tempo para se fortalecerem. Em uma noite, antes de dormir, Will pega as anotações de Bakon e começa a ler. O relatório é longo e detalhado, e o jovem mago passa horas absorvendo as informações. Após algum tempo, Ardma e Hiada acordam e, ao verem Will ainda lendo, decidem perguntar:
— Esse é o relatório que Bakon fez?
— Exatamente.
— O que diz nele?
— Certo, pelo relatório minha magia não é algo fisicamente possível, mas ele ainda não entendeu o porquê. Durante sua investigação da MÆX, o cientista encontrou documentos sobre uma magia antiga, que não pode ser usada por meios normais. As imagens no templo falavam sobre um deus elemental cultuado pelos povos antigos e, segundo a lenda, foi ele quem nos concedeu essa habilidade.
— Como é possível sua magia não ser algo fisicamente possível?
— Provavelmente tem algum elemento externo nessa equação. — Diz, isso pensando em alguma possibilidade.
— É sobre esse deus elemental Ardma, você já tinha ouvido falar antes?
— A única coisa que tinha ouvido e que tinha uma antiga história de dormir sobre um tal deus elemental.
— Qual era essa história?
— Olha eu não me lembro muito bem, só escutei ela uma vez e foi a muito tempo! Mas lembro que ela dizia que quando tudo ficar ruim, lembre-se que o Deus elemental está nos observando.
— Isso não nos ajuda muito.
— Esse relatório do Bakon nos trouxe mais dúvidas que respostas.
— Realmente, mas é impressionante que ele tenha pesquisado tudo isso em uma semana?
— Pelo jeito sim.
— Então vamos que ainda temos muita caminhada pela frente.
— Vamos! — Exclamam, Hiada e Ardma.
Cinco dias depois…
— Finalmente! Chegamos nesse reino!
— Vamos encontrar uma pousada, só quero ter uma noite de sono decente!
— Vamos lá! Descansar um pouco!
O reino dos anões era gigante, feito a partir de pedras maciças e tinham várias casas, lojas e um castelo gigantesco. Hiada, Will e Ardma vão até a entrada do reino e três guardas param o grupo dizendo:
— Parados! Identifiquem se!
— Sou Ardma Wolf, esses são meus companheiros Hiada Phoenix e Willian Big Eagle. Somos estudantes e viemos fazer uma pesquisa nesse reino.
— Não fomos informados da chegada de nenhum estudante!
— Nossa, sério? Deve ter acontecido algo com o nosso mensageiro. De qualquer forma, trouxemos uma carta assinada pelo rei autorizando nossa entrada.
— Deixe-me ver a carta!
Ardma puxa uma carta de sua mochila e entrega para o guarda, que dá uma rápida olhada na guarda e diz:
— Desculpa a demora, podem passar.
— Obrigada!
Will, Ardma e Hiada entram no reino, os três ficam deslumbrados com as casas da cidade, mas o grupo ainda precisava de um lugar para descansar da longa viagem, algo que não tinham achado ainda.
— Eu quero procurar algo para comer, por mais que a comida do Ardma seja boa, quero comer um banquete!
— Então eu e o Will vamos procurar um lugar para que possamos passar a noite!
— Então eu vou procurar um lugar para comermos!
— Nos encontramos nesse mesmo local, daqui uns trinta minutos!
— Combinado!
Com isso, Will e Ardma seguem juntos na procura de uma pousada, enquanto Hiada vai atrás de uma boa refeição ao resto do grupo. Pelo caminho, Ardma traz novamente do assunto sobre o passado de seu novo amigo:
— Will, pelo o que nos contou você ficou um bom tempo no Reino dos Humanos e dos Elfos. Nesse meio tempo você não encontrou ninguém que te encantou?
— Encantou? Como assim?
— Lerdo que nem o Hiada, todos homens são assim? Você não se apaixonou por ninguém?
— Ah, eu acho que não... por que a pergunta do nada? — Questiona, com a voz meio trêmula como se estivesse escondendo algo.
— Estranho... só perguntei por que eu e o Hiada namoramos a um bom tempo, o Bakon não parece que vai arrumar alguém tão cedo e aí sobrou você me sobrou você, por isso queria saber se já ficou com alguém.
— Ah... Não que me lembre...
Enquanto conversavam, um garoto se aproximava de uma garota perto dali:
— Eu já disse que não vou aceitar nenhum pedido de ninguém!
— Pense bem! Aqui você seria uma princesa! O príncipe já fez o pedido oficial!
— Já te disse que sou uma mulher comprometida! Não é um príncipe baixinho que vai me convencer!
— Pense bem!
Will e Ardma em meio à multidão passam pela garota e o garoto misterioso enquanto conversam:
— Eu sei que você está escondendo algo! Quem é essa pessoa especial, William Voborn?
A garota escuta a frase daquela pessoa, sem entender várias coisas começam a passar pela mente dela.
— Não é possível? Será que…
A garota corre em meio à multidão, torcendo para ter ouvido o que procurava. Em poucos instantes, alcança os dois que estavam de costas e, sem hesitar, toca no ombro de um deles.
— Senhor você falou William…
Will sente o toque no ombro e, instintivamente, se vira para ver quem era. Para sua surpresa, diante dele está uma garota de cabelos roxos e olhos da mesma cor. Suas orelhas finas e pontudas lhe traziam boas memórias....
— Leah!
— Will?
Leah, com os olhos cheios de lágrimas, fica maravilhada por finalmente encontrar seu amado. Sem hesitar, ela corre e o abraça com força, derrubando os dois no chão. Chorando de emoção, a garota diz:
— Finalmente encontrei você!
— Leah, o que você está fazendo aqui?
— Estava te procurando... Eu te procurei por todos os lugares! Sempre acreditei que você estava bem!
— Obrigado Leah, também estava preocupado com você!
Ardma e o garoto desconhecido ficam olhando aquela cena e comentam:
— Sabia que você estava mentindo, essa é a sua pessoa especial!
— Esse é o rapaz que impede você de casar com o príncipe?
Leah continua abraçada com Will por alguns minutos. Quando finalmente o solta e se levanta, percebe a companhia dele e sua expressão muda para fúria.
— William Voborn, ficamos afastados por alguns meses e já está me traindo?
— Leah, você entendeu tudo errado!
— Espera, você acha que eu e o Will temos alguma coisa? — Questiona, dando risada.
— Eu e ela não temos esse tipo de relação!
— Sei! Não pense que esqueci que você chegou na masmorra ao mesmo tempo que a Navi.
— Não foi por opção!
Uma voz se aproxima do grupo!
— Ei! Achei um bom local para comer!
Hiada, chega no local e vê seus amigos junto de um anão e uma elfa de cabelos roxos.
— Eu atrapalhei algo?
— Não, você apareceu no momento certo. Leah, esse é o meu amigo Hiada, ele é o namorado da Ardma.
— Prazer? —Questionou, confusa com a situação.
— O que aconteceu depois que você sumiu? Aonde você foi parar?
— Bom e uma longa história, vamos comer algo, enquanto eu explico.
— Ótimo, eu estava morrendo de fome
O anão que estava ao lado de Leah apenas escutando tudo diz:
— Negativo, você tem que se encontrar com o príncipe.
— Eu estou a meses procurando pelo meu companheiro, quando eu finalmente eu o acho, você acha que vou dar atenção para príncipe?
— Você sabe como ele é! Isso terá consequências.
— Não me importa, vamos logo Will!
— Tá bom!
Will, Leah, Ardma e Hiada seguem para o restaurante que o garoto havia encontrado. Não ficava muito longe daquele local, logo eles se sentam à mesa.
— Garçom, quatro ensopados de carne, por gentileza.
— Agora me conta Will, como isso aconteceu...
Will fica por um bom tempo contando a história, nesse meio tempo a comida deles foi servida e logo foi devorada pelo grupo.
— A MÆX está tentando se infiltrando em todos o reino!
— Sim, minha missão agora é impedi-los de encontrar o meu mestre.
— O Deruzi? Eu sei onde ele está.
— Você se encontrou com ele? Aonde ele está? Ele estava vivo? — Diz, muito eufórico.
— Se acalme! Faz um bom tempo desde que eu me encontrei com ele, mas ele está vivo e está preso no calabouço do castelo real.
— Ele está vivo… ainda bem! — Diz, com tom de alívio.
— Agora me conta como você veio parar aqui, Leah?
— É uma longa história, mas acho que temos tempo.
Antes de Leah contar a sua história, vários soldados começam a entrar naquele restaurante.
— O que está acontecendo?
— Merda, aquele maldito príncipe.
Os soldados cercam a mesa na qual o grupo do Will estava sentado e dizem:
— Todos vocês estão presos por insubordinação!